Flamengo enfrenta cobrança milionária da União por uso do CEFAN pelo futebol feminino

Flamengo enfrenta cobrança milionária da União por uso do CEFAN pelo futebol feminino
Foto: Paula Reis/Flamengo

O Flamengo entrou no centro de uma nova controvérsia envolvendo o futebol feminino no fim de novembro, quando passou a responder a uma cobrança milionária da União pelo uso do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes, o CEFAN, localizado na Penha, zona norte do Rio de Janeiro. A ação tramita na Justiça Federal e aponta uma dívida superior a 750 mil reais relacionada à utilização das instalações públicas por equipes do clube, em especial a equipe feminina, durante o período em que o local serviu como base de treinamentos.


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A informação veio a público na segunda quinzena de dezembro e ganhou repercussão num momento sensível, em meio a debates intensos sobre estrutura, investimento e gestão do futebol feminino no país. Segundo a ação, a União alega que o Flamengo utilizou o CEFAN sem o pagamento das taxas correspondentes à ocupação, conservação e manutenção do espaço. Os valores cobrados se referem a meses de uso acumulados e podem variar conforme a interpretação do período efetivamente utilizado e das condições do acordo existente à época.

O CEFAN é uma instalação pública administrada pela União e historicamente utilizada por diferentes modalidades esportivas no Rio de Janeiro. Durante anos, o Flamengo manteve relação de parceria com a Marinha, o que permitiu o uso do espaço para treinamentos. Ainda não está claro, porém, a partir de quando essa relação deixou de prever isenção ou contrapartidas formais, nem em que momento a União passou a entender que havia valores em aberto. Esse ponto é central para a defesa do clube e ainda carece de esclarecimentos oficiais.

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Até o momento, o Flamengo não divulgou posicionamento oficial sobre a ação. Internamente, dirigentes tratam o tema com cautela, sobretudo pelo impacto financeiro e simbólico que o caso pode gerar. Além do valor elevado, uma disputa judicial prolongada pode resultar em bloqueios, restrições administrativas ou dificuldades futuras no uso de espaços públicos, algo sensível para uma modalidade que ainda luta por estrutura adequada no Brasil.

Especialistas em direito esportivo avaliam que esse tipo de conflito costuma ser resolvido por meio de negociação direta, com revisão de contratos, acordos retroativos ou parcelamento. Para o Flamengo, o desafio é preservar o planejamento financeiro e, ao mesmo tempo, garantir condições dignas de trabalho para as atletas. Futuramente, a estrutura do futebol feminino deve ser levada para o CT Ninho do Urubu.

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O episódio se soma a uma série de discussões recentes que cercam o futebol feminino rubro-negro. Mais do que um caso isolado, ele expõe a fragilidade estrutural que ainda marca a modalidade no país e a facilidade com que o debate se desloca para questões periféricas. Em vez de aprofundar a conversa sobre financiamento, direitos de transmissão, papel da CBF e responsabilidade dos clubes, o ambiente público frequentemente se prende a disputas laterais e narrativas fragmentadas.

A cobrança da União, se confirmada, reforça a necessidade de gestão transparente e planejamento claro no uso de espaços públicos. Ao mesmo tempo, serve como alerta para um problema maior: o futebol feminino segue dependente de improvisos, soluções emergenciais e relações institucionais frágeis. Sem um projeto nacional consistente, casos como esse tendem a se repetir, sempre com impacto direto sobre quem está em campo.

Os problemas de apuração na matéria de Renata Mendonça sobre o futebol feminino do Flamengo e o CFZ

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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Tulio Rodrigues

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