Seja bem-vindo, Mano!

E aqui estou eu para falar da contratação do Mano, algo que evitei fazer com os dois últimos técnicos que passaram pelo comando da equipe: Doriva Jr. e Jorginho. Mas tive essa audácia com a chegada de Joel (Tchau, Luxa! Bem-vindo, Papai Joel). Claro que os momentos são diferentes, assim como a qualidade dos profissionais.

Mano tem mais cancha e conquistas relevantes mais recentes do que os três últimos técnicos citados. Não estou errado em dizer que Mano tem a cara dessa diretoria, que preza, neste exato momento, pela reconstrução do Clube como um todo. Enquanto a diretoria vai reconstruindo o Flamengo fora das quatro linhas, Mano terá que fazê-lo dentro de campo.

Mano, que segundo a imprensa estava sendo sondado por clubes europeus, não viria sem algumas garantias e um grande projeto. Salário em dia, autonomia e bons jogadores devem estar entre os itens. Treinar o Flamengo é uma faca de dois gumes muito afiada. Mano pode entrar para a história, como Andrade entrou recentemente, ou pode ficar marcado por uma passagem desastrosa.

Nas equipes de ponta no Brasil, Mano fez ótimos trabalhos. Pegou um Grêmio na segunda divisão e o levou ao vice-campeonato da Libertadores. No Corinthians, repetiu a dose — sem chegar à decisão da Libertadores —, mas venceu a Copa do Brasil e o Campeonato Paulista.

Não me cabe aqui dizer se Mano é caro ou não. Um milhão é tão caro quanto trezentos mil. O que irá julgar Mano como técnico do Flamengo é a qualidade do seu trabalho à frente do Clube. Aí sim veremos se o investimento que o Flamengo faz no técnico é caro ou não.

Mano é um técnico inteligente, muito ligado no que rola no futebol mundial. Tem conhecimentos que vejo poucos técnicos terem, principalmente em relação ao que vem sendo usado taticamente e em posicionamento. Um bom time não começa por um bom goleiro, mas por um bom técnico — e acho que agora já temos um. Se Mano vai dar certo ou não, é outra conversa. Afinal, somos por demais exigentes.

Boa sorte, brother… digo, Mano!

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