ABSURDO! Bap revela que advogado do Palmeiras cuida do jurídico da Libra: “A Libra é palmeirense”
O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, voltou a expor seu descontentamento com a condução da Libra, associação que tenta estruturar uma liga de clubes no futebol brasileiro. Em entrevista, Bap apontou o que considera um conflito ético no grupo, citando diretamente o advogado André Sica, que atua simultaneamente como representante jurídico da Libra e do Palmeiras, clube presidido por Leila Pereira.
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Segundo Bap, o duplo papel de Sica fere o princípio de imparcialidade que deveria nortear a construção de uma liga nacional. Não é ilegal, mas é um conflito de interesse absurdo. “O advogado da Libra é o mesmo do Palmeiras, o mesmo escritório que moveu agravo contra o Flamengo. Isso contamina o ambiente”, declarou. O dirigente reforçou que, se pudesse voltar no tempo, não teria aceitado participar da formação da Libra. “A Libra é verde. É toda verde. É palmeirense”, enfatizou.
O episódio ganhou força após uma proposta de mediação feita por Sica, na qual o Flamengo desistiria de uma ação judicial relacionada a divergências internas. Bap rejeitou o acordo e acusou o advogado de ter “ligações históricas com o Palmeiras”. Em resposta, André Sica enviou uma nota ao blog do jornalista Rodrigo Mattos, na qual rebateu as declarações. Ele negou qualquer vínculo familiar com o clube e afirmou que seu escritório presta serviços a mais de 30 agremiações no país, incluindo Bahia, Cruzeiro, Red Bull Bragantino e outras da própria Liga Forte União, rival da Libra.
“Meu sonho é ver o futebol brasileiro unido. Fui escolhido pelo Landim e pelo Bellintani para iniciar o movimento de criação da liga. Tenho certeza de que o Bap vai compreender isso com o tempo”, escreveu Sica. O advogado também destacou que atua profissionalmente desde 2011 em diferentes projetos do futebol e que sua relação com o Palmeiras se baseia em confiança técnica, não em subordinação.
Apesar da resposta conciliadora, Bap manteve o tom crítico. Em sua avaliação, a presença de Sica nas duas frentes torna o projeto da Libra insustentável sob o ponto de vista ético.
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O dirigente lembrou ainda que a discussão sobre a criação de uma liga começou em 2021, com a tentativa de união dos clubes da Série A em torno de um modelo de gestão inspirado nas grandes ligas europeias. O movimento logo se dividiu entre dois blocos: a Libra, liderada por Palmeiras, Corinthians e São Paulo, e a Liga Forte União. Desde então, as negociações para uma fusão enfrentam impasses sobre cotas de TV, governança e critérios de voto.
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O episódio expôs, mais uma vez, o quanto a construção de uma liga nacional esbarra em disputas pessoais e desconfianças institucionais. Enquanto dirigentes trocam acusações e notas públicas, o futebol brasileiro segue sem uma estrutura unificada capaz de negociar direitos de transmissão e organizar competições de forma autônoma. O debate sobre a presença de André Sica tornou-se, assim, um símbolo da falta de independência que impede o avanço do projeto.
Nas palavras de Bap, “ninguém vai colocar um guiso no pescoço do Flamengo e achar que a gente vai dizer ‘sim, senhora’. O clube vai defender seus direitos”. Do outro lado, Sica responde que ainda acredita na união dos clubes. Entre declarações e ressentimentos, a liga que prometia modernizar o futebol brasileiro continua distante de um consenso, e cada vez mais cercada por desconfianças.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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