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Tiago Leifert inverte responsabilidades da arbitragem e influencers de Santos Palmeiras se enrolam

Tiago Leifert inverte responsabilidades da arbitragem e influencers de Santos Palmeiras se enrolam

Thiago Leifert voltou ao centro do debate esportivo ao comentar, em vídeo, as recentes polêmicas de arbitragem no futebol brasileiro. O ex-apresentador da Globo afirmou que jornalistas e influenciadores que comparam lances semelhantes, como o de Gustavo Gómez, do Palmeiras, e o de Evertton Araújo, do Flamengo, contribuem para que a arbitragem continue ruim. O discurso, ao tentar parecer ponderado, acabou soando como uma tentativa de inverter responsabilidades e de inocentar quem realmente tem poder para mudar o jogo: a CBF, os clubes e as ligas.


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A linha argumentativa de Leifert é simples: quando alguém compara dois lances iguais com decisões diferentes, reforça a confusão e prejudica o trabalho dos árbitros. Segundo ele, se antes um erro foi cometido, agora o acerto deveria ser celebrado, e quem insiste em cobrar coerência estaria “fazendo parte do problema”. É uma tese conveniente para quem prefere o conforto do discurso moralista à cobrança estrutural.

O problema é que essa retórica desloca o eixo da responsabilidade. Ao atribuir aos comentaristas o peso de uma crise que nasce dentro das instituições, Leifert transforma a crítica em vilã e o sistema em vítima. É como se o torcedor, o jornalista ou o influenciador fossem culpados pela má qualidade da arbitragem, quando na verdade são apenas reflexo de uma estrutura falha, centralizada e sem transparência.

Não é de hoje que o debate sobre arbitragem se tornou um terreno pantanoso. A CBF segue sem plano consistente de profissionalização, os clubes permanecem omissos, e as duas principais promessas de ligas, Libra e Liga Forte União, não avançam em propostas concretas. Enquanto isso, a mídia tradicional e os influenciadores se enfrentam em trincheiras digitais, muitas vezes alimentando o mesmo ciclo de superficialidade que dizem combater.

Mas, no caso específico, há uma contradição ainda mais evidente. O Futeboteco, que abraçou o discurso de Leifert, é o mesmo canal que vive de comentar vídeos de lances, reproduzir comparações e gerar cortes sobre polêmicas de arbitragem, exatamente o tipo de conteúdo que o apresentador condena. Quando os integrantes afirmam que “ninguém quer melhorar a arbitragem, só engajar”, parecem esquecer que também monetizam a mesma discussão rasa que criticam.

A incoerência se acentua quando se nota o silêncio desses mesmos analistas diante do verdadeiro debate: a necessidade de profissionalização da arbitragem. Nenhum deles leva ao ar especialistas, ex-árbitros ou gestores que possam discutir soluções reais. É mais fácil culpar “os outros”, jornalistas de Twitter, torcedores que recortam vídeos, do que encarar o próprio papel num ecossistema que vive de barulho e pouca substância.

Leifert, por sua vez, faz o que sempre soube fazer bem: performar o equilíbrio. Seu discurso soa como uma tentativa de se colocar acima do embate, como o observador que enxerga o que os demais não veem. Mas, ao dizer que quem critica a arbitragem “é parte do problema”, ele apenas mascara o diagnóstico. O problema não está em comparar lances. Está em um futebol onde a CBF muda critérios sem explicação, onde os árbitros se contradizem de um jogo para outro e onde os clubes aceitam a confusão enquanto lhes convém.

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Se há algo que o vídeo de Leifert e a reação do Futeboteco escancaram, é o empobrecimento do debate esportivo. O espaço para análise virou disputa de narrativas, e a crítica legítima se tornou sinônimo de engajamento barato. No fim, quem mais fala sobre responsabilidade é justamente quem menos assume a sua.

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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