Caos financeiro – Até quando?

Caos financeiro – Até quando?

Os problemas administrativos da atual diretoria parecem intermináveis e insolúveis! Após tantas falhas em diversos setores, a atenção de todos os rubro-negros se volta agora para os problemas no departamento financeiro, com destaque para o Conselho Fiscal, liderado pelo senhor Capitão Léo.

No dia 4 deste mês, fui surpreendido com uma notícia alarmante: um rombo de R$ 7 milhões em adiantamentos sem prestação de contas no balanço de 2011. O contador Rogério Tosca da Encarnação foi convocado para prestar esclarecimentos na reunião do Conselho Fiscal, mas não conseguiu responder satisfatoriamente às perguntas sobre o déficit. No entanto, suas declarações expuseram as fragilidades no departamento financeiro do nosso Flamengo.

Declaração de Rogério 1:As diretorias não se mobilizam nem se qualificam para tal. Essa é a situação. Não é uma denúncia, é uma constatação. Eu me sinto capaz de responder a qualquer um de vocês, mas nessa colcha de retalhos que vivemos aqui, eu me sinto incapaz de fazê-lo. Isso não é certo. (…) O Flamengo carece de uma consciência profissional, que não existe. As diretorias são formadas de maneira indigna. Basta ser amigo para eu mantê-lo aqui, encarregado de uma série de tarefas.

Resumindo, Rogério foi claro ao afirmar que falta profissionalismo em vários departamentos do clube e que o nepotismo permite que pessoas tomem decisões equivocadas sem arcar com as consequências.

Declaração de Rogério 2:Eu sou remunerado para trabalhar aqui. Lamentavelmente, me perdoem todos os presentes, é muito fácil ver a diretoria ou quem tem a responsabilidade de representar o Flamengo bater no peito e dizer: ‘Não ganho um tostão para estar aqui’. Não está certo. Deveria ser remunerado para entender o peso da responsabilidade. Essa gratuidade vira leviandade (aplausos). Eu sou colocado de costas e tenho que pedir desculpas a alguém que passa a mão na minha bunda, pedir desculpas por estar de costas. (…) Quero exercer minha função e não consigo. Presto contas de 114 empresas. Aqui só há um problema: muito cacique e pouco índio.

Preciso dizer mais alguma coisa? A declaração de Rogério deixa claro o estado administrativo do nosso clube. Este ano, ainda não foi apresentado um balancete dos dois primeiros trimestres. Sem esses balancetes, fica impossível saber a real situação financeira do clube, prejudicando o fechamento do balanço anual. Capitão Léo pediu uma nova equipe de contabilidade, e o novo contador já estava na reunião. Os adiantamentos triplicaram, de R$ 2,1 milhões para R$ 7,2 milhões em relação ao ano passado. Como um clube do tamanho do Flamengo não controla esses adiantamentos? Quem gastou? Onde gastou? Por quê? Não posso aceitar isso, e acredito que os demais sócios do clube também não – ou será que isso não os incomoda? Será que o importante é só a piscina? Patrícia e sua equipe precisam fazer algo mais para provar sua incompetência para gerir o Flamengo? É essa diretoria que quer continuar por mais três anos?

O secretário-geral do Conselho Fiscal, o senhor Júlio César Barros, disse que o montante é normal, assim como toda a situação. Você concorda? Tem a mesma opinião? É normal uma diretoria levar dois anos para apresentar um balancete para aprovação no Conselho, e quando o faz, ele é aprovado com ressalvas? O próprio presidente do Conselho Fiscal já afirmou que o clube está desorganizado, como no caso das contas de telefone não pagas.

Mudando de assunto, mas não de foco, outra notícia da semana foi o acordo com Romário para pagamento de uma dívida que já se arrasta há treze anos. No acordo de 2004, o Flamengo já havia quitado 85 parcelas entre R$ 100 mil e R$ 150 mil, restando 59 parcelas, num total de R$ 5 milhões. Porém, desde abril de 2011, Romário parou de receber as parcelas e executou a dívida, cobrando um valor atualizado de mais de R$ 48 milhões. Isso mesmo, a dívida saltou de R$ 5 para R$ 48 milhões. Em um novo acordo feito pelo Conselho Fiscal, o Flamengo pagará R$ 10 milhões em parcelas; caso haja atraso em três parcelas, o valor volta para R$ 48 milhões. Ou seja, deixaram uma dívida de R$ 5 milhões pular para R$ 10 milhões, com o risco de chegar a R$ 48 milhões. O argumento para esse descuido (o não pagamento das parcelas) foi que o Flamengo se desfiliou do Clube dos 13, que era quem pagava as parcelas. Mas o departamento financeiro não deveria estar ciente disso?

Estranho também é o Conselho Fiscal abrir uma sindicância para investigar um acordo que ele mesmo ajudou a fazer. Eles estão se fiscalizando? Em uma empresa séria, o Conselho Fiscal teria a função de negociar acordos? Só no Flamengo. Se o acordo com Romário foi prejudicial ao clube, o Conselho Fiscal vai se punir caso irregularidades sejam confirmadas? É muito amadorismo! E ainda se orgulham ao dizer que o Flamengo tem um acordo com Romário! Francamente, é difícil engolir mais essa!

Devido a tudo isso, há uma pequena briga interna. Patrícia Amorim era vice do Clube dos 13 na época, e Michel Levy a culpou pelo caso. Não é preciso ser um gênio da matemática para entender que quem foi leviano com o Flamengo foi quem fez o acordo, quem se esqueceu de pagar, quem não viu, e por aí vai… Capitão Léo disse que agirá sem dó nem piedade caso se confirmem irregularidades. Que ele comece pelo seu próprio departamento!

Amigos rubro-negros, a história não para por aí. Em breve veremos estourar de vez a dívida com o Pet, que também deixou de ser paga. É esperar para ver. Pergunto aos frequentadores da piscina: é essa diretoria que vocês querem manter no clube por mais três anos?

Sem mais,
Tulio Rodrigues

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