A viagem estava planejada havia semanas. Hospedagem reservada, passagem comprada, roteiro definido para uma estadia curta em Lima. O objetivo era um só: acompanhar de perto a decisão da Libertadores. A reviravolta começou quando os ingressos destinados à torcida rubro-negra esgotaram em poucos minutos. A torcedora, já com tudo pago, recusou-se a aceitar a possibilidade de assistir à partida longe do estádio e decidiu partir para uma solução improvável. Encontrou bilhetes disponíveis no setor destinado ao adversário, comprou um deles e iniciou uma preparação discreta para se infiltrar entre os integrantes da Mancha Verde no jogo mais tenso da temporada.
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A entrada em campo das torcidas organizadas transformava o Estádio Monumental em um reduto de rivalidades históricas. No meio do setor sul, ela tentava controlar a respiração enquanto repetia mentalmente as músicas que havia decorado nos dias anteriores. O plano incluía apagar perfis de redes sociais, trocar o papel de parede do celular e evitar qualquer detalhe que pudesse sugerir sua ligação com o Flamengo. A estratégia funcionou. O clima de arquibancada a envolveu de tal forma que, em poucos minutos, já conseguia repetir cantos de apoio ao time rival sem levantar suspeitas.
O momento mais crítico ocorreu quando Danilo abriu o placar. A explosão coletiva obrigou um autocontrole raro. No vídeo publicado depois, ela admitiu que por dentro comemorou o lance rubro-negro como se estivesse no setor visitante, mas no estádio manteve a serenidade que salvou o disfarce.
A vitória rubro-negra, que garantiu o tetracampeonato continental, trouxe alívio e a sensação de missão cumprida. Ela deixou o estádio ainda sob o impacto da experiência, mas sem que ninguém percebesse sua verdadeira identidade. O relato publicado no perfil “@beterrabaapoc” viralizou rapidamente, reunindo quase um milhão de visualizações apenas no X(Antigo Twitter) e desencadeando uma sequência de comentários curiosos, elogios pela coragem e também críticas pelo risco assumido.
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Entre respostas bem-humoradas e explicações adicionais, a torcedora revelou detalhes que tornaram a história ainda mais singular. Disse que os ingressos para a torcida do Flamengo desapareceram rapidamente e que o setor misto só voltou a ter disponibilidade quando ela já havia comprado no setor adversário. Contou ainda que apagou TikTok, Instagram e até limpou a galeria do celular para evitar equívocos que comprometessem sua segurança. O gesto, embora extremo, nasceu da vontade de não desperdiçar a chance de ver de perto um jogo decisivo.
Alguns comentários chamaram atenção pela espontaneidade. Um torcedor imaginou o desespero que seria comemorar um gol do Palmeiras, ao que ela respondeu com ironia que “graças a Deus o Rossi nem suou”. Outro lembrou que, ao fim do jogo, chorou de emoção em meio aos rivais, que interpretaram suas lágrimas como dor pela derrota. Ela contou que vários tentaram consolá-la, dizendo que “no ano que vem seria diferente”.
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A repercussão trouxe à tona outras histórias semelhantes, como a de criadores de conteúdo que, anos antes, já haviam se infiltrado em setores adversários para acompanhar clássicos. Mas nenhuma delas alcançou o simbolismo dessa final continental. A combinação de improviso, frieza e um pouco de loucura transformou o caso em um retrato curioso da relação entre torcedor e time, sobretudo quando a paixão supera barreiras geográficas e lógicas de segurança.
A própria protagonista encerrou o relato com naturalidade, dizendo que não recomendaria a experiência, mas que não se arrepende de ter vivido a partida por dentro, mesmo cercada pela torcida rival. A façanha ganhou contornos de fábula moderna entre rubro-negros e virou um exemplo de como a obstinação de um torcedor pode encontrar caminhos improváveis para acompanhar o clube de perto. A noite terminou com o Flamengo tetracampeão e ela, aliviada e radiante, de volta ao hotel com a sensação de que atravessou uma fronteira simbólica no amor pelo time.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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