Diretor do Flamengo revela que estudo dos gramados foi feito a pedido da CBF e expõe bastidores do debate

Diretor do Flamengo revela que estudo dos gramados foi feito a pedido da CBF e expõe bastidores do debate
Imagem: Reprodução/Flamengo TV

O debate sobre a padronização dos gramados no futebol brasileiro ganhou novos contornos após a divulgação de um vídeo institucional da Flamengo TV, no qual o diretor do clube, Alexandre Rangel, detalha os bastidores do estudo apresentado à CBF. A revelação desmonta a narrativa de que o Flamengo teria agido de forma isolada ou oportunista e reposiciona a discussão em seu ponto de origem: uma solicitação formal da própria CBF aos clubes.


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A iniciativa, segundo o dirigente, começou ainda no início do ano, dentro de uma agenda ampla de modernização do futebol nacional, construída em conjunto entre a entidade e representantes dos clubes. Entre os temas definidos como estruturantes estavam calendário, fair play financeiro, arbitragem e, em sequência, a criação de um padrão técnico mínimo para os gramados utilizados nas competições organizadas pela CBF.

Nesse contexto, o Flamengo apresentou um documento com mais de 25 páginas, elaborado por profissionais especializados, atendendo ao pedido da entidade para que os clubes contribuíssem com propostas técnicas. O material não se limita a criticar o uso do gramado sintético. Ele propõe critérios objetivos para todos os tipos de superfície, naturais, híbridas ou artificiais, além de estabelecer um período de transição e parâmetros de infraestrutura, manutenção e avaliação contínua.

O diretor explica que a proposta foi entregue oficialmente em dezembro, como parte da resposta do clube à solicitação de ajustes no Regulamento do Brasileirão. A partir daí, o Flamengo optou por tornar público o conteúdo, reforçando que se tratava de uma contribuição ao debate coletivo, e não de uma tentativa de impor uma decisão unilateral.

A reação de alguns clubes, no entanto, seguiu outro caminho. Antes mesmo da formação do grupo de trabalho anunciado pela CBF, surgiram notas públicas rebatendo o estudo rubro-negro, muitas delas sem diálogo técnico com o conteúdo apresentado. O contraste ficou evidente: enquanto o Flamengo levou dados, referências internacionais e estudos científicos, parte da resposta se apoiou em argumentos genéricos e discursos defensivos.

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O dirigente também esclarece que a proposta inclui o próprio Flamengo. O Maracanã, embora tenha evoluído na temporada, também precisará se adequar aos padrões sugeridos, inspirados em critérios adotados por Fifa e Uefa. A ideia é que, em médio prazo, todos os clubes da Série A e da Série B atuem em condições semelhantes, reduzindo desigualdades competitivas e elevando o nível técnico do campeonato.

A comparação internacional é central no estudo. Nenhuma das principais ligas europeias permite gramados sintéticos na elite, e países como a Holanda já baniram esse tipo de superfície após estudos apontarem aumento no risco de lesões. O documento do Flamengo reúne pesquisas que indicam maior impacto físico, fadiga muscular e risco à saúde dos atletas, reforçando que a discussão não é ideológica, mas médica e esportiva.

Outro ponto abordado é o efeito cascata. Com seis clubes mandando jogos em gramado artificial, mais de 30% das partidas do Brasileirão serão disputadas nessas condições. Sem uma definição clara, esse número tende a crescer, tornando qualquer transição futura mais difícil e onerosa.

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Ao revelar esses bastidores, o Flamengo expõe uma contradição incômoda no debate público. A CBF pediu contribuições, o clube apresentou uma proposta técnica robusta e, ainda assim, passou a ser tratado como vilão de uma discussão que nasceu institucionalmente. O vídeo deixa claro que a questão central não é Flamengo contra Palmeiras, mas planejamento contra improviso.

No fim, o estudo recoloca o debate onde ele deveria estar desde o início: na busca por um padrão mínimo de qualidade que proteja atletas, valorize o espetáculo e aproxime o futebol brasileiro da primeira prateleira mundial. Tudo o que vier fora disso é ruído.

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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Tulio Rodrigues

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