Na noite de quarta-feira (22), o Flamengo venceu o Racing no Maracanã em meio a um espetáculo das arquibancadas. O estádio recebeu um mosaico monumental com os três símbolos históricos do clube: o da fundação, remo e dos esportes terrestres. A festa começou cedo, com a união das torcidas organizadas garantindo o ritmo. Quem esteve no local descreveu uma atmosfera arrebatadora. Mas quem assistiu pela TV Globo teve uma impressão diferente: a de que o som da Nação Rubro-Negra havia desaparecido.
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A discussão começou logo após o jogo. Comparações entre a transmissão da TV Globo e da GE TV viralizaram nas redes. Em vídeos lado a lado, era possível notar um contraste evidente. Na transmissão digital, o som do Maracanã parecia pulsar, com cânticos ecoando intensos. Já na TV aberta, a torcida surgia abafada, quase tímida.
O usuário do X (antigo Twitter), Leandro Moraes, publicou um exemplo marcante: o mesmo lance do jogo, reproduzido nas duas plataformas. Na GE TV, a voz do narrador se misturava aos gritos de “Meeeeeeengo” vindos das arquibancadas; na Globo, o áudio parecia filtrado, com o ambiente do estádio bem mais discreto. “Na Globo parece que a torcida tá de má vontade”, escreveu um expectador. A comparação acendeu o debate: seria uma diferença técnica ou uma escolha editorial?
Quem analisa com cuidado percebe que o caso pode ter mais a ver com o formato das plataformas do que com manipulação. O som transmitido pela TV aberta passa por compressões e equalizações que equilibram a narração, o áudio de campo e o som ambiente. Na internet, o padrão é outro, o som chega mais alto, menos filtrado, mais próximo do ambiente real. Ainda assim, para muitos torcedores, a diferença foi grande demais para ser apenas técnica.
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Antônio Tabet, que esteve no Maracanã, reforçou a distância entre o que se viu no estádio e o que foi mostrado na tela: “A torcida do Flamengo foi impecável. Só ouvi a torcida do Racing uma vez, antes da bola rolar.” A percepção de quem viveu o jogo dentro do estádio foi oposta à que circulou nas redes de quem acompanhou pela Globo.
A discussão sobre o “abafamento” do som não é nova. Em outros jogos, torcedores já apontaram que transmissões priorizam o microfone posicionado próximo à torcida visitante, ou reduzem o volume geral para destacar a narração. Em uma arena de acústica peculiar como o Maracanã, qualquer ajuste técnico pode alterar a percepção da festa.
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Há, ainda, uma questão interna da própria arquibancada. O Maracanã de hoje abriga diversas torcidas organizadas espalhadas por setores diferentes. Quando cada grupo canta uma música distinta, o som se dispersa e perde força coletiva. Isso afeta tanto a vibração dentro do estádio quanto o registro dos microfones da TV. Nos jogos recentes contra Palmeiras e Racing, a união entre as torcidas foi essencial para recuperar parte do impacto sonoro que consagrou o estádio.
Entre a versão da Globo, a percepção da torcida e a vivência no estádio, o fato é que o debate sobre o som do Maracanã ultrapassou o campo técnico. Ele toca na relação simbólica entre o clube e a sua maior força: a Nação. Para quem estava nas arquibancadas, o espetáculo foi absoluto, o Flamengo cantou do início ao fim. Para quem viu pela TV, restou a dúvida incômoda: o que fizeram com o som da torcida?
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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