Incredulidade é o sentimento!

Minutos após o fim do jogo no Goiás, alguns sentimentos passam pela cabeça e pelo coração de cada um de nós rubro-negros. Alguns estão super irritados e não vão querer saber de futebol pelo menos até a próxima rodada do Campeonato Brasileiro. Outros, tristes, assustados e tentando entender o que aconteceu hoje no Estádio Olímpico de Goiânia.

O primeiro ponto a se pensar é por que Domènec Torrent tentou, logo de cara, lançar um esquema com três zagueiros, num time em que se notabilizou ano passado a jogar bem encaixado, fluído e de maneira espetacular quando tinha sua escalação clássica com os dois laterais? O Flamengo até quando sofria para vencer, jogava bem, incomodava o adversário, e hoje, meio que “o feitiço(que de feitiço não tinha nada a não ser trabalho) virou contra o feiticeiro”.

Perdemos no último fim de semana para o Atlético-MG, no Maracanã, mas sem assustar, sem ter requintes de um filme do Hitchcock, onde você não para a tensão até que a obra termine. Por falar em obra, hoje mais parecia que havíamos contratado um péssimo engenheiro, que tinha nas mãos um prédio de 11 andares espetacular e resolveu, de maneira precipitada, começar a quebrar o sub-solo.

Em tempo: não quero demonizar o Domènec, mas externar o que ficou/está na minha cabeça depois desses 3 a 0 acachapantes sofridos no estado mais central do país – apesar que torço para ter sido “apenas” uma decisão extremamente equivocada de mudar um aspecto grandioso no jogo do Flamengo, impondo uma ideia do trabalho dele de uma só vez.

E voltando a falar da tensão causada por essa atuação macabra do Flamengo contra o Atlético-GO, o rubro-negro tomou um vareio até os 15 do segundo tempo – ou, se você preferir contabilizar, até a expulsão de Diego Alves aos 35 da segunda etapa, quando se enroscou com Matheus Vargas na grande área, perdeu a cabeça e tentou agredi-lo.

Hyuri marcou um gol de futsal aos 15 do primeiro tempo, quando recebeu passe rasteiro de Ferrareis, se projetou à frente da nossa zaga e empurrou pro fundo do gol; Jorginho soltou o pé da entrada da área e mandou no canto esquerdo de Diego Alves, aos 31 iniciais, pra fazer o segundo gol e começar a desnortear psicologicamente o time do Flamengo, que àquela altura só quem conseguia alguma coisa era Gabigol, nas vezes que finalizou para o gol e se matava correndo atrás da bola. Everton Ribeiro nulo em campo e Gerson bem diferente do que estamos acostumados a ver, apenas fazia o pivô quando necessário mas não flutuava no meio como faz tão bem.

Na volta ao segundo tempo, Domènec tirou Vitinho e Gustavo Henrique, e lançou Pedro e Rafinha. O Flamengo voltou melhor, passou a agredir o Atlético, a incomodar, a sufocar, mas só conseguiu até o momento em que Ferrareis recebeu mais uma bola no pandemônio que foi a zaga do Flamengo, hoje. Conduziu, ajeitou pro meio e mandou no ângulo esquerdo de Diego Alves, indefensável… e escancarada estava a defesa rubro-negra. Um pavor completo!

Antes disso, Everton Ribeiro é sacado para a entrada de Arrascaeta, e sai reclamando, quando devia perceber o que o fez ser substituído.

O restante do jogo foi um “Jesus nos acuda!”, com o Flamengo batalhando em busca do gol que, desde Vitinho contra o Fluminense, teima em não sair mais. Diego Alves sendo expulso, Rafinha recebendo amarelo e chegando bem próximo do vermelho e a dúvida que ficará nas nossas cabeças até que o Flamengo volte a vencer.

Eu não quis reconhecer quando vi, na escalação inicial do jogo, um esquema com três zagueiros, Rafinha no banco, Filipe Luís solto e o quanto aquilo era perigoso ao Flamengo. Mas agora já não há mais o que ser feito, a não ser aguardar e pensar no Coritiba, adversário do próximo sábado, também longe do Rio de Janeiro.

Ficha técnica da partida:
Atlético-GO(4-2-3-1): Jean; Dudu, Éder, Gilvan e Nicolas; Marlon Freitas e Edson; Everton Felipe, Gustavo Ferrareis e Jorginho; Hyuri. Técnico: Vágner Mancini.
Flamengo(3-5-2): Diego Alves; Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Léo Pereira; Filipe Luís, Willian Arão, Gerson, Vitinho e Everton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Domènec Torrent.
Alterações: Saiu Dudu e entrou Moacir, saiu Jorginho e entrou Willian Maranhão, saiu Gustavo Ferrareis e entrou Chico, e saiu Hyuri e entrou Matheus Vargas(Atlético-GO); saiu Gustavo Henrique e entrou Rafinha, saiu Everton Ribeiro e entrou Arrascaeta, saiu Vitinho e entrou Pedro, saiu Gabriel e entrou César.
Gol(s): Hyuri(15 do 1º tempo), Jorginho (31 do 1º tempo) e Gustavo Ferrareis (15 do 2º tempo).
Cartões amarelos: Edson(Atlético-GO) e Rafinha(Flamengo).
Cartão vermelho: Diego Alves(Flamengo).
Estádio: Olímpico de Goiânia(Goiás).

Foto: Vavel

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Por Germano Medeiros (@43Germano)

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Germano Medeiros