São exatamente uma da manhã. Uma hora após a fatídica partida do Flamengo contra o Náutico. Derrota para o então pior time do campeonato. Há momentos em que é melhor deixar a emoção dar lugar à razão. Até porque já temos quem diga coisas que estão um tanto fora da racionalidade.
Não sei se vale a pena falar do jogo. Todo o departamento de futebol é culpado. O time não empolga, não demonstra raça e continua com os mesmos costumes e trejeitos característicos do ano passado, tão criticado e amplamente discutido por todos nós.
Onde e em quem essa conta vai estourar? Em nós, torcedores? Ao que me parece, mais uma vez, seremos os responsáveis pela busca da luz no fim do túnel. Não falo de se tornar Sócio Torcedor, mas daquele apoio que sempre sobra pra nós na arquibancada, em momentos críticos, e que só os mais tarados saem de suas casas – faça chuva ou sol – para dar: o apoio inconteste!
E por falar em Sócio Torcedor, o que foi aquilo no placar eletrônico do Orlando Scarpelli?
“Tem gente que só reclama, reclama, e… na hora de ajudar, cadê?
Vai esperar mais quanto tempo?
O Mengão está se recuperando, mas todo mundo precisa fazer sua parte.
Não pode só torcer. Tem que fazer alguma coisa.
Você pagaria quanto para ver outro gol como o de Nunes em 1981?”
Sejamos sinceros! Isso é marketing? Pra mim, soa como desrespeito com a torcida. Parece que o que estão fazendo é dividir a nossa torcida em dois grandes grupos: os Sócios Torcedores e o Resto. Para encerrar o assunto, acho que isso não é bom para o Clube. Enquanto o discurso for esse, nem me passa pela cabeça me associar ao programa. E falem o que quiser, pois sou sócio do Clube e desembolso “duzentinho” todo mês.
Torcer pelo Flamengo nunca exigiu credencial, carteirinha, comprovante de pagamento ou diploma. Você é Flamengo quando assim se declara. E Flamengômetro, só no FlamengoNet – e lá nem é pra medir quem é mais ou menos Flamengo. Tá todo mundo no mesmo barco!
Deixo claro que ainda acredito num bom trabalho por parte da diretoria. Torço por isso e, quando merecerem, aplaudirei com o maior prazer do mundo. Até mesmo o Jorginho, se acertar a equipe e passar a vencer! Não tenho vergonha de ser uma metamorfose ambulante e mudar de opinião! Há acertos, há erros! Cobramos, sim. Sabemos que a competência de quem está na diretoria pode ser muito melhor aproveitada no Flamengo.
Hoje, talvez, nos foi mostrado em quais setores estão errando neste início de gestão. Então, admitam as falhas – não pra mim, mas para si próprios – e promovam mudanças necessárias, profissionais e que, eticamente, estejam de acordo com o discurso que começou a ser propagado no dia 28 de agosto de 2012, no Cinema Leblon.
E o placar eletrônico não nos favoreceu nem antes, nem durante, nem depois do jogo!
—
Tulio Rodrigues