Mais treino e menos desculpas, por favor.

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Infelizmente não é de hoje a realidade de ir ao Sul do país, para enfrentar qualquer que seja a equipe e voltar ao RJ com as mãos abanando. Seja Grêmio, Internacional, Figueirense… agora foi a vez da Chapecoense ditar o ritmo do jogo e sair de seu próprio estádio com a vitória.

Por mais que a forma como o único gol do jogo saiu tenha sido na base da sorte, a Chapecoense teve seus méritos pelo que fez durante todo o resto do jogo, em que se fechou, compactou os espaços aproximando suas linhas e não deu a mínima chance ao Flamengo.

O gol da Chapecoense saiu aos 6 minutos do primeiro tempo. Bem cedo! Nenén, em cobrança de falta, ergueu a bola pra área. A bola foi chegando, sem tocar em ninguém, Paulo Victor, que nada podia fazer, só olhava e ela parou dentro do gol. Um gol atípico, que não teve falha de ninguém. Pura sorte da Chapecoense e uma dose de azar ao Flamengo, que se viu obrigado a, desde cedo, abandonar a tática e partir pra pressão. Não devia abandonar totalmente e nem o fez, mas, é certo que o gol deu uma bela bagunçada na estrutura do time, que, desde o início marcava pressão na saída de bola da Chapecoense, induzindo o time ao erro para recuperar a posse da bola.

Ninguém se destacou de forma contundente no jogo. Canteros iniciou como titular e, se der pra assim dizer, não estava com sorte. Assim como Mugni, que produziu um pouco mais, mas também apático. Léo Moura não jogou e deu a vaga a Luiz Antônio, também discreto.

Para explicar tamanha discrição, pode-se talvez, citar o fato das dimensões reduzidas do campo em Chapecó-SC. Mas, não! Seria isentar coisas básicas que, não ocorreram de forma maior contra o Botafogo, por exemplo, mas que, sem dúvidas, voltaram e se mostrar impactantes demais a um time de futebol profissional. Cito os inúmeros erros de passes e a dificuldade escandalosa que o time mostrava pra finalizar em gol. Everton, afobado, chutava uma bola de fora da área, quase sem equilíbrio e indo de mansinho até as mãos de Danilo; Alecsandro recebeu passe após uma das pouquíssimas saídas de bola errada da Chapecoense, mas, também afobado, nitidamente, chutou em cima de Danilo, quando podia tocar para um companheiro ou mesmo tentar driblá-lo(Danilo); e o mesmo Alecsandro, que recebeu cruzamento à meia-altura de João Paulo, mas matou a bola com o braço, e ainda assim, também pela afobação em chutar rápido a bola, deu um giro em torno de si mesmo, facilitando para Danilo.

Além da tática, que evidentemente é importante, Luxemburgo pode e deve treinar mais fundamentos com o elenco. Passe, chute, arranque, a marcação pressão – que já é boa, mas pode ser melhorada se o time for compactado -, entre outras coisas que ele, o próprio técnico, tem obrigação de saber mais que os torcedores.

Em tempo: o fator ‘dimensões reduzidas do campo’, que poderia, numa outra encarnação ter sido justificativa para isentar os erros dos jogadores em campo, seria uma desculpa medíocre perante o tamanho do Flamengo. Pois, assim como em Chapecó, hoje, no Maracanã, na rodada passada e na próxima se repetirão do mesmo jeito. Claro, se não tiver o específico treino já citado e uma dose de raça, vide demonstrada ante o Botafogo.

E, se a torcida pudesse dar um recado aos jogadores, esse seria/deveria: mais treino e menos desculpas, por favor! São 10 pontos, 13 rodadas, e um primeiro turno próximo do fim, restando 5 para isso. Infelizmente, a última colocação é do Flamengo, mas, se quiser alçar vôos mais altos e ter um pensamento de gente grande acerca do ano de 2015, que seja feito um esforço para livrar-se da atual situação.

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Tulio Rodrigues

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