IBAP? Reinaldo Castro rompe silêncio sobre suas pesquisas após Eleição do Flamengo que elegeu Bap

As pesquisas eleitorais durante o processo eleitoral para presidente do Flamengo foram um dos pontos de grande debate e polêmica. O professor emérito da PUC-Rio, Reinaldo Castro de Souza, foi responsável pelas sondagens contratadas pela chapa de Luiz Eduardo Baptista, o Bap. Os resultados das pesquisas sempre colocaram o candidato da chapa 1 na frente, o que gerou acusações de manipulação por parte de Rodrigo Dunshee, que chegou a chamá-lo pejorativamente de “IBAP”. Após o fim do pleito na última segunda-feira, Reinaldo publicou uma nota rebatendo as críticas da chapa 3.


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Na última pesquisa divulgada em 6 de dezembro, Bap liderava as intenções de voto com 49,4%, seguido por Dunshee, com 26,8%, e Maurício Gomes de Mattos (MGM), com 14,8%. Esses números se aproximaram do resultado final: Luiz Eduardo Baptista venceu com 53%, Rodrigo Dunshee teve 35% e MGM ficou com 11%.

Por outro lado, a última pesquisa contratada pela chapa de Rodrigo Dunshee, também divulgada no dia 6, apresentou resultados bem diferentes do que ocorreu nas urnas. Na amostra da Igo Survey, Dunshee liderava com 44%, enquanto Bap aparecia com 32% e Maurício Gomes de Mattos com 16%.

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“(…) Além disso, a situação passou a divulgar sondagens antagônicas àquelas que estávamos publicando, inclusive, na véspera da eleição, uma divulgação extremamente viesada e errônea mencionando que a rejeição declarada da chapa 3 havia caído substancialmente para em torno de 25% e que a dita chapa 3 era a favorita em larga margem sobre a segunda colocada. E nada disso aconteceu.”, disse Reinaldo em um trecho do seu comunicado.

Reinaldo foi responsável pelas pesquisas da chapa de Rodolfo Landim nas eleições de 2018 e 2021. Além disso, integrou a diretoria como Diretor de Relações Institucionais até 2024, antes do início do processo eleitoral.

Segue a íntegra da nota do professor Reinaldo Castro Souza:

ELEIÇÕES FLA 2024: UMA REFLEXÃO

Dia 9 de dezembro de 2024, um dia histórico para o nosso Flamengo. Uma verdadeira manifestação da democracia rubro-negra, que culminou com a vitória da chapa 1 (BAP & Willeman) com larga margem.

Aliás, é sobre esta larga margem que segue esta reflexão. Desde o final de julho/início de agosto, iniciamos as nossas sondagens estatísticas visando conhecer as intenções de voto dos sócios. Inicialmente, utilizamos a base de dados de 2018, quando ainda não havia a LGPD. Posteriormente, a partir da publicação da assembleia da eleição de 2024, em 31/08/2024, segmentamos os sócios em três subpopulações, de acordo com a opção da LGPD: os que autorizavam o uso de seus dados, os que não autorizavam e os que não se manifestaram.

A partir de setembro, realizamos cinco sondagens por e-mail (via ferramenta Survey Monkey) e WhatsApp. Na semana que antecedeu o pleito, conduzimos uma sequência de tracking waves diários com amostras não repetidas do universo eleitoral permitido. Em todas as sondagens, os percentuais estimados em favor da chapa 1 foram superiores a 45%, com uma média de 12% a 15% de indecisos e não respondentes. A rejeição à chapa 3 oscilava entre 45% e 55%.

No dia 9 de dezembro, monitoramos a votação hora a hora, com pesquisas de boca de urna. Em todas as horas analisadas, a vitória da chapa 1 se confirmava, próxima aos percentuais das sondagens. Após a apuração, o resultado final comprovou que nossas pesquisas estavam corretas e sem viés.

Desde 1998, quando iniciamos essas sondagens para as eleições do Flamengo, conseguimos apontar corretamente (em termos estatísticos) o resultado final.

Por outro lado, fomos surpreendidos durante o processo com questionamentos desrespeitosos, agressivos e sem base científica, feitos pela chapa da situação. Essa mesma metodologia foi utilizada nas eleições de 2018 e 2021, que elegeram Rodolfo Landim por dois mandatos. Além disso, a situação divulgou sondagens antagônicas, como uma na véspera da eleição, que afirmava erroneamente que a rejeição da chapa 3 havia caído para 25% e que esta era favorita em larga margem sobre a segunda colocada. Nada disso aconteceu!

Esses acontecimentos são lamentáveis e prejudicam a lisura do processo eleitoral do Flamengo, que sempre foi pautado pela disputa saudável e democrática entre as chapas concorrentes. Que isso nunca mais ocorra!

SRN!
Prof. Reinaldo Castro Souza

  • PhD em Estatística pela Warwick University, Coventry, UK
  • Pós-Doutorado em Estatística e Econometria pela London School of Economics, UK
  • Professor Emérito da PUC-Rio

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Foto: Reprodução/UniFla

Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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