O Campeonato Brasileiro não chegou ao seu fim. Mas em termos de classificações, título e pretensões de muitas equipes, a briga está encerrada. O Flamengo é uma dessas equipes. Briga “apenas” pela segunda colocação. Um vice-campeonato que poderá dar ao Flamengo pouco mais de R$ 10 milhões. Um dinheiro que “ninguém” esperava no início do ano, que fosse entrar agora ao fim de 2016.
O Flamengo encerra o ano de uma maneira confusa, de certa maneira. Ganhou a Copa SP em janeiro. Ponto! Porém, na visão de uma parcela dos torcedores, é muito pouco. Para outros – como é para mim -, uma vitória que não vinha há alguns anos. A premiação de um belo trabalho feito por Zé Ricardo, ainda na base.
Por falar em Zé Ricardo… Não, não irei falar em Zé Ricardo, agora. Mas, na sequencia do ano rubro-negro. Em que tivemos uma sucessão de resultados catastróficos. Eliminação no falido Campeonato Carioca, eliminação na Primeira Liga(com direito a uma vitória categórica sobre o Atlético-MG dentro do Mineirão por 2 a 0 – Guerrero marcando os dois gols), a trágica e ridícula eliminação na Copa do Brasil para o Fortaleza, e por fim, o Palestino nos tirando da Sulamericana, ainda nas Oitavas de final – cuja fase jamais passamos em toda a história da competição.
Antes do Palestino, veio a triste notícia de Muricy Ramalho afastando-se do cargo de técnico do profissional do Flamengo por problemas de saúde. Na época, muito se especulou… Jorge Sampaoli e Abel Braga eram os nomes mais fortes. O brasileiro com mais força entre a imprensa e alguns torcedores. Zé Ricardo acabou assumindo interinamente, enquanto a diretoria buscava alguém “de nome” para o cargo.
Porém não contavam com o sucesso do novato à frente dos profissionais da maior equipe do Brasil. O Flamengo vivia dias péssimos quando Zé entrou. Ajeita aqui, arruma ali, 4-3-3 e 4-4-2, vamos decidir o esquema, ajustar a zaga, o meio-campo(tão contestado até hoje) e o ataque. Zé Ricardo não só acertou o time(apesar de suas falhas por inexperiência) como, por pouco, não foi campeão brasileiro.
A falta de “residência” fixa, viagens em demasia e um psicológico coletivo que se abala fácil. Tivemos a volta ao Maracanã ao fim dos Jogos Olímpicos. Muito comemorada, muito aguardada, acabou sendo frustrante. Sete pontos em doze disputados. Apenas uma vitória, ante o Santos, quando o time já não tinha mais pretensão de título.
Um time que talvez seja campeão de algo relevante em 2017, um time que já vem em plena formação. Com algumas falhas, desde a parte psicológica á parte física, tática. Zé Ricardo se mostrou um técnico espetacular. Ainda em amadurecimento, que tem tudo para voar alto e mirar uma seleção, que não precisa necessariamente ser a brasileira. Tem qualidade para treinar qualquer outra de grande ou pequeno porte, ou até mesmo outro clube. Mas antes disso… deixa ele aqui! Deixa ele trabalhar, deixa colher os frutos que ainda irá colher no futuro, enquanto estiver vestindo a camisa mais pesada do futebol nacional.
Em 2017 teremos uma Libertadores a jogar. Talvez como vice-campeão brasileiro, talvez como terceiro colocado – o que não importa muito em termos de entrada na competição. Importa mais pela parte financeira. O Flamengo vai jogar, vai entrar pra disputar e não para ser mero coadjuvante. Mas… é bom que se avise: se quiser disputar qualquer título que seja no ano que se aproxima, o Flamengo não pode sequer sonhar em manter jogadores como Márcio Araújo, Chiquinho e Emerson Sheik. Talvez o clube não mande nenhum embora, talvez mande dois(o que é bem utópico), mas não vai se livrar dos três, infelizmente. De qualquer maneira, que o espírito competitivo rubro-negro em 2017 seja de luta, entrega total e honra ao manto. Sem receios, sem medo e aproveitando-se do fato de agora contar com uma casa provisória – o Estádio Luso-brasileiro, na Ilha do Governador.
SRN. Força, Chape!
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