Parabéns, Imperador!

Tulio Rodrigues

Ontem foi aniversário do Adriano, o eterno Imperador da Gávea. Não podemos esquecer que o cara nos levou ao tão sonhado hexa brasileiro e foi o artilheiro do Fla naquele campeonato. Tive o grande prazer de ver alguns desses gols importantes no Maracanã, onde o cara imperou de verdade!

Adriano tem vacilado muito consigo mesmo, se prejudicando demais por causa de seu comportamento fora dos gramados. Mas, de qualquer forma, devemos agradecer a ele pelos serviços prestados à Nação!

Parabéns, Imperador, e que você volte a ser o grande jogador que um dia imperou no planeta!

SRN!

Carreira

O começo

Garoto pobre da favela de Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, Adriano chegou ao Flamengo, seu clube do coração, trazido pela mãe quando tinha apenas nove anos de idade. Franzino, baixinho e em condições totalmente desfavoráveis, o atleta começou na Gávea treinando futsal. Contudo, seu natural dom de futebolista e a dedicação o fizeram adquirir boa condição física em um curto espaço de tempo. Assim, quatro anos após seu ingresso no Mais Querido do Brasil, Adriano passou a jogar futebol de campo.

Assistido por profissionais do Fla desde então, o que se viu ao longo do tempo foi uma completa transformação. Adriano, ainda jogando nas divisões de base do clube, se transformou num rapaz forte e, melhor ainda, aprendeu a utilizar o corpo a seu favor. Foi assim que, em 1999, quando ainda atuava como lateral-esquerdo, ajudou o Flamengo numa virada sensacional sobre o Sport pela Taça Belo Horizonte de Juniores. Naquela oportunidade, Adriano marcou dois gols que empataram a partida e, logo após, sofreu o pênalti que resultaria no gol da virada. Aquela atuação inegavelmente chamou a atenção do então treinador dos profissionais, Carlos Alberto Torres.

A história poderia ter sido menos cruel com o atacante, mas não foi. Apesar de já naquela época ter chamado a atenção do técnico, Adriano, que sempre era escalado como lateral-esquerdo, chegou a figurar na lista de dispensas do clube. Isso poderia ter significado o afastamento de um dos maiores ídolos do futebol brasileiro recente. Porém, por sensibilidade do “Capitão do Tri”, que enxergou no jogador uma possibilidade de furar as retrancas impostas pelo futebol moderno, Adriano não só permaneceu na Gávea, como foi lançado no time principal como atacante.

A situação não era das mais fáceis, e Adriano teria que substituir ninguém menos que Romário, que havia saído do clube menos de um ano antes. Sua estreia aconteceu num clássico contra o Botafogo, pelo Torneio Rio-São Paulo de 2000. Contudo, essa ainda não foi a estreia que marcaria definitivamente a trajetória do Imperador no futebol profissional. Apenas quatro dias depois, o atacante substituiria o lateral Maurinho no intervalo de uma partida contra o poderoso São Paulo, válida pelo mesmo Rio-São Paulo, e mudaria o jogo, marcando um gol e dando três belíssimas assistências.

A saída

Desde aquele marcante jogo contra o São Paulo até sua saída do Flamengo, foram mais 44 jogos, com doze gols marcados. A trajetória de Adriano pelo Fla sempre foi marcada pela paixão, que, aliás, trouxe alguns reveses ao próprio jogador. Antes de sair do clube, o então jovem atleta, que sonhava em ser aplaudido pela imensa massa rubro-negra, passou a ser perseguido, vaiado e teve de lutar para erguer a cabeça.

Sagrou-se tricampeão carioca em 2001, assistindo às emocionantes partidas daquela conquista no banco de reservas. Porém, três meses depois, foi envolvido numa das mais desastrosas negociações da era Edmundo dos Santos Silva. Adriano foi vendido juntamente com Reinaldo, outro atacante formado nas divisões de base. Em troca, o time recebeu o volante Vampeta e mais R$ 5 milhões.

A trajetória na Itália

Na Internazionale, Adriano marcou um gol contra o Real Madrid, dentro do Santiago Bernabéu, logo em sua estreia. Entretanto, como a Inter já possuía atacantes de primeira linha em seu elenco, Adriano acabou sendo emprestado à Fiorentina e, em seguida, ao Parma. Em 2004, Adriano voltou aos planos da Inter e marcou 15 gols em 16 apresentações na temporada. Assim, o atacante não teve dificuldades em firmar-se como titular absoluto.

Em 2008, enfrentando problemas pessoais, Adriano voltou ao Brasil para se tratar. Inicialmente, imaginava-se que ele retornaria ao Flamengo, clube que o formou e pelo qual sempre se declarou apaixonado. No entanto, a estrutura do São Paulo impressionou a Inter de Milão, e o atacante assinou um contrato de seis meses com o clube paulista. No São Paulo, Adriano marcou onze gols no Campeonato Paulista e conduziu a equipe até as quartas-de-final da Taça Libertadores de 2008, com cinco gols na competição.

Ainda em 2008, Adriano voltou à Itália e conquistou mais um Scudetto pela Inter de Milão. Em 2009, escolheu retornar ao Flamengo e foi recebido como Imperador, ajudando o clube a conquistar o Campeonato Brasileiro e se tornando artilheiro do torneio.

A Seleção Brasileira

Vestindo a camisa da Seleção, Adriano participou das conquistas da Copa América de 2004 e da Copa das Confederações de 2005, sendo artilheiro em ambas. Ele garantiu sua vaga na Copa do Mundo de 2006, mas enfrentou um momento difícil com a morte de seu pai, o que afetou seu rendimento. Mesmo assim, foi convocado para a Copa das Confederações em 2009, mas ficou de fora do Mundial de 2010.

Dados
– Nome Completo: Adriano Leite Ribeiro
– Apelido: Imperador
– Nascimento: 17 de fevereiro de 1982, Rio de Janeiro (RJ)
– Posição: Atacante
– Altura: 1,89 m
– Peso: 90 kg
– Partidas pelo Fla: 94
– Gols: 46

Títulos
– Flamengo: Taça Rio (2000), Taça Guanabara (2001), Campeonato Carioca (2000 e 2001), Campeonato Brasileiro (2009)
– Seleção Brasileira: Copa América (2004), Copa das Confederações (2005)

Artilharias
– Copa América: 2004 (7 gols)
– Copa das Confederações: 2005 (7 gols)
– Campeonato Brasileiro: 2009 (19 gols)

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