Não basta torcer, tem que estar junto!

Nunca foi novidade para ninguém que o Flamengo sempre venceu adversidades das possíveis às impossíveis ao longo de sua história. Nós, torcedores sempre tivemos papel importante na consagração do nosso Rubro-Negro, o Mais Querido. Inclusive, quantas adversidades não vencemos só para estarmos numa tarde de domingo apoiando o Flamengo rumo a vitória?

O Flamengo é Clube que nasceu fadado à vitória, nasceu de braços com o povo e no calor do recanto mais distantes do Brasil e do mundo. Como todos sabem, o Flamengo nasce remo em 1895. O Flamengo nem era tão vencedor assim na modalidade náutica de sua fundação. A primeira grande vitória foi em 1900, o primeiro Campeonato Carioca só foi ser vencido em 1916, mas quem não torcia que as embarcações do Flamengo vencessem uma regata? Uma vitória do Flamengo transformava o Rio em festa. Ninguém perdia tanto quanto o Flamengo, mas ninguém comemorava tanto e como o Flamengo.

Sempre fomos diferentes de todos os outros Clubes fosse na derrota e na vitória. O Fluminense sempre comemorava seus títulos com bailes de gala nas Laranjeiras, o Flamengo fazia carnaval na rua. Quando o Vasco, clube de colonizadores portugueses que endinheirados pagavam seus jogadores para treinarem de forma integral numa época em que o futebol era amador, vencia a tudo e a todos no Campeonato Carioca de 1923, foi o Flamengo de Nonô, Junqueira e Moderato que foi o time do povo a acabar com invencibilidade vascaína. Jogo histórico no estádio das Laranjeiras, o Flamengo foi o time do povo e os gols de Candiota, Nonô e Junqueira fizeram vingar o Brasil.

O Flamengo se confunde com o que é popular, anarquista e desigual também! É difícil para nós, torcedores da geral e da arquibancada achar que um cartola empoleirado em seu camarote refrigerado ame e apoie tanto o Clube quanto nós que estamos ali gritando com a alma e coração para empurrar o Flamengo. Por causa deles, hoje padecemos de um time a altura do Flamengo, um time com brio de Flamengo, um time com alma de Flamengo, um time mais Flamengo. Ao longo dos anos, o Flamengo junto com nós, torcedores, foi protagonista não só nos momentos fáceis, mas nas adversidades também! Costumo dizer que não adianta só olhar a história sendo escrita, mas é preciso participar dela de alguma forma. A forma que nós torcedores temos de escrever história junto com o Flamengo é estando nas arquibancadas, na TV, onde for, apoiando ou se não der, empurrando onze homens dentro de campo ao caminho da dignidade com honra e suor.

Somo exigentes, pois nos acostumamos a estarmos sempre no topo, protagonizando campeonatos no Brasil, na América e no mundo. Formamos uma legião de ídolos que honraram o manto colando-o no corpo como uma autêntica pele Rubro-Negra, homens que viraram lendas, mitos, deuses e Messias… Não Peçam que nos acostumemos com o pouco, com a escassez de títulos, vitórias… Não! Não aceitamos sermos protagonistas onde for que não seja com vitórias, com ídolos, mitos, lendas deuses e Messias…

Ser flamengo é tão simples e tão complicado ao mesmo tempo, pois o Flamengo mexe com a emoção, com o amor, com a alma… A fé! Eu, ateu confesso, compreendo a fé somente quando se trata de Flamengo. Exagero? Não! Qual torcedor nunca chorou numa derrota, numa vitória? Qual torcedor não fez uma loucura pelo Flamengo? Diga-me que sua alma não sangra quando o Flamengo perde? Diga-me se o dia seguinte a uma derrota não é triste, cinzento, monótono, besta?… Poucas coisas são tão maravilhosas quanto comemorar um gol do Flamengo num Maracanã lotado, poucas coisas são tão maravilhosas quantos estar em qualquer canto, cantando com e pelo Flamengo!!!

No dia que o Flamengo não me causar essa mistura de sentimentos, paro de torcer! No dia que o Flamengo não me fizer sentir fé, eu paro de torcer! No dia que eu deixar de chorar escrevendo um texto carregado de emoção e sentimentos como esse sobre o Flamengo, eu paro de torcer! Nasci assim, cresci assim e espero morrer e voltar assim; torcendo pelo Flamengo nas vitórias e nas derrotas, amando o Flamengo mesmo que toda incompetência engravatada o minimize de seu verdadeiro tamanho!

Pelos recentes resultados, a minha alma vem sangrando, e é com essa alma sangrando que vou com meu Manto Sagrado colado junto a meu corpo empurrar o Flamengo como for possível! Temos entranhados na alma a qualidade de nunca desistirmos! Imagina se Valido tivesse desistido porque estava com quarenta graus de febre em 1944? Ele não teria feito o gol do título que nos deu o primeiro tri carioca aos quarenta e quatro minutos do segundo tempo. Imagina se Rondinelli desistisse em 1978 e não fosse para área nos minutos finais da decisão do Carioca contra o Vasco? Nós não teríamos iniciado o caminho para mais um tri carioca. Imagina o Pet se omitindo e não cobrando aquela falta contra o Vasco em 2001? Não, amigos, quando encarnado na alma a raça Rubro-Negra, o sujeito não desiste! Está em nosso DNA!

Mais uma vez somos nós que vamos entrar em campo para sermos a propagada camisa 12, o elemento que joga junto, que empurra! Tudo por amor ao bem maior e mais precioso do mudo: O FLAMENGO!!!

“Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte:- quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará à camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável.”

Nelson Rodrigues
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Tulio Rodrigues

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