Flamengo alcança R$ 2 bilhões em receita, dispara em margens e consolida virada financeira histórica

Flamengo alcança R$ 2 bilhões em receita, dispara em margens e consolida virada financeira histórica
Imagem: Reprodução/Flamengo TV

A apresentação dos resultados financeiros do Flamengo, feita na noite desta terça (23), marcou um daqueles raros momentos em que números, contexto histórico e projeções futuras se alinham para revelar a dimensão real de um clube no cenário esportivo e econômico. O que foi exposto não trata apenas de balanços positivos, mas de uma virada estrutural que reposiciona o rubro-negro em outro patamar dentro do futebol sul-americano.


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Em um intervalo de apenas doze meses, o Flamengo registrou um crescimento de R$ 761 milhões em faturamento. O dado, por si só, já seria relevante. Ganha outra proporção quando comparado ao mercado: esse valor equivale, praticamente, ao faturamento anual de clubes tradicionais do país, como o São Paulo. Em outras palavras, o Rubro-Negro cresceu em um único ano aquilo que grandes equipes levam uma temporada inteira para arrecadar.

A receita total projetada para 2025 chega a R$ 2,071 bilhões. Mesmo em um cenário extremo, no qual o clube não conquiste títulos ao longo do ano, a arrecadação recorrente se mantém em torno de R$ 1,472 bilhão. Esse número, isoladamente, já supera o orçamento de concorrentes diretos. Para efeito de comparação, o Palmeiras projeta cerca de R$ 1,2 bilhão para o próximo exercício. A diferença ilustra o fôlego financeiro e a musculatura construída pelo Flamengo.

O avanço não aparece apenas na linha de receita. A margem recorrente do clube saltou de R$ 224 milhões para R$ 365 milhões. Quando se incluem operações como compra e venda de jogadores e a exploração do Maracanã, a margem total alcança R$ 636 milhões. Esse resultado equivale, praticamente, ao faturamento do quinto clube que mais arrecada no Brasil, hoje o Atlético Mineiro. O Flamengo, portanto, cresce como o quarto maior faturador do país e opera com uma margem que rivaliza com a receita inteira de outros gigantes.

O jornalista Rodrigo Capelo, por exemplo, destacou que a projeção atual de R$ 2,071 bilhões em receita era, até pouco tempo atrás, uma meta traçada apenas para 2030. O salto antecipou em cinco anos um objetivo que parecia ousado demais.

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Outro indicador que chama atenção é o Ebitda, métrica que reflete a capacidade operacional de geração de caixa. Em 2025, o Flamengo apresentou um Ebitda que se aproxima da receita bruta anual de clubes como o Atlético Mineiro, que faturou cerca de R$ 674 milhões em 2024. Mesmo considerando a participação no Mundial de Clubes neste ano, a projeção para 2026 foi feita de forma conservadora, sem a inclusão de receitas extraordinárias. Ainda assim, o clube estima algo em torno de R$ 1,8 bilhão, sinalizando crescimento sustentado, e não dependente de eventos pontuais.

A robustez das receitas recorrentes também abre um cenário inédito no futebol sul-americano. Com aproximadamente R$ 1,42 bilhão garantidos sem depender de venda de atletas, o Flamengo teria condições de atravessar uma temporada inteira sem negociar jogadores, caso assim desejasse. Trata-se de uma possibilidade impensável para a maioria dos clubes do continente, historicamente dependentes do mercado de transferências para fechar contas.

No horizonte de médio prazo, o planejamento aponta para um crescimento linear, na casa de 10% ao ano. Como as receitas avançam em ritmo controlado, enquanto despesas tendem a se estabilizar, a chamada “boca do jacaré” se abre: a margem operacional aumenta gradualmente, gerando mais resultado e mais caixa. A diretoria chegou a mencionar a possibilidade de reinvestir até R$ 1 bilhão no futebol, reforçando a ideia de que, para um clube, não há aplicação mais estratégica do que reinvestir no próprio negócio.

Esse cenário ganha ainda mais força quando se observa o endividamento. No fim do ano passado, o Flamengo registrava cerca de R$ 346 milhões em dívidas operacionais líquidas. Esse número caiu para R$ 96 milhões. Para um clube que fatura acima de R$ 2 bilhões, trata-se de um nível considerado baixo. Além disso, não se trata de dívida bancária, o que reduz o impacto de juros e amplia a margem de manobra financeira. Na visão apresentada, o Fla poderia operar confortavelmente com um endividamento maior, desde que atrelado a ativos esportivos capazes de gerar retorno técnico e econômico.

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A cautela adotada em janelas recentes de transferências também foi contextualizada. Parte da estratégia passou por atacar dívidas de curto prazo herdadas de períodos anteriores, especialmente após investimentos elevados no segundo semestre de 2024. Agora, com caixa robusto e indicadores sólidos, o clube se encontra em outra posição de negociação no mercado.

Ao final da exposição, a mensagem foi clara: mesmo sem conquistas esportivas adicionais, o Flamengo opera com margem superior a 30%. Com títulos, esse índice pode ultrapassar 40%, ampliando ainda mais a capacidade de investimento. O que se desenha é um clube que deixa de ser apenas vencedor em campo para se consolidar como potência econômica nas Américas, sustentado por números que falam por si.

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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Tulio Rodrigues

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