Muito difícil encontrar alguma explicação para Cristóvão Borges e sua maneira de ver o futebol. É tanta visão de jogo para um único ser humano, que com certeza, os melhores técnicos do mundo veem nele sua inspiração. Porque, empatando um jogo em 2 a 2 e restando apenas os acréscimos para o fim, olhar o banco e ter um acesso de lucidez ao chamar Almir, é algo que tem que se aplaudir de pé. Almir em fim de carreira, pesado e contra um Santos completamente retrancado, ia resolver com certeza num lampejo ou coisa parecida.
Mas para além da inteligência incrível do técnico do Flamengo e deixando a óbvia ironia de lado, há de se destacar negativamente algo que me preocupa e com certeza preocupa também todos os torcedores: o fraco psicológico desse time.
Um time do Flamengo que começou em sua melhor postura possível. Tinha marcação pressão, tinha troca rápida de passes, tentativas de conclusão a gol, infiltrações na área do Santos e desenvoltura dos jogadores. E voltando à inteligência do Sr Cristóvão Borges, depois de Almir, é bem complicado dizer que o responsável por um Flamengo tão aguerrido no primeiro tempo, tenha sido ele em sua preleção.
Fato é que cada time teve seu tempo. O primeiro foi do Flamengo. E de tanto insistir, aos 39 minutos, Alan Patrick recebeu passe de Éverton e bateu no alto do canto esquerdo de Vanderlei, abrindo o placar no Maracanã. E sem tempo para respirar, aos 40 minutos, logo na saída de bola, Canteros achou Emerson que avançou e tocou na saída de Vanderlei, ampliando para 2 a 0. Dois gols relâmpagos e que dariam total confiança e tranquilidade para o restante do jogo. Em tese…
O segundo tempo veio, o Flamengo não mexeu, mas o Santos, sim. Paulo Ricardo saiu e Marquinhos Gabriel entrou. Porém, não foi apenas uma mudança tática, mas de postura que ocorreu no time paulista. Com a substituição, Dorival Júnior deixou Lucas Lima mais solto, e o meia, que já foi especulado no Flamengo no fim de 2014, foi de grande importância para o empate do Santos.
Isso porque aos 7 minutos, o próprio Lucas Lima cobrou escanteio na esquerda. A bola chegou na área e César Martins só olhou Ricardo Oliveira passar como quisesse por ele, antecipar Paulo Victor e diminuir o placar. Àquela altura, o Santos já era melhor, Wallace tomava cartão amarelo, Gabriel havia entrado no lugar de Alan Patrick e aos 26 minutos, Emerson tentou cortar passe na entrada da área, Lucas Lima pegou a sobra e bateu colocado com a intenção de encobrir Paulo Victor. Não precisou, pois o goleiro não alcançou, a bola bateu na trave e morreu no gol do Flamengo.
Os últimos 20 minutos de jogo serviram para provar que Cristóvão Borges alterna momentos perigosos de pensamento, assim como também é fraquíssimo à beira do campo. Da mesma forma que um dia, contra o Grêmio, ele viu Rafael Galhardo tendo vida fácil às costas de Emerson e deslocou Marcelo Cirino, resolvendo o problema, hoje, ele teve a brilhante ideia de, aos 49 minutos, faltando apenas 1 minuto para o fim do jogo, colocar Almir no lugar de Éverton. O que queria Cristóvão com essa substituição? É um bom desafio para decifradores de enigmas.
Mais um jogo em casa, mais um tropeço e mais dois pontos jogados fora. Talvez essa seja a primeira vez em toda a história centenária do Clube de Regatas do Flamengo, que o Maracanã tenha virado um lugar temível ao próprio time. Porque Náutico, Goiás, Joinville e Internacional não tiveram sorte quando receberam o Flamengo em seus domínios. Já jogando em casa, a história é tenebrosa. Será que o Flamengo chegará ao inimaginável cenário de fazer uma campanha melhor fora de casa do que dentro? Só em dezembro saberemos.
Ficha técnica
Flamengo 2 x 2 Santos
Campeonato Brasileiro, 16ª rodada
Local: Estádio Maracanã, Rio de Janeiro
Data: 2 de agosto de 2015 (domingo)
Árbitro: Anderson Daronco
Assistentes: Emerson de Carvalho e Rodrigo Henrique Correa
Cartões amarelos: Wallace, Márcio Araújo, Paolo Guerrero e Emerson Sheik(Flamengo); Werley e Zeca(Santos)
Flamengo: Paulo Victor; Pará, Wallace, César Martins e Jorge; Márcio Araújo, Canteros e Alan Patrick; Emerson Sheik, Éverton e Paolo Guerrero. Técnico: Cristóvão Borges.
Santos: Vanderlei; Victor Ferraz, Werley, Gustavo Henrique e Zeca; Paulo Ricardo, Renato e Lucas Lima; Gabriel, Geuvânio e Ricardo Oliveira. Técnico: Dorival Júnior.
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MEUS PITACOS 012/2015
FLAMENGO 2 X 2 SANTOS
O QUE SE PASSA NA CABEÇA DO CRISTOVÃO?
Já estava, alem, de me acostumar com ele, até torcendo para dar uma reviravolta e pelo seu jeito humilde, se manter à frente do maior clube de futebol do mundo, ma é difícil torcer por ele.
Depois que 40 milhões de torcedores rubro-negros, mais imprensa, mais amigos, mais críticos, mais todo mundo, pediram para ele parar de inventar colocando 3 volantes de marcação. Por um motivo de contusão, ele saca um e coloca um atacante. O time melhora.
Agora que me parecia ter entendido, e colocou apenas um volante de marcação e dois meias, e o time dominou, com facilidade, o Santos, no primeiro tempo.
Mas era demais, para mim, creditar que o Cristovão, se manteria audacioso. O time jogava bem, corria muito, não errava passes.
Mas veio o segundo tempo, o time cansou, o Cristovão teve tempo de pensar, aí meus amigos, deu ruim. Como diz o ditado: Cabeça de árbitro, bumbum de neném e eu incluo cabeça de Treinador(alguns), só faz M.
E o nosso treinador não poderia ter feito outra coisa a não ser a própria M.
Me tira o homem que mais criava, embora estive cansado, mas bolas , todo o time já estava, e coloca, para fazer a meia, o improdutivo Gabriel. E eu penso: “O que faz um treinador a escalar o Gabriel? O que esse garoto fez ou faz, que tem tantas chances no time?”
Tudo bem que o Paulo Victor falhou nos dois gols. Bola alta dentro da área vindo de um corner É DO GOLEIRO, e no segundo gol ele pulou para não chegar. Estava totalmente fora de ritmo de jogo.
Mas voltando ao Cristovão, ele armou tão bem a equipe e depois desarrumou. Porque?
Quando o Santos começou com a correria e o Flamengo cansado, aceitando, porque demorou tanto a substituir? E porque não colocou um jogador de correria também?
É treinador, gostaria de vê-lo ganhando tudo, mas acho que teus dias estão contados, embora no Brasil não tenha nenhum, repito, nenhum, bom treinador de futebol, que tenha a cara do Flamengo, ou seja um treinador que quando precisar, “entre” em campo com o time, modifique, altere com certeza de um bom resultado, seja guerreiro, vibrante, com tentativas coerentes que podem até não dar certo, mas que as tentem.
Treinador vitorioso dentro e fora do Brasil.
E quem tem esse perfil? NINGUEM.
Ward Gusmão
Sócio Proprietário
Conselheiro