A VERDADE QUE DANILO LAVIERI ESCONDEU DA LIBRA: DOCUMENTO INCOMPLETO E RESPOSTA DO FLAMENGO; CONFIRA

O jornalista Danilo Lavieri exibiu, no programa Posse de Bola, o documento que traz a assinatura de Rodolfo Landim, então presidente do Flamengo, no estatuto da Libra, em setembro de 2024. O contrato, segundo ele, provaria que o clube rubro-negro concordou com os critérios de divisão de receitas por audiência. No entanto, a análise detalhada do conteúdo e da cronologia mostra um cenário mais complexo, e explica por que o Flamengo levou o caso à Justiça.
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Em 6 de setembro de 2024, a assembleia da Libra aprovou uma reforma estatutária que incluía, entre outros pontos, as premissas gerais para a distribuição de receitas de transmissão entre os clubes. O texto estabelecia que 30% do montante seriam destinados conforme a audiência, mas sem definir como essa audiência seria medida. O documento previa apenas que os cálculos considerariam as plataformas: TV aberta, fechada e pay-per-view, e que os pesos seriam definidos posteriormente. Foi essa versão, com lacunas sobre os critérios, que recebeu a assinatura de Landim.
Meses depois, já em 2025 e sob nova gestão, o Flamengo questionou a Libra sobre o critério exato de rateio. A Globo, responsável pelos pagamentos, também cobrou da associação uma definição: precisava saber quanto cada plataforma representaria no cálculo da audiência. O impasse levou a discussões internas e, finalmente, em agosto, os clubes votaram o chamado “cenário 1”, que determinou pesos de 50% para a TV aberta, 5% para a TV fechada e 35% para o pay-per-view.
O problema é que essa votação não foi unânime, como exige o artigo 51 do estatuto da própria Libra. Flamengo e Volta Redonda votaram contra, e o Paysandu se absteve. Mesmo assim, a proposta foi aprovada e aplicada, o que motivou o clube carioca a recorrer à Justiça. A decisão liminar obtida pelo Flamengo ainda não foi derrubada e suspende temporariamente a aplicação do modelo definido sem consenso.
O texto do anexo 1, assinado em 2024, menciona que a audiência seria ponderada “pela contribuição de cada plataforma às receitas de transmissão”, mas não traz os números ou proporções. É justamente essa indefinição que o Flamengo usa como base jurídica: o clube sustenta que o dispositivo “não é exequível”, já que faltam dados essenciais para o cálculo.
A LIVE COMPLETA:
Em abril deste ano, o jornalista Rodrigo Mattos revelou que a Globo ainda não havia recebido da Libra os critérios de rateio. A emissora teria feito o primeiro pagamento com base nas premissas do Artigo 51, Anexo I do estatuto, aguardando a definição dos pesos por plataforma, o que confirma que, até aquele momento, não havia consenso formalizado.
A divergência, portanto, não se refere à assinatura de Landim, mas ao que veio depois. O documento de 2024 definia apenas diretrizes gerais; o modelo detalhado, aprovado em 2025, alterou o conteúdo sem cumprir o requisito de unanimidade. Por isso, a discussão se deslocou do campo político para o jurídico.
No centro da disputa está uma questão que pode moldar o futuro financeiro do futebol brasileiro: quem deve definir e com que legitimidade os critérios de repartição de receitas na nova liga. O Flamengo entende que, sem transparência e voto unânime, o pacto entre clubes se desfigura. A Libra, por outro lado, argumenta que o texto assinado já autorizava o formato atual.
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CASO PREFIRA OUVIR:
O caso segue em aberto e, até que a Justiça decida, a receita referente à segunda parcela, de R$ 77 milhões, bem como as demais, continuará sendo depositada em juízo pela Globo. Nesta terça (7), a diretoria do Flamengo fará uma apresentação sobre o tema no Conselho Deliberativo.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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