Para que serviu a campanha nacional do Cadastro Rubro-Negro? Qual era o objetivo do marketing do Flamengo ao iniciar esse projeto? Onde estão essas informações? Como serão usadas? São perguntas que fiz a mim mesmo durante a campanha, que durou pouco e foi estrategicamente lançada no dia errado.
Quando a campanha começou a ser veiculada nas mídias de TV e internet, antes de seu lançamento, todos só falavam dos 60 anos do Zico. Mesmo com o Galinho sendo o rosto da campanha, a atenção estava voltada para o seu aniversário. Quando a campanha foi lançada? Justamente no dia do aniversário de Zico, 3 de março. No fim do dia, a principal chamada era: “Nos 60 anos de Zico, o Flamengo lança campanha para cadastrar torcedores”. A campanha ficou em segundo plano.
O cadastro podia ser feito em minutos. Bastava colocar nome, cidade, e-mail e CPF. Mas achei muito pouco para quem quer manter um relacionamento mais próximo com a torcida. Poderia ter sido feito algo mais completo, que pudesse ser utilizado em ações futuras, como o próprio programa de Sócio-Torcedor Nação Rubro-Negra e na venda de produtos oficiais do clube.
Poderiam ter sido solicitadas mais informações, como: “Quanto você pagaria por um sócio-torcedor do Flamengo?”, “O que você espera de um sócio-torcedor do Flamengo?”, “Como você compra produtos oficiais do Flamengo na sua cidade?”, “Quanto você gasta com produtos oficiais do Flamengo?” etc. Abaixo das perguntas, poderiam ser colocadas opções para o torcedor marcar ou até mesmo um filtro para seleção das respostas. Também seria rápido e prático.
Com essas informações, o clube teria o perfil de cada torcedor. E além de criar um banco de dados, teria também o mapeamento necessário para oferecer seus produtos ao público certo. Com isso, seria possível realizar ações direcionadas, sem dar “tiro no escuro”.
As Embaixadas também poderiam ser parceiras nesse cadastro. Por que não oferecer uma estrutura mínima para que cada Embaixada destinasse um dia do mês ao cadastramento de seus associados e de demais torcedores de sua cidade? Apesar da disseminação da internet, nem todos têm acesso a ela. A Embaixada poderia disponibilizar uma ou duas pessoas com computadores para realizar o cadastro e explicar os objetivos da campanha. Seria sensacional!
Fica claro que a nova diretoria tem a intenção de transformar os seus 40 milhões de torcedores — clientes em potencial — em consumidores fiéis. Isso é possível. Basta, antes de qualquer coisa, conhecer o seu cliente e suas preferências. Fica muito mais fácil realizar qualquer ação de marketing. E acredito que o Cadastro Rubro-Negro serviria para isso.
Só voltei ao assunto porque soube que o Cadastro Rubro-Negro voltará a ser trabalhado pelo marketing do clube, mas que, no momento, a prioridade é a divulgação do programa Nação Rubro-Negra. O que acho mais que válido, já que o programa é encarado como uma salvação pela diretoria.
Não sou profissional de marketing. Sou leigo, mas não sou burro. Acredito que, mapeando informações, o Flamengo pode se estruturar melhor no marketing, assim como tem feito em outros setores.
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Tulio Rodrigues
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