Flamengo 2 x 0 Real Potosí – pré-Libertadores (Jogo de volta)

A missão não era complicada. Bastava um 1 a 0, e o Flamengo estaria classificado. Não foi fácil, mas também não foi difícil. Porém, essa vitória ajudou muito. Quem? A nação. Que compareceu. Não lotou, tudo bem, mas estava lá, incendiando o jogo desde o primeiro minuto. Ronaldinho era outro que estava cheio de energia. Entrou cumprimentando um a um seus companheiros, passando força, energia e confiança. Confiança essa que todos tinham e têm nele, e demonstraram isso durante todo o jogo.

A bola rolou, e o Flamengo mostrou que não estava ali para brincadeiras. Muita troca de passes, marcação forte, e o jeitão flamenguista de jogar voltou a reinar. Léo Moura, que estava sumido durante muitos jogos, principalmente no ano passado, teve uma noite memorável.

Recebeu uma ótima bola, avançou pela lateral e chutou cruzado para Deivid, que por um triz não abriu o placar. O árbitro, é certo, não estava ali para ajudar ninguém, mas também pecou em muitos de seus erros.

Voltando a falar do Flamengo, ele deitou e rolou no primeiro tempo. O gol demorou, mas saiu. Bottinelli sofreu falta na entrada da área. Ronaldinho levantou a bola na área, e Léo Moura, o primeiro dos jogadores a chegar, cabeceou para trás e mandou para dentro. 1 a 0. Euforia no Engenhão e o início de uma linda noite.

Fim de primeiro tempo. Almas para o vestiário.

Na volta do segundo tempo, sem mudanças, até mesmo no padrão de jogo. O Flamengo continuou em cima. É certo que, em determinado momento, o time se deixou levar pelo contágio da torcida e pelo resultado favorável.

Até chegou a amolecer um pouco o jogo, e esse relaxamento quase foi fatal. O Potosí, em algumas ocasiões, chegou à frente e tentou surpreender. Mas quando um não salvava, o outro estava lá. Tivemos ainda muitas outras chances e não conseguimos balançar as redes. Entraram Negueba e Camacho para dar aquele gás juvenil que faltava ao time, e isso surtiu efeito rapidamente.

Negueba roubou a bola na defesa do Potosí, recuou para Léo Moura, que lançou Ronaldinho. O atacante deu uma ‘caneta’ no zagueiro, tirou do goleiro e mandou para dentro: “Libertadores, aí vamos nós!”

2 a 0 Flamengo. Classificação assegurada e algumas pendências a resolver.

Por exemplo? O fato de Luxemburgo ter dado uma entrevista coletiva, transparecendo certa tranquilidade após o jogo, e também o fato de a imprensa estar veiculando a vinda de Joel Santana para o lugar do primeiro.

Fato é que agora sim, estamos dentro da Copa Santander Libertadores. E se quisermos vencê-la, temos que jogar muito, mas muito mesmo, e arrumar a casa. Porque não se ganha um torneio desse porte do jeito que estamos levando as coisas, com a barriga. No dia 15, já começamos, e não será em casa. É contra o Lanús, lá na Argentina. E até lá, espero que não falte mais nada para ser arrumado nesta casa.

Porque hoje o entulho é grande. Mas se jogarmos como ontem, se nos unirmos em todos os jogos, se lotarmos o estádio e nos entregarmos de corpo e alma a essa Libertadores, fica difícil alguém nos parar.

SRN