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COMO SÃO JUDAS TADEU SE TONOU O PADROEIRO DO FLAMENGO – FLAMENGO 130 ANOS

COMO SÃO JUDAS TADEU SE TONOU O PADROEIRO DO FLAMENGO - FLAMENGO 130 ANOS

Para celebrar os 130 anos do Flamengo, estamos fazendo uma série de vídeos com os principais acontecimentos da fundação e da história do clube. Hoje, vamos falar da adoção de São Judas Tadeu como padroeiro.


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Para contar a história da adoção de São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis, como padroeiro do Flamengo, precisamos voltar a 1953.

O Rubro-Negro não vencia o Carioca desde 1944, quando conquistou o seu primeiro tricampeonato.

Na sua torcida, o Flamengo contava com o padre Góes, torcedor fanático do clube. Cansado do sofrimento das derrotas, foi com Alves de Morais à Gávea. Com os jogadores reunidos e o recém-chegado treinador Fleitas Solich, garantiu que a equipe conquistaria o Campeonato Carioca de 1953, mas fez um pedido: não custava nada que os atletas ajudassem um pouco e fossem a uma missa antes de cada jogo.

No domingo seguinte, lá estavam os jogadores, Fleitas Solich, Fadel Fadel, Alves de Morais e o presidente Gilberto Cardoso na igreja. Todos acenderam uma vela, se ajoelharam diante do altar de São Judas Tadeu e fizeram seus pedidos. Bom, o elenco que contava com Jordan, Dequinha, Pavão, Dr. Rubens, Evaristo, Zagallo, Dida, Índio… conquistou o campeonato de 1953.

Na comemoração do título, o padre Góes foi ao gramado para abençoar os jogadores, enquanto Ary Barroso entregava as faixas. Inclusive, o pároco recebeu a dele.

A intervenção divina através do padre rendeu protestos dos rivais, que chegaram a fazer uma reclamação junto ao cardeal Dom Jaime Câmara, mas nada aconteceu com Góes. Fato é que, em 1954 veio o bi, e em 1955, o tri. A imagem do padre Góes no gramado, abençoando e distribuindo terços em vermelho e preto, virou rotina.

Com o tricampeonato carioca, o segundo da história do clube, diversos jogadores se tornaram ídolos do Flamengo, bem como Fleitas Solich, como um dos maiores treinadores de sua história. São Judas foi alçado definitivamente a padroeiro do clube e o padre Góes, um símbolo.

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O padre Góes era apaixonado pelo Flamengo e costumava realizar missas com o Manto Sagrado sob a batina. Segundo Mário Filho, o religioso não pediu licença ao Papa para se envolver de todas as formas com seu clube de coração. Ele simplesmente foi. Diferente do tricolor padre Romualdo, que enviou um ofício ao Vaticano explicando, em detalhes, tudo sobre o Fluminense. Depois de muita espera, recebeu o aceite. Já o padre Góes simplesmente foi viver de perto a relação com o seu clube do coração, mostrando que ser Flamengo também é um ato de fé.

Em dezembro de 1957, a imagem de São Judas Tadeu foi entronizada na Gávea num ato solene que contou com a presença do padre Góes. Quando Marcio Braga foi presidente do clube, deu prosseguimento às tradições com o padroeiro e entronizou o santo no vestiário dos jogadores, algo que acontece até hoje. Se tem jogo do Flamengo, lá está São Judas no vestiário.

Marcio também construiu um oratório nos jardins da Gávea. Hoje, há uma pequena capela dedicada ao santo na sede. O ex-presidente conta que, quando o padre Góes faleceu, foi se encontrar com seu substituto, o monsenhor Bessa. Intelectual e sério, não ligava para futebol. Após entender a ligação de São Judas com o clube rubro-negro, virou Flamengo e, no fim da vida, realizava as missas com o Manto Sagrado por baixo da batina.

Com a morte do monsenhor Bessa, o padre Benedito foi seu substituto. Além de já conhecer toda a ligação do clube com o santo, era torcedor apaixonado. Dava bênção no vestiário, nos uniformes, nos funcionários… Marcio fazia questão de levar o elenco à igreja de São Judas Tadeu, lembrando muito o que era feito nos anos 50 pelo padre Góes. Segundo o ex-dirigente, quando estava ruim, “chama São Judas Tadeu, traz o padre Benedito!”. O religioso morreu em 2012.

Outro fato curioso aconteceu em 2001. Na final do Carioca, o Flamengo precisava vencer o Vasco por dois gols de diferença para ser campeão. Aos 43 minutos do segundo tempo, quando Petkovic se preparava para cobrar a falta, na transmissão, Apolinho, o nosso eterno Washington Rodrigues, proferiu uma frase que entraria para a história: “E acaba de chegar São Judas Tadeu”. Gol do Pet. 3 x 1. Fla tricampeão carioca pela terceira vez na sua história.

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História de São Judas Tadeu

A história remonta que São Judas nasceu na Galileia, na Palestina, filho de Alfeu e Maria de Cléofas, prima de Maria. Ele era primo de Jesus e foi um dos seus 12 apóstolos. Pregou na Galileia, sua terra natal, e na Samaria. Evangelizou na Mesopotâmia, Síria, Armênia e Pérsia.

Sua morte foi em 28 de outubro do ano 70 d.C. Foi assassinado por uma lança e decapitado por uma machadinha por defender a fé cristã. Para escapar da morte, teria que negar a Cristo, o que não fez.

São Judas passou a ser conhecido como o santo das causas impossíveis a partir do século XIV. Santa Brígida disse ter tido uma visão com Jesus, e que São Judas iria interceder em qualquer situação, mesmo que ela parecesse sem solução.

Por influência da santa, muitos fiéis passaram a rezar no túmulo de São Judas. Algum tempo depois, pessoas com graves doenças foram curadas e muitas outras situações inexplicáveis aconteceram. A partir daí, ganhou a fama de santo das causas impossíveis.

Texto/Roteiro/Edição: Tulio Rodrigues

Fontes de pesquisa:
Livros:
Me Arrebata. Vol II – Maurício Neves de Jesus – Link para comprar
Histórias do Flamengo – Mario Filho – Link para comprar
Marcio Braga – Coração Rubro-Negro – Link para comprar

Sites:

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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