A paciência rendeu os primeiros frutos.

O Flamengo que saiu da Vila Belmiro, no último domingo, com uma vitória por 1-0 sobre o Santos, era um Flamengo que iria à Bahia guerrear para garantir uma vitória suada, já que, também, historicamente, o desempenho do Flamengo em solo baiano nem sempre era de tranquilidade. E o rubro-negro viajou a Salvador com alguns problemas na bagagem: Diego Alves machucado, Gabigol machucado, Bruno Henrique suspenso, Gerson machucado, e às vésperas do jogo, César diagnosticado com Covid.

Quem levar a campo? Para o gol, a posição mais ingrata: Gabriel Batista, o jovem goleiro da base era o encarregado de defender a meta rubro-negra em Pituaçu. Teve algumas falhas típicas que normalmente um garoto estreante comete? Teve, mas o jogo imponente que o Flamengo fez durante 80 minutos, fez com que o garoto passasse um tanto despercebido.

Nas vagas de Gabigol, Bruno Henrique e Gerson, começaram o jogo Pedro, Pedro Rocha e Thiago Maia respectivamente. E agora volto ao pensamento do início do texto: você esperava um jogo tão seguro e coeso como o Flamengo fez durante 80 minutos, sem deixar o Bahia respirar? Porque eu não, definitivamente.

Mas o fato é que o rubro-negro começou o jogo literalmente fazendo gol, assustando o Bahia. Com 16 minutos, o Flamengo já tinha 2-0 no placar, dois gols de Pedro. O primeiro, numa indecisão da zaga do Bahia ao sair para o jogo tocando a bola na pequena área(lance parecido com o gol de Bruno Henrique, ano passado, na Arena da Baixada diante do Athético Paranaense). Quando Anderson foi inverter o jogo para sair pela esquerda, Pedro veio num carrinho e a bola só parou dentro do gol. Tão rápido que sequer a tevê conseguiu pegar ao vivo e precisou do replay para analisar.

O segundo veio numa triangulação espetacular que começou com Thiago Maia, passou por Pedro Rocha, caiu nos pés de Arrascaeta que serviu Pedro, livre, na entrada da área, que bateu rapidamente, viu a bola beijar as duas traves e entrar para o gol.

O Flamengo fez o gol e não parava, nem mesmo com o primeiro gol do Bahia, marcado por Rodriguinho, recebendo um passe dentro da área, chegando antes de Willian Arão e metendo a bola no ângulo direito de Gabriel Batista. O menino nada podia fazer. E mal sabia que nem precisava se preocupar, pois aos 36 do primeiro tempo, numa jogada típica do “Cruyffismo”(que Domènec bebe e muito da fonte), Arrascaeta começou a jogada e deixou com Isla, que deixou com Everton Ribeiro, que devolveu para o chileno, que lançou o uruguaio, que mandou de cabeça para o gol. Um verdadeiro golaço!

A primeira etapa caminhava para o fim em Pituaçu quando Gabriel Batista foi espalmar uma bola tranquila que chegava pelo alto em sua área, espalmou errado e deu de graça, nos pés de Élber, a chance de diminuir o placar para 2-3.

Na volta ao segundo tempo, o Flamengo não mexeu, e voltou com a mesma fome, para fazer “coisa ainda pior” com o Bahia. Logo aos 2 minutos, Everton Ribeiro duelou no alto com Zeca, deixou o adversário falando sozinho, ajeitou o corpo, deixou a bola quicar e mandou com o peito do pé esquerdo, da diagonal direita para encobrir Anderson: outro golaço!

O Bahia apenas assistia ao que pensava ser um Djavu. Pois logo aos 6 minutos foi a vez, de novo, De Arrascaeta, que tabelou com Pedro Rocha e fez o quinto gol. O Flamengo sobrava, mesmo numa noite chuvosa, num campo pesado, e foi a prova que muita coisa que a gente que sabe muito do futebol, a gente na verdade não sabe nada!

Nesse segundo tempo contra o Bahia, foi a primeira vez que Torrent fez as cinco mexidas as quais ele tem direito. Mexeu mais do meio para a frente, com as entradas de Diego, Michael, Lincoln e Vitinho. Aproveitou o placar gordo que o Flamengo construiu com méritos durante o jogo e colocou mais gente pra jogar, ganhar minutos e mostrar serviço.

É bem verdade que o Flamengo ainda deu vacilos no último terço do jogo, quando aos 90, tomou um gol de Daniel, o terceiro, e quase toma o quarto. Teve ainda que fazer uma força para segurar os 3-5, mas aí entram fatores como cansaço pelo campo pesado, goleiro que nunca jogava e teve que entrar de repente…

Fatores a se pensar e se treinar, e uma realidade que não se pode esquecer: o Flamengo mandou num jogo que tinha tudo para ser dificílimo, fez 5-3 e voltou a cutucar a parte de cima da tabela e mandar o recado, que tá chegando de novo para pegar o que é seu, e não soltar mais.

 

Foto: Coluna do Fla

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Por Germano Medeiros(@43Germano)

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Ficha técnica da partida:

Bahia 3 x 5 Flamengo – Estádio Metropolitano Governador Roberto Santos “Pituaçu” – Salvador, BA.

Bahia(4-3-3): Anderson; Nino Paraíba, Lucas Fonseca, Juninho e Zeca(Juninho Capixaba); Elton(Edson), Daniel e Rodriguinho(Jadson); Élber, Rossi(Marco Antônio) e Gilberto(Saldanha). Técnico: Roger Machado.

Flamengo(4-3-3): Gabriel Batista; Isla(Thuler), Rodrigo Caio, Léo Pereira e Renê; Willian Arão, Thiago Maia(Diego) e Arrascaeta(Vitinho); Everton Ribeiro, Pedro Rocha(Michael) e Pedro(Lincoln). Técnico: Domènec Torrent.

Gol(s): Pedro(2′ e 16′), Arrascaeta(37′ e 52′) e Everton Ribeiro(48′) para o Flamengo; Rodrigo(32′), Élber(42′) e Daniel(90′) para o Bahia.

Cartões amarelos: Juninho Capixaba para o Bahia; Thuler e Diego para o Flamengo.

Árbitro: Sávio Pereira Sampaio. Auxiliares: Daniel Henrique Andrade e José Reinaldo Nascimento Junior.

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Germano Medeiros