A impressionante festa da torcida do Flamengo em Paris, Sydney, Acre, Rocinha e nos rincões do Brasil
Logo após o gol de Danilo, as ruas de Lima pareciam parte do Rio. O jornalista Pedro Torre registrou torcedores tomando calçadas, avenidas e praças da cidade, algo que já virou rotina em competições continentais. A vitória acendeu uma fagulha que logo cruzou o mar. Em Paris, o vídeo mostra dezenas de rubro-negros cantando no frio europeu como se estivessem na porta do Maracanã. Os franceses que passavam olhavam com curiosidade, alguns paravam para gravar, e o coro embalado lembrava que o Flamengo não tem fronteiras.
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A travessia ganhou outro fuso horário e desembarcou em Sydney, onde o consulado local reuniu torcedores para uma caminhada que virou quase um cortejo. O canto ecoando pelas ruas australianas parecia deslocado do contexto, mas não destoava da emoção que sempre acompanha o clube. O gesto de filmar urubus voando, de erguer bandeiras improvisadas, de transformar a comemoração em ritual, tudo isso reapareceu a doze mil quilômetros do Maracanã.
No Brasil, a reação tomou proporções ainda maiores. Manaus ergueu uma multidão no centro. Recife lotou avenidas. Fortaleza exibiu telões abarrotados. Em Florianópolis, os torcedores tomaram a Beira-Mar com bandeiras que não paravam de tremular. E no Rio, a festa espalhou-se como um mapa vivo do Flamengo. A Rocinha virou um mar vermelho e preto, com fogos estourando por todos os lados e um clima de baile popular. No Complexo do Alemão, imagens de drone mostraram ruas vibrando em uníssono, com crianças, jovens e idosos dividindo o mesmo entusiasmo. Esses registros revelam o que sociólogos e cronistas já descreveram em livros e reportagens: O Mais Querido se organiza pela energia do povo e não por ações de marketing. A emoção nasce de baixo para cima.
A dimensão nacional ficou mais clara quando os vídeos começaram a chegar de regiões que raramente ocupam o noticiário esportivo. Canaã dos Carajás, no Pará, juntou uma multidão que surpreendeu até quem mora na cidade. Tabatinga, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, saiu às ruas com centenas de motos. Manacapuru, no Amazonas, teve carreata puxada por um trator, algo que rapidamente viralizou. Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, exibiu uma procissão rubro-negra que avançava pelas ruas como um carnaval improvisado. Cruzeiro do Sul, no Acre, mostrou que a paixão atravessa florestas, rios e distâncias que a geografia costuma impor.
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Em regiões metropolitanas ou em cidades pequenas, a lógica foi a mesma. Nada foi organizado pelo clube. As manifestações surgiram de maneira espontânea, como resposta natural a um título que carrega peso histórico. Essa organicidade explica também a irritação de rivais, incapazes de replicar mobilizações dessa escala. No Flamengo, a torcida não depende de estruturas formais para existir. Ela se expande pela memória afetiva, pela herança familiar e pela força mística da camisa.
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As imagens que circularam nos últimos dias explicam, sem precisar de teoria, por que o Fla ultrapassa fronteiras e gerações. É futebol, mas é também pertencimento. O clube opera em ritmo de país, como se tivesse vida própria. Do Morro da Rocinha aos arredores da Torre Eiffel, de Sydney aos interiores do Nordeste, o tetra virou um acontecimento cultural que confirma algo já sabido por quem acompanha a história do clube: quando o Flamengo vence, o mundo inteiro parece acender a mesma chama.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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