Como “bater em bêbado”

Germano Medeiros

Como já havia sido declarado no jogo contra o Duque de Caxias, o Fla-Flu de hoje não valeria nada, a não ser a simbólica premiação de 3 pontos pro vencedor do confronto – pro Flamengo, sim, pro Fluminense, não.
Foi um jogo relativamente fácil pro Flamengo. Não fácil, nem complicado. Apenas relativamente fácil. Foi o famoso “bater em bêbado”.
Boas atuações de Gabriel, Elias, Rafinha e Felipe – que salvou muita coisa lá atrás quando o Flamengo passava sufoco mesmo estando com 3 a 0 no placar.
Flamengo que só teve uma atuação ótima, porque em boa parte o Fluminense contribuiu – jogando mal, dando espaços e com um time quase todo reserva. Claro, seria injustiça creditar toda a atuação do Flamengo ao fato do time do Fluminense ter sido 80% reserva, mas isso ajudou muito.
Percebe-se claramente que alguns jogadores jogam com timidez e afobação. Caso mais visível de Hernane. Ele, assim como Amaral, não consegue jogar com tranquilidade, a bola parece pesar no seu pé. Futebol não é uma coisa de outro mundo. Não é difícil de jogar. Você só precisa fazer o simples, que o resto vem por merecimento. Inevitável citar o Barcelona. Que faz o simples com genialidade.
Jorginho vem fazendo uma pancada de mudanças. Mexe aqui, mexe ali, acolá. Mas isso tudo deve ter algum sentido depois. As mudanças no Carioca são válidas. Teste e mais testes afim de tentar encontrar uma solução coesa pro time no Brasileiro e na Copa do Brasil. Um é mata-mata, porém só acaba em novembro. O outro é uma liga, pontos corridos, e que é necessário um plantel, planejamento e senso crítico.
O primeiro gol de hoje saiu de uma jogada pensada. Gabriel recebeu no meio e viu Leonardo Moura avançar pela direita. Lançou e o lateral, sem enfeitar a jogada, apenas cruzou para Hernane, que deixou a zaga cair e cabeceou pro gol. O Flamengo abria o placar numa jogada trabalhada e pensada com calma.
O segundo gol, mais modesto da forma como saiu, também de certa forma foi construído.
Rafinha recebeu passe na diagonal da área e foi pra cima da zaga. Derrubado e pênalti! Na cobrança, Renato com calma deslocou Cavalieri e fez o segundo. O Flamengo jogava bem, tinha o jogo sob controle e descia pro segundo tempo aliviado, de certa forma.
No retorno, Jorginho pediu que a postura se mantivesse. Viu o Fluminense agredir em quase toda a segunda etapa, mas bastou uma jogada sair corretamente para o Flamengo fechar o placar.
Ramon desce rasante pela esquerda, chuta cruzado, encontra Rafinha, que desvia na bola, que é espalmada por Cavalieri e pega por Renato, que chuta quase sem equilíbrio e faz o terceiro. Gol aliviante.. pro time. Vitória aliviante pro time. Porém mais para a diretoria que a vê como uma chance do inferno astral(por bobagem) cessar por ora.
O engraçado é ver que toda essa pressão por resultados dentro do campo não existiam na gestão anterior, de Patrícia Amorim. A pressão era bem mais por resultados melhores dentro da administração da mandatária do que por vitórias e bom futebol dentro de campo.
Ás vezes considero a torcida do Flamengo muito bipolar. Mas é melhor considerá-la cega muitas vezes. Passou anos pedindo um Flamengo bem arrumado na sua administração, organizado e sem tanto caos. Quando vê a chance de esse Flamengo nascer, ou renascer, fica impaciente com os resultados dentro de campo.
Desculpem o desabafo, mas a torcida do Flamengo, se assim permanecer, não merecerá o clube que certamente irá ter daqui a alguns anos.

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