Cristóvão encontra sua sobrevida.
Chega a ser cômico pensar que, o fato de Cristóvão Borges não mexer em quase nada no time que ele monta para um jogo, o leva a vitória. Ele é um técnico de futebol, mas é como se não pudesse mexer nas partes mais complexas da máquina que conduz, como qualquer profissional faz quando a mesma apresenta um defeito. Cristóvão pode até pensar, mas agir não pode – a menos que seja realmente necessário.
O Flamengo teve hoje, contra o Atlético-PR, as estreias de Ederson e Kayke. O primeiro fez boa partida, iniciando como titular e se mexendo bastante pelo meio-campo. O segundo não pôde mostrar muita coisa, já que entrou na segunda etapa e ficou refém da marcação do time paranaense.
Com a ausência de Guerrero, Cristóvão escolheu o 4-2-3-1 para o Flamengo esta noite. Com um detalhe importante: com a bola, Márcio Araújo aparecia pela direita; sem ela, ele recuava e juntava-se a Canteros e Alan Patrick. Era uma formação arriscada, mas que aproveitou o lado esquerdo falho do Atlético e assim o Flamengo abriu o placar.
Aos 12 minutos do primeiro tempo, Alan Patrick cobra escanteio da direita, e Wallace finaliza de pé direito na pequena área. Na comemoração do gol, algo de suma importância: todo o time dirigiu-se a Cristóvão e o abraçou.
Passado o gol, o Flamengo cometeu o erro de dar campo ao Atlético e viu os paranaenses empatarem o jogo em bola parada, também em escanteio. Na primeira tentativa, César espalmou o que seria gol olímpico. Na segunda, Marcos Guilherme levantou na cabeça de Hernani e o placar mostrou o 1 a 1.
Nesse momento, duas coisas essenciais aconteceram: a torcida levantou e empurrou o time; o time foi no embalo e saiu do primeiro tempo com 2 gols de vantagem. O segundo gol, aos 39: Everton disputou no alto e, de cabeça, deixou Emerson livre, que bateu de esquerda e desempatou. Após o gol, Emerson ainda marcou outro. Anulado por falta em Weverton, goleiro do Atlético. O terceiro viria após falta em Ederson, que arrancou pelo meio e já entrava na grande área. Alan Patrick bateu de forma excelente e mandou no ângulo direito de Weverton, que nem foi.
No retorno ao segundo tempo, a torcida para que Cristóvão não mexesse de forma errada. Ou melhor, nem mexesse na equipe. Ele não mexeu até os 9 minutos, quando Kayke foi chamado para estrear e Ederson saiu aplaudido. Desse minuto em diante, o Flamengo deu campo ao Atlético e viu o time paranaense fazer o segundo aos 19 minutos. Mais uma vez em bola aérea, e mais uma vez com falha de marcação. Daniel Hernández cobrou escanteio na cabeça de Kadu, que fez 3-2.
Aos 22, Wallace lesionado deu lugar a Samir. Cinco minutos após, aos 27, Kayke marcava seu primeiro gol em seu retorno ao Flamengo. Anulado por impedimento. O Atlético também perderia Hernani, expulso aos 34, após falta desnecessária em Emerson. E após a entrada de Jonas no lugar de Canteros – novamente por necessidade e sem inventar -, o Flamengo tinha segurança para buscar o quarto gol e também administrar o resultado.
Emerson Sheik foi essencial esta noite no Maracanã. Além do gol e da imensa participação, tentando arrancadas a todo momento, usou sua experiência no fim do jogo para garantir a vitória do Flamengo e fazer o time enfim chegar aos 23 pontos, que por duas rodadas escaparam. Alan Patrick, Jorge e Ederson fecham os destaques individuais dessa vitória por 3-2, que dá ao time certa tranquilidade para a partida contra o Palmeiras, no domingo às 11h no Allianz Parque.
E se a cada crônica os termos Compactação das linhas e Toque de bola, são sempre usados, há duas rodadas não vêm sendo martelados como uma coisa ausente. Contra o Santos e contra a Ponte Preta, apesar dos resultados adversos, o Flamengo mostrou muito mais domínio do jogo do que em tempos passados, quando víamos um time afobado e que errava passes simples quando sofria gol. Em meio à tempestade que pairava sobre sua cabeça, Cristóvão encontra sua sobrevida em suas próprias ações. Porque errar é humano, permanecer no erro é burrice, reconhecer a falha e procura a correção é o ponto para o avanço.
Ficha técnica
Flamengo 3 x 2 Atlético-PR
Campeonato Brasileiro, 18ª rodada
Local: Estádio Maracanã, Rio de Janeiro
Data: 12 de agosto de 2015 (quarta)
Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis e Rogério Pablos Zanardo
Cartões amarelos: Pará(Flamengo); Kadu, Sidcley, Hernani(2) e Barrientos(Atlético-PR)
Cartão vermelho: Hernani
Flamengo: César; Pará, César Martins, Wallace e Jorge; Márcio Araújo, Canteros, Alan Patrick, Éverton e Ederson; Emerson Sheik. Técnico: Cristóvão Borges.
Atlético-PR: Weverton; Eduardo, Vilches, Kadu e Sidcley; Otávio, Hernani, Marcos Guilherme, Nikão e Bruno Mota; Walter. Técnico: Milton Mendes.
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