COMO A MÍDIA PERSEGUE O FLAMENGO: AS CONTRADIÇÕES E OS INTERESSES EXPOSTOS

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O que vimos na cobertura de parte da mídia no caso de Bruno Henrique já foi uma vergonha para o jornalismo esportivo. A desinformação da mídia hegemônica foi tanta que colocaram o caso do jogador do Flamengo em posição de equivalência com atletas que estavam envolvidos com a Máfia das Apostas, receberam dinheiro e foram réus confessos no STJD.
O que vemos na cobertura da briga entre Flamengo e Libra é a mesma coisa. Há duas partes nessa cisão: a direção do Flamengo com suas motivações e a entidade, que teria agido em desconformidade com o seu próprio estatuto. Porém, para parte da grande mídia, só o lado do clube é exposto, como se o bloco de clubes e seu presidente, Silvio Matos, fosse polo passivo ou até mesmo um sujeito oculto.
Olhar para a outra parte e criticar possíveis tiranias da Libra é considerado, pelos paladinos do jornalismo esportivo, como clubismo cego. Esses mesmos paladinos são os que xingam o Flamengo, acusam a família de Bruno Henrique de ser uma quadrilha criminosa e vão responder processo após ganhar o selo de Fake News. Fora isso, que tipo de jornalismo é o que faz ilações acusando a justiça do Rio de conluio com o Flamengo para obter uma decisão favorável? Tudo isso revela um modus operandi. Vamos lá.
Qualquer assunto polêmico envolvendo o Flamengo é noticiado. Colunistas da grande mídia pegam parte da informação, geralmente tendo o clube como polo ativo, repercutem em suas colunas aquilo que convém à narrativa escolhida e, depois, comentam em programas de seus veículos. Essas opiniões servem de alimento aos influenciados que se colocam como não clubistas, mas acabam alimentando a desinformação e o discurso de ódio contra o Flamengo, sua torcida e toda a mídia segmentada ligada ao clube. Tudo em nome do “jornalismo”, dizem eles.
De fato, nenhum deles se assume como clubista. São, na verdade, haters do Flamengo. Eles se alimentam do ódio ao clube e da audiência que isso gera.
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Não houve comoção ou indignação quando o Atlético-MG deixou a Libra insatisfeito com a receita que receberia, fundou a Liga Forte União com outros clubes, brigou no novo bloco e depois voltou à Libra. Será que isso não divide o futebol brasileiro? O Botafogo fez a mesma coisa: saiu da Libra e foi para a LFU. Por último, o Corinthians deixou seus co-irmãos fecharem o contrato com a Libra e, mesmo sendo parte importante para definir a receita, já que sem ele no bloco o bolo diminuía em 10% para os demais, abandonou a Libra e buscou um acordo mais vantajoso na LFU. Um contrato cheio de regalias que os outros clubes não têm. Tudo em nome da “união do futebol brasileiro”.
Não houve comoção ou repercussão dessa mesma parte da imprensa quando Leila Pereira articulou dentro da Libra em prol de benefícios próprios e políticos. Foi ela quem fez com que as condicionantes do Flamengo para abrir mão do mínimo garantido não fossem pautadas: início imediato da discussão do Fair Play Financeiro (FPF), para atender seu aliado Samir Xaud; regulamentação dos MCOs e suas transferências interclubes (evitando que clubes do mesmo dono comprem jogadores no mercado interno e os revendam ao exterior com deságio); e a padronização dos gramados, para beneficiar o Allianz Parque. Aliás, mesmo criticando Bap, como se o antecessor fosse um aliado, cansou de atacar Landim, que chegou a ser defendido por John Textor, que reconheceu o feito do dirigente rubro-negro em prol da união. Mas, claro, Leila fez tudo isso pelo coletivo. Só não sabemos de qual.
Quando Leila declarou que o melhor seria propor uma liga sem o Flamengo, um golpe claro, uma virada de mesa fora dos regulamentos, ela ganhou elogios de parte dessa imprensa, ao invés de críticas. Mais: essa mesma parte ainda defende que ela seja CEO de uma futura liga, mesmo sendo cargo que deveria ser ocupado por alguém sem ligação direta com clubes. Um profissional de mercado.
Quando o Flamengo, após oito meses de diálogo repito, oito meses tentando resolver o problema dentro da própria Libra, decidiu procurar a Justiça, foi criticado. Um jornalista chegou a dizer que o clube teria “partido para o soco”, como se tivesse feito algo irregular. Resolver uma discussão partindo para agressão é errado. Buscar a Justiça, não. É constitucional!
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Aqui, não se trata de colocar que as ações do Flamengo não devem ser criticadas. Longe disso. Trata-se de ser honesto e dar peso proporcional às atitudes dos dirigentes, não importando o clube que defendam. Ao que parece, a presidente do Palmeiras conta com uma boa vontade impressionante, mesmo tendo sido quem mais trabalhou contra a criação da liga. Pergunto: o Flamengo aceitou diminuir de maneira significativa suas receitas em prol de pautas estruturantes para o futebol brasileiro. O que Leila ofereceu, afinal, em benefício do coletivo?
Olha que interessante: recentemente, o presidente do Corinthians, que sofreu impeachment, declarou que só pagou por dois reforços em 2024, curiosamente, dois jogadores do Flamengo, que exigiu fortes garantias. E disse: “Precisei fazer isso para que o Corinthians não caísse para a Série B.”. Sabe o que aconteceu? Zero comoção.
Quando o presidente do Cuiabá, rebaixado em 2024, disse que o Corinthians dava um golpe no futebol brasileiro ao fazer grandes contratações e dar calote, sabe como noticiaram? “Presidente do Cuiabá ataca o Corinthians.” Zero preocupação com o coletivo e com o futebol brasileiro.
O calote, a má gestão, a tentativa de golpe e a virada de mesa são relativizadas quando não é o Flamengo o personagem ativo da trama. O problema não é o quê, mas quem.
O Internacional recorreu ao CNRD da CBF para não pagar ao Flamengo por Thiago Maia. Zero comoção ou preocupação com a coletividade do futebol brasileiro. A empresa de Leila empresta dinheiro ao Vasco, com possibilidade de virar acionista da SAF, num claro conflito de interesse. Zero comoção ou críticas. Dane-se o coletivo do futebol brasileiro.
Parafraseando Bruno Chatack: “É coletivo quando um clube coloca gramado sintético? Quando uma liga vende 50 anos de direitos de TV e sepulta a união das ligas? Quando um clube pula o muro e negocia sozinho seus direitos de TV? Ninguém pensa no coletivo. De A a Z. Moralismo barato.”
Este vídeo serve para mostrar como parte da mídia e influenciadores vêm atuando nos assuntos em que o Flamengo está envolvido e suas contradições. Não é um movimento para defender o clube ou afirmar como certas as ações jurídicas de Bap contra a Libra, pois quem vai decidir isso é a Justiça. Que, até que se prove o contrário, está sendo justa!
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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