A comemoração do tetracampeonato da Libertadores do Flamengo ganhou contornos que ultrapassaram o resultado esportivo e se transformaram em um retrato social do clube. Quem protagonizou a cena foi a torcida rubro-negra e o que se viu foram ruas tomadas, telões improvisados e carreatas espontâneas. Quando a final terminou em cidades do interior, capitais distantes e até fora do país, o resultado foi uma mobilização sem coordenação formal. O Flamengo, mais uma vez, confirmou a dimensão nacional de sua torcida.
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Assim que o apito final confirmou a vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras, a festa começou longe dos grandes centros. Em Itaberaí, no interior de Goiás, a noite foi de buzinaço, bandeiras tremulando nas janelas e carros cruzando a cidade em ritmo de comemoração. Ruas simples, sem estrutura de grandes eventos, deram lugar a uma celebração que misturava vizinhos, famílias inteiras e desconhecidos unidos pela camisa rubro-negra. Não houve convocação oficial, nem patrocínio. Bastou o título.
O fenômeno se repetiu em Itambé, onde imagens mostraram uma multidão reunida diante de um telão. Muitas camisas não eram oficiais, bandeiras improvisadas surgiam de todos os lados, e ainda assim o cenário dizia tudo. O Flamengo ali não era produto, era pertencimento. Em cidades como essa, onde o torcedor costuma dividir a paixão com clubes locais, a identidade rubro-negra se impõe de forma orgânica, passada de geração em geração.
À medida que novos registros surgiam, a dimensão do movimento ficava ainda mais clara. Em Castanhal, no Pará, avenidas cheias confirmavam que a comemoração não se restringia a capitais. Em Boa Vista, no extremo Norte do país, telões montados ao ar livre reuniram centenas de pessoas. Houve motociatas, fogos e cenas que misturavam euforia e incredulidade. Muitos tentavam entender se o barulho vinha do gol ou do fim da partida, tamanha era a explosão coletiva.
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O roteiro seguiu por Teresina, onde bares ficaram lotados, e por Planaltina, com ruas tomadas já na madrugada. Em Mozarlândia, a celebração ganhou tom quase íntimo, mas não menos intenso. No Nordeste, Campina Grande apareceu em mais de um registro, com o Parque do Povo cheio para acompanhar a decisão. No Maranhão, Chapadinha viveu cenas semelhantes, com cerveja lançada ao alto e gritos que ecoavam por quarteirões inteiros.
A lista não parou por aí. Em Parintins, conhecida nacionalmente pelo festival folclórico, o futebol assumiu o protagonismo naquela noite. Já em São Paulo, consulados e pontos de encontro rubro-negros voltaram a se tornar palco de celebração, reforçando que o Flamengo não depende da geografia para se fazer presente.
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Esse comportamento espontâneo ajuda a explicar por que levantamentos recentes apontam a torcida rubro-negra como uma das que mais canta e apoia durante os jogos. A arquibancada é reflexo do que acontece fora dela. Não há campanha institucional capaz de produzir, sozinha, cenas como as vistas em Itaberaí, Itambé ou Boa Vista. O que existe é um vínculo afetivo que se manifesta sempre que o clube entra em campo em decisões desse porte.
Ao final, o tetracampeonato da Libertadores não se resumiu à taça erguida. Ele expôs, mais uma vez, um traço central do Flamengo: a capacidade de mobilizar pessoas que jamais se encontraram, em cidades que muitos sequer sabiam localizar no mapa, mas que vibraram como se estivessem lado a lado. Um retrato fiel de um clube que se acostumou a ser chamado de Nação porque, na prática, se comporta como tal.
A impressionante festa da torcida do Flamengo no Piauí, Ceará e pelo Brasil no tetra da Libertadores
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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