Flamengo caminha para R$ 2 bilhões em receitas e reduz dependência da TV

Flamengo caminha para R$ 2 bilhões em receitas e reduz dependência da TV
Imagem: Reprodução/Flamengo TV

O Flamengo caminha para fechar 2025 em um patamar inédito no futebol sul-americano. Projeções divulgadas pelo jornalista Rodrigo Mattos indicam que o clube pode ultrapassar a marca de R$ 2 bilhões em receitas anuais, consolidando-se como o primeiro da América do Sul a atingir esse nível de faturamento de forma recorrente. A estimativa surge às vésperas da apresentação do orçamento, em reunião do conselho, e ajuda a dimensionar o peso esportivo e comercial construído ao longo da última década.


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A composição dessa receita desmonta um argumento recorrente no debate público. Diferentemente do discurso que reduz o sucesso rubro-negro à televisão, os números mostram um clube cada vez menos dependente dos direitos de transmissão. De acordo com a projeção, o Flamengo deve fechar o ano com cerca de R$ 247 milhões em receitas diretas de TV, valor significativo, mas distante de ser o eixo central do orçamento. Patrocínios, licenciamento, premiações e matchday já rivalizam ou superam essa fatia.

O maior impacto isolado em 2025 vem das vendas de jogadores. A estimativa inicial apontava algo em torno de R$ 350 milhões em transferências, mas o clube ultrapassou essa previsão com folga, chegando a aproximadamente R$ 545 milhões, impulsionado por negociações como as de Gerson e Wesley. Mesmo assim, o dado mais relevante não está no montante eventual, e sim no contexto: ainda que retire esse excedente, o Flamengo se sustenta em receitas estruturais robustas.

As premiações esportivas também tiveram papel decisivo. O clube arrecadou cerca de R$ 420 milhões nesse quesito, valor inflado pela conquista da Libertadores e, principalmente, pela participação no Mundial disputado no meio do ano, competição que distribuiu cifras superiores às pagas pela Conmebol ao campeão continental. Trata-se, porém, de uma receita extraordinária, que não se repetirá em 2026, o que torna ainda mais relevante observar a base recorrente do orçamento.

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É justamente nesse ponto que aparecem os números mais simbólicos. Patrocínio e licenciamento devem fechar o ano na casa dos R$ 483 milhões, aproximando-se das vendas de atletas e superando, com margem confortável, os direitos de transmissão. A tendência é de crescimento, especialmente com o contrato da Betano operando por um exercício completo em 2026, algo que não ocorreu integralmente em 2025. O Flamengo se aproxima, assim, de um modelo mais próximo ao europeu, em que a exploração da marca supera a dependência da TV.

O matchday também ganhou outro peso na equação. Com receitas estimadas em torno de R$ 240 milhões, o clube avançou não apenas no volume arrecadado, mas na margem. A gestão do Maracanã permitiu reduzir custos operacionais, ampliando a sobra líquida da bilheteria e do sócio-torcedor. Em termos práticos, o dinheiro que fica no caixa após o apito final passou a ser tão relevante quanto a arrecadação bruta.

Esse cenário ajuda a explicar por que o orçamento projetado para 2026 gira em torno de R$ 1,8 bilhão mesmo sem considerar vendas expressivas de jogadores ou conquistas esportivas. O Flamengo construiu uma receita recorrente capaz de sustentar competitividade em alto nível, independentemente de títulos ou negociações pontuais. O desempenho esportivo potencializa o faturamento, mas já não é condição de sobrevivência financeira.

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A leitura dos números também expõe a fragilidade de análises superficiais que insistem em resumir o clube à TV. Quando dirigentes ou comentaristas sustentam esse argumento, ignoram dados públicos e desconsideram a transformação do Flamengo em uma potência comercial. O crescimento não veio de um único contrato, mas da combinação entre marca forte, gestão profissional e desempenho consistente dentro de campo.

Ao atingir a casa dos R$ 2 bilhões, o Flamengo não apenas quebra recordes. Ele estabelece uma distância estrutural em relação aos concorrentes nacionais e redefine o parâmetro do futebol brasileiro. O debate, a partir de agora, deixa de ser se o clube chegou lá, e passa a ser como os demais tentarão encurtar esse caminho.

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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Tulio Rodrigues

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