Danilo Lavieri é desmentido ao vivo após desconhecer proposta do Flamengo sobre gramados; veja detalhes do debate
O embate entre Danilo Lavieri e Rodrigo Mattos no UOL ganhou relevância nesta semana ao expor, ao vivo, uma contradição que atravessa o debate sobre os gramados sintéticos no futebol brasileiro: quem discute a proposta apresentada pelo Flamengo sabe, de fato, o que o clube enviou à CBF? A discussão ocorreu na terça-feira (9), durante a edição do programa que tratava das reações à nota técnica rubro-negra encaminhada à entidade máxima do futebol nacional. O confronto verbal acabou evidenciando um ponto básico, e incômodo, para parte da imprensa esportiva: Lavieri comentava sobre um documento que, pelas próprias palavras e inconsistências, não havia lido.
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No início do debate, o jornalista afirmou que o Flamengo estaria movido principalmente por um “interesse econômico”, repetindo a narrativa que parte dos clubes com gramado artificial tentou emplacar desde a divulgação da proposta. Ao sustentar que o clube carioca pretendia, com a mudança, atingir o Palmeiras por conta da receita de shows no Allianz Parque, Lavieri ignorou que o texto rubro-negro não cita clubes, não faz ataques e estabelece parâmetros técnicos claros sobre a padronização e o regulamento dos campos, incluindo período de transição, critérios de mensuração e certificação de qualidade. Rodrigo Mattos pontuou exatamente isso, lembrando que a proposta envolve estudo extenso, anexado à nota e disponibilizado publicamente.
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Outro ponto a ser ressaltado é a cronologia dos fatos. O Flamengo enviou à CBF, primeiro, uma nota técnica acompanhada do estudo detalhado sobre o impacto dos diferentes tipos de superfície no desempenho esportivo, na saúde dos atletas e no comportamento da bola. Em seguida, Leila Pereira publicou uma resposta com ataques diretos à diretoria rubro-negra, transformando o que era um debate técnico em disputa personalista. Somente depois veio a nota conjunta dos clubes favoráveis ao sintético. Ainda assim, Lavieri tratou a manifestação original do Flamengo como parte dessa troca de provocações, o que novamente foi corrigido por Mattos.
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Em 2017, o futebol brasileiro chegou a aprovar, no conselho arbitral, a proibição de gramados artificiais a partir de 2018, proposta inicialmente apresentada por Eurico Miranda, presidente do Vasco na ocasião, e apoiada por diversos clubes, incluindo o próprio Flamengo. Na época, o Atlhetico-PR era o único com superfície sintética e, mesmo assim, houve movimentação política para reverter a decisão. Relembrar esse episódio ajuda a desmontar outro argumento recorrente: a ideia de que a discussão só existe agora por envolver o Palmeiras.
Mattos, ao corrigir ponto por ponto, colocou sobre a mesa um problema maior: discutir temas estruturais exige leitura, preparo e honestidade intelectual. Quando um comentarista opina sem conhecer o documento base, o debate público se contamina e vira um terreno fértil para narrativas enviesadas. O episódio se tornou exemplo da dificuldade do jornalismo esportivo em lidar com temas complexos, em especial quando envolvem antagonismos amplificados entre clubes.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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