100 anos de Flamengo x Botafogo – 2° jogo da final do Brasileiro de 92

100 anos de Flamengo x Botafogo – 2° jogo da final do Brasileiro de 92

Fui convidada a fazer uma viagem. Uma viagem muito especial. Uma viagem ao passado… A um lugar mágico, num momento único, onde a vibração rubro-negra era contagiante. Entrei na máquina do tempo e voltei a 92… O dia? 19 de julho. Onde? Maracanã… o palco dos maiores espetáculos da Terra!

Eu tinha apenas 11 anos, mas o Flamengo já estava arraigado em mim. Foi um ano muito positivo, o que tornava aquela final ainda mais especial!

Era uma final com vantagem oriunda de um 3 x 0 que nos deixava tranquilos e calmos. Mas você acredita que alguém se acomodou com isso??? NUNCA! Os caras que representavam a Nação eram incansáveis! No comando de Júnior, e sem glamour ou vaidades, o Mengão era composto, em sua maioria, por jogadores formados na base… Tudo gente de casa. Sem estrelismos, sem medalhões, sem outra pretensão que não fosse dar alegrias aos rubro-negros que ali estavam — que, aliás, SEMPRE estavam.

Os chorões, que não eram dos piores, já vinham de uma chulapada na primeira partida e entraram meio tímidos. Saudade daquele tempo em que, só de saber que o Flamengo era o adversário, já era meio jogo ganho!

Era um time orquestrado… Também pudera! Com Júnior naquele time, não dava para ser diferente! O Flamengo dominava a cena, era o dono da partida.

Foi um jogo sem muitas emoções em campo, já que o Fla logo abriu vantagem com dois gols, mas deixou o Bota crescer e balançar a rede, alcançando o empate. Mas aí já era tarde! A festa já era rubro-negra!

Apesar de tamanha emoção, este jogo também foi marcado por um triste fato: uma grade da arquibancada do Maracanã cedeu, provocando a queda de centenas de pessoas para o anel inferior e a morte de três torcedores. A partir desse acontecimento, o Maracanã sofreu ajustes e nunca mais pôde receber um público tão grandioso.

Viajar a 92, em um clássico tão importante para a história do futebol, é algo que apenas quem pôde viver consegue descrever com exatidão. Era tempo em que jogadores entravam em campo com plena consciência da responsabilidade de vestir o Manto. Tempo em que ídolos não eram pinçados — eram listados! Não éramos reféns à espera de um herói, porque tínhamos a Liga da Justiça toda reunida! E, apesar daquele 19 já ser um dia de missão cumprida, nossos heróis não abriam mão do espetáculo. Afinal, um clássico precisa refletir a grandiosidade que possui — e vencer era questão de honra!

Eu bem que sonhei em ser Paquita… Mas, naquele 19/07/92, eu senti o que era a marra de ser rubro-negra! E que o futebol era meu combustível!

E meu herói favorito? Maestro! A quem dedico meus melhores sorrisos e gritos de gol. Maestro, você é o cara!

E desde aquele dia, eu só pude reforçar aquilo que já era lei dentro da minha casa:
Nada importa sem o Flamengo!

— Marcella Mello


Ficha Técnica

19/07/1992 – Maracanã – Rio
Flamengo 2 x 2 Botafogo
Público: 122.001
Renda: Cr$ 1.936.000,00
Árbitro: José Roberto Wright
Gols: Júnior (42’/1ºT), Júlio César (10’/2ºT) (F); Pichetti (38’/2ºT), Valdir (43’/2ºT) (B)
Expulsões: Renê e Wilson Gottardo (B)

Flamengo: Gilmar; Charles Guerreiro, Gelson, Wilson Gottardo e Fabinho (Mauro); Uidemar, Júnior e Zinho; Júlio César, Gaúcho (Djalminha) e Piá.
Técnico: Carlinhos

Botafogo: Ricardo Cruz; Odemilson, Renê, Márcio Santos e Válber; Carlos Alberto Santos, Pingo e Carlos Alberto Dias; Vivinho (Jéferson Gaúcho), Chicão (Pichetti) e Valdeir.
Técnico: Gil


Acompanhe a nossa série:

Comentários

Descubra mais sobre Ser Flamengo

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Blog Ser Flamengo