Ex-árbitro desmonta narrativa palmeirense, e Fancicani ultrapassa limites ao atacar Flamengo e dirigentes
A nova onda de contestação que partiu de parte da torcida do Palmeiras, encontrou eco em influenciadores alinhados ao clube e acabou desmontada publicamente após a análise técnica do ex-árbitro Oscar Roberto Godói. No centro da discussão está um lance que virou combustível para o choro que se estendeu desde o apito final: a entrada de Pulgar em Fuchs. E, como se não bastasse, o comentário inflamado de Fancicani, hoje dedicado a um canal voltado ao público palmeirense, elevou o clima ao desferir ataques diretos à instituição Flamengo e aos seus dirigentes, o que acendeu um debate que vai além de uma simples reclamação de pós-jogo.
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O episódio ganhou força nas redes quando viralizou um vídeo de Fancicani em que ele classificou o Flamengo como “ridículo” e “pequeno”, questionando até o caráter dos torcedores e da direção. A reação foi imediata não apenas pelo tom agressivo, mas pela inversão de papéis que muitos identificaram. O jornalista, outrora defensor da imparcialidade, assumiu postura que mais se aproxima do torcedor ressentido do que de um analista. A derrota recente ainda ecoava, e o discurso inflamado expôs um sentimento de frustração que se arrastava até ali.
A crítica dos palmeirenses se sustentava principalmente na não expulsão de Pulgar. A pressão sobre esse ponto virou pauta central nas lives de canais alinhados ao clube. O detalhe incômodo é que o lance anterior, a entrada de Veiga em Carrascal, fora convenientemente omitido por muitos dos que cobravam rigor absoluto. As imagens da perna marcada do meio-campista colombiano circularam, mas receberam atenção secundária nos debates mais inflamados. A seletividade alimentou a percepção de desonestidade intelectual que acompanhou boa parte da cobertura.
Foi nesse contexto que a análise do ex-árbitro ganhou relevância. Em dois vídeos amplamente compartilhados, ele descreveu de forma minuciosa a ação de Veiga: contato direto na canela, perna estendida, ausência de movimento para evitar impacto e deslizamento até o tornozelo. A interpretação técnica foi categórica: expulsão. Godói apontou também que Pulgar deveria ter recebido o mesmo cartão, colocando os dois lances no campo do jogo brusco grave, conforme a regra. A posição desmontou a narrativa única que sustentava o discurso de injustiça.
LIVE COMPLETA:
A linha do tempo ajuda a entender como o debate escalou. No sábado (29), logo após o jogo, surgiram os primeiros cortes indignados. No domingo (30), a repercussão cresceu com influenciadores que buscavam justificar a queda abrupta do Palmeiras na reta final: foram apenas dois pontos em 15. Na quarta (03), as provocações aumentaram com a confirmação do vice no Brasileiro.
O ponto que mais incomoda no discurso dele é a generalização. Criticar uma decisão de arbitragem é parte do jogo. Desqualificar um clube centenário, sua direção e seus torcedores como se formassem um bloco único de “mau caráter” revela mais sobre quem fala do que sobre o objeto da crítica. A intensidade da reação mostrou isso. Há um limite claro entre provocação e desrespeito institucional, e atravessá-lo não contribui para análise nenhuma.
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CASO PREFIRA OUVIR:
A dificuldade de lidar com a frustração parece ter desestabilizado quem deveria ter mais experiência para contextualizar resultados. No futebol, perder é parte da vida. E aceitar isso, por mais incômodo que seja, costuma ajudar a construir narrativas mais honestas.
O que permanece após esse ciclo de debates é o contraste. De um lado, a análise técnica de um ex-árbitro que se apoia nas regras e nas imagens. Do outro, a construção de narrativas que ignoram metade do lance para sustentar indignações seletivas. E no meio desse cenário, uma figura que decidiu abandonar a compostura para atacar diretamente a instituição Clube de Regatas do Flamengo. Quando isso acontece, a discussão deixa de ser sobre futebol e vira outra coisa.
Palmeirenses dizem que não ligam, mas até a Mancha Verde chorou pelo vice pro Flamengo
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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