O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, detalhou nesta terça (07), os números do contrato da equipe com a Libra, expondo o que considera perdas financeiras significativas e criticando a condução das negociações pela gestão anterior. Em reunião com conselheiros do clube, Bap afirmou que o Flamengo foi “ingênuo ou enganado” em um processo que, segundo ele, não discutiu o futuro do futebol brasileiro nem a formação de uma nova liga. “Jamais houve uma única conversa sobre como tocaríamos um campeonato”, disse, acrescentando que o clube perdeu aproximadamente meio bilhão de reais em cinco anos.
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Bap abriu a exposição contextualizando o tamanho da torcida rubro-negra. Pesquisas da Brasil Penal e do Globo apontam que cerca de 29% dos brasileiros que torcem para algum clube são flamenguistas, uma participação que cresceu nos últimos dez anos. “Somos os maiores em redes sociais, público médio e rendas quando jogamos fora. Cumprimos todas as obrigações legais e comerciais. Nenhum clube no Brasil pratica o que o Flamengo pratica em termos de fair play financeiro”, afirmou, citando também investimentos na manutenção do gramado do Maracanã para jogos compartilhados com o Fluminense.
Segundo o presidente, a redução de receita de 300 milhões para 200 milhões anuais, no período pós-acordo com a Libra, decorre de decisões tomadas anteriormente pelo clube, incluindo a divisão de 70% do dinheiro do contrato entre critérios de classificação, em vez de valores fixos independentes do desempenho. “Quando abrimos mão de parte do dinheiro e nos colocamos dependentes da classificação no Brasileiro, deixamos milhões na mesa”, explicou, destacando que a negociação favoreceu outros clubes sem reconhecer a relevância do Flamengo.
Bap comparou a atuação da Libra com a da Liga Forte, grupo que, segundo ele, soube reconhecer o tamanho do Corinthians e distribuir o bolo financeiro de maneira mais adequada. “Se pegarmos a audiência dos 20 clubes entre Libra e Liga Forte, 45% da audiência estava na Libra, mas eles ficaram com apenas 45% do dinheiro total. Isso é matemático”, afirmou, acrescentando que, pela proporção de torcedores, o Flamengo deveria receber bem mais do que os 200 milhões atuais.
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O dirigente também criticou interpretações equivocadas da Lei do Mandante, que, segundo ele, não altera a relevância da audiência do Flamengo. “Mesmo usando critérios milimétricos de distribuição, o clube deveria ganhar 420 milhões. A diferença é clara e mostra quem realmente perdeu dinheiro na divisão”, afirmou, reforçando que não há generosidade envolvida, mas uma questão de cálculo e justiça financeira.
Sobre os próximos passos, Bap indicou que o Flamengo tentará um acordo com a Libra, mas não descarta recorrer à via arbitral, que pode se estender por tempo indeterminado. “Queremos continuar juntos, construir uma liga sólida para o futuro, mas depende do bom senso dos outros clubes”, disse. Questionado sobre a possibilidade de jogar sozinho, o presidente foi categórico: “O Flamengo não vai jogar sozinho. Essas são guerras de narrativa tolas. Nosso objetivo é garantir que todos cresçam, mas sem sacrificar o clube”.
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Ao longo da apresentação, Bap reiterou que o clube manteve o direito de veto e salvaguardas estabelecidas pelo Conselho Deliberativo, mas que nem todos os mecanismos previstos foram respeitados no contrato final. Ele destacou que as decisões financeiras do Flamengo refletem a responsabilidade com os associados e a obrigação de preservar os recursos do clube, mantendo a transparência e a estratégia de longo prazo.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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