Torcedor à retrô – Resende 1 x 3 Flamengo – Carioca 2012

No jogo de sábado contra o Resende, precisei torcer de um jeito retrô: recorri ao bom e velho rádio para acompanhar o Flamengo. Estava no trabalho e não tinha outra opção, mas confesso que foi uma experiência formidável. Pelo rádio, a imaginação trabalha a mil. Ouvir um jogo do Flamengo pelo rádio me transporta de volta à infância, lá pelos meus dez, onze anos, quando a internet não existia e TV a cabo era um luxo.

Com o fone no ouvido, as ondas do rádio deixavam claro que o Flamengo não fazia um bom primeiro tempo. A galera no Twitter estava impiedosa, o que reforçava a sensação de que o time não estava jogando bem. No segundo tempo, logo aos dois minutos, veio o gol do Resende. Preocupação. Mas, como num passe de mágica, o Flamengo melhorou, começou a atacar mais e, mesmo sem ver o jogo, eu acreditava que o time havia se encontrado em campo.

Ronaldinho empatou a partida, e nem percebi que o gol foi de cabeça. O rádio entoou o hino do Flamengo, e o narrador fez o grito sublime de gol com aquela pausa característica: “Goooooooooooooooooooooooooooooooooooooooool do Flamengo!” Mesmo assim, eu não pude comemorar como de costume. Apenas esbocei um sorriso, com a fé de que a virada viria. E meu desejo não demorou a se concretizar. Ele mesmo, o Artilheiro do Amor, Vagner Love, fez o gol da virada. A emoção tomou conta novamente, o narrador gritou “Goooooooooooooooooooooooooooooool do Flamengo!”, o hino do clube ecoou, mas, mais uma vez, tudo o que pude fazer foi dar um soco no ar e ouvir a torcida rubro-negra se manifestar nos bares e nas ruas.

No terceiro gol do Flamengo, marcado por Negueba, já não acreditava mais em uma “zebra” como a de três anos atrás. No fim, mais uma vitória do Mengão: Flamengo 3 x 1 Resende!

PS: Quando, por qualquer motivo, não consigo assistir ao jogo do Flamengo, sempre assisto aos VTs depois. Mas, para não perder o encanto de reviver os tempos em que ouvir pelo rádio era a única forma de acompanhar os jogos, decidi não assistir ao VT dessa vez. Quis manter viva essa experiência de acreditar sem ver, uma espécie de fé, algo de que costumo duvidar. Que o Vasco chore na quarta-feira de cinzas!

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