Realidade x Nostalgia

Antes que o Galinho de Quintino chegasse para transformar cada marmanjo presente em crianças  maravilhadas, estava eu como um poste, educando minha mente e preparando meu coração para ver O Homem. Foi quando me deparei com duas figuras, que minaram toda e qualquer tentativa minha de lograr serenidade. Duas estrelas de nossa maior constelação. Nomes escritos com letras douradas na eternidade de nossas memórias mais belas. Adílio e Uri Geller.  Pude chegar junto, agradecer, tietar. Receber sorrisos e uma dose de nostalgia, que me fez sair dali quase correndo, sentindo a visão embaçar com as lágrimas que eu insisto em derrubar pelo nosso passado sempre tão presente.

E depois foi o Rei, o nosso Rei. Que me provocou tantos efeitos colaterais, que seria complicado lista-los sem fazer essa redação parecer uma bula médica. Que emoção no coração.

A minha reflexão de hoje  e sempre, é o comparativo que fiz inconscientemente entre as gerações. É que eu vejo o fulano se negar a dar um aceno a um torcedor que insistiu em prestar apoio num saguão de aeroporto, mas vi Mitos ( com M maiúsculo) espalharem flash backs, com tamanha humildade a se regalar.

Uchôa tietando mesmo!
É que eu vejo o Beltrano se endeusar quando deus não gosta de ser chamado assim.

É que eu via o Ciclano criar tumultos, quando os Mitos promoviam o sentimento de grupo.

É que Ciclano, Beltrano e Fulano provavelmente não saibam cantar mais que alguns versos do Hino do Flamengo. É que priorizam o marketing pessoal, quando tem a honra de jogar por uma Nação. É que confundem profissionalismo com apatismo. Vai vendo.

Lamento profundamente pelas gerações que não conhecerão a sensação de ver heróis em campo. Lamento por mim, que ainda espero alguém que nos jure amor, exerça isso e  seja exemplo. Lamento por nós, que examinamos os do gramado e  não vemos em quem depositar a nossa inteira fé (nem sempre por uma questão de habilidade/capacidade, e sim por postura).

Para nos salvar da plasticidade do futebol moderno, eis que nos é reservada a magia do Manto Sagrado. O Manto que só falta dar tchauzinho, não permite que as novas gerações não tenham histórias para contar. Um milagre, uma reviravolta. A exaltação do humilhado. Não fosse o Flamengo e sua teima em fazer vibrar, o que seria de nós, perdidos em um desgosto profundo….

O futebol é cultura e ópio do povo, Deus perdoe quem discorde disso. Mas o Flamengo… ignora sua conjuntura e persiste inspirando. Momentaneamente, mesmo na era do futebol moderno, heroiciza. E só mesmo assim, remedia os queixumes até de quem clama pelas glórias que herdou, mas que não viveu.

Saudações da nostálgica

Bruna Uchôa saiu da Bahia para conhecer o Galinho

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Tulio Rodrigues

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