O Flamengo atravessa uma fase de instabilidade que começa desde a cadeira mais importante do clube. Levanto essa questão porque é evidente, há algum tempo, que essa desordem reflete no campo.
Joel está perdido, sem saber o que faz, e se ilude ao acreditar que, se for eliminado da Libertadores mas ganhar o Carioca, a torcida ficará satisfeita. Ledo engano! Joel sofre com a falta de respaldo da diretoria, que deveria apoiá-lo, reforçar que a prioridade é a Libertadores e garantir seu emprego mesmo em caso de fracasso no Estadual.
Indo direto ao ponto deste texto, vamos falar do jogo de quarta-feira. Ninguém pode ir para a guerra só pensando em se defender. O meio de campo formado por Muralha, Willians e Luiz Antonio, com Bottinelli como único criador, não foi nada produtivo. Primeiro, porque mesmo com três volantes, os laterais não tinham a cobertura necessária para avançarem até a linha de fundo. Quando conseguiam, todas as jogadas eram ineficazes. Segundo, porque havia um abismo entre os três volantes e Bottinelli, criando espaços enormes para o adversário explorar. Zeballos agradeceu! Essa formação também contribuiu para que Ronaldinho ficasse isolado no seu canto à esquerda.
Criticar o Ronaldinho já virou lugar-comum. Alguém aí se lembra de alguma assistência ou jogada brilhante do R10 pela esquerda? Neste ano, só me recordo de assistências e boas jogadas quando ele estava centralizado. Depender dos lampejos dele é complicado! É muito pouco! Contra o Olímpia, ele só deu o passe para o gol do Love e nada mais!
Tudo o que foi apontado aqui são problemas que vêm desde o ano passado, como os erros de nossa defesa. São falhas de posicionamento, marcação e temperamento. Um jogador profissional não pode ter atitudes infantis em qualquer jogo. Agora, uma curiosidade: González sempre faz boas partidas, mas quando erra, o erro invariavelmente resulta em gol do adversário.
O Flamengo, entre os times brasileiros na Libertadores, foi o que menos se preparou para a competição. Parece que acharam que a fase de grupos seria fácil e não se preocuparam em estudar o modo de jogar dos adversários. Zeballos foi reserva no jogo no Engenhão, pois estava voltando de lesão, mas na quarta-feira foi titular e acabou com a partida. Será que Joel e sua comissão técnica não conheciam o jogador?
O Flamengo tem um bom time, mas não um bom elenco. Se Joel não ajustar o modo como o time joga e se comporta na Libertadores, não passaremos das oitavas de final, repetindo o filme de 2010, quando sofremos para avançar de fase. Serei criticado, rotulado de “torcedor de merda”, mas uma coisa é amar o time e usar o coração para analisar os fatos; outra é amar o time e usar a razão. No momento, estou sendo realista.
Continuarei apoiando o Flamengo na Libertadores. Espero que Joel me convença de que a prioridade é a competição sul-americana e que o time jogará com a postura que se espera de um Flamengo na Libertadores. Os “grandes” torcedores do Flamengo precisam entender que há uma grande diferença entre dizer que é só vencer os dois próximos jogos e ver isso acontecer na prática. Será difícil, não haverá moleza nem para os jogadores, nem para nós, torcedores. Então, preparem o coração, porque isso é Flamengo!
PS1: Fui criticado por questionar a volta de Willians e a possível volta de Renato ao time titular. Disseram que sou amador por só torcer quando o jogador está bem. Aguardava a melhora de ambos desde a pré-temporada do ano passado. Paciência tem limite, e debater um assunto não precisa ser feito com ofensas, mesmo que a opinião alheia seja contrária à sua. Isso é uma questão de educação!
PS2: Respeito quem é a favor da volta do Adriano, mas devemos analisar se ele pode, de fato, ajudar o Flamengo hoje. Estava em cima do muro, mas depois de ler sobre sua situação clínica e saber que ele não concorda em reduzir o salário, sou contrário ao seu retorno. E ponto!
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