Flamengo entra no top 10 mundial de vendas de camisas e supera clubes europeus no ranking global
O Flamengo entrou para um seleto grupo formado pelos clubes que mais venderam camisas no mundo em 2025. O levantamento, divulgado nesta terça-feira por uma consultoria especializada em mercado esportivo, revela quem lidera, quanto cada gigante movimentou e por qual motivo o clube carioca aparece como o único brasileiro entre os dez primeiros colocados. Os dados se referem às vendas realizadas de janeiro a outubro, período em que o rubro-negro acumulou mais de 1,6 milhão de unidades comercializadas, consolidando uma força comercial que cresce ano após ano.
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O estudo, conduzido pela Euroaméricas Sports Marketing, coloca o Real Madrid no topo da lista com 3,13 milhões de camisas vendidas no período. Logo atrás aparecem Barcelona (2,94 milhões), Paris Saint-Germain (2,54 milhões), Bayern de Munique (2,37 milhões) e o Inter Miami, de Lionel Messi, com 2,16 milhões. Em meio a esse domínio europeu, que representa 60% de todo o volume global, surge o Flamengo em oitavo lugar, à frente de clubes como Chelsea e Al-Nassr, equipe de Cristiano Ronaldo.
O rubro-negro registrou 1.677.000 unidades vendidas até outubro. O número, por si só robusto, ganha outro peso quando se analisa o contexto: trata-se de um clube que não possui presença consolidada no mercado asiático, não atua em competições com ampla distribuição internacional e não dispõe do alcance global de Real Madrid, PSG ou Barcelona, todos com décadas de investimento. Mesmo clubes em baixa esportiva, como Manchester United, ainda colhem frutos de sua penetração nos Estados Unidos e no Sudeste Asiático, regiões onde o Flamengo sequer deu seus primeiros passos.
Ao longo da última década, as vendas de camisas do clube cresceram de forma consistente. A parceria com a Adidas, iniciada em 2013, ampliou a capacidade de distribuição e fortaleceu a marca. A cada temporada, novos uniformes geram recordes internos, impulsionados por campanhas bem-sucedidas, títulos recentes e uma torcida que transformou o ato de comprar a camisa oficial em reafirmação de identidade.
A lista que mostra o Flamengo superando clubes ingleses de forte presença internacional, como o próprio Chelsea, também expõe uma realidade do futebol brasileiro: o produto ainda sofre com baixa distribuição global. A Premier League, por exemplo, vende direitos internacionais por cifras astronômicas e tem partidas transmitidas regularmente em mercados como China, Índia, Indonésia e Tailândia, onde a cultura de comprar camisas oficiais é parte sólida do consumo esportivo. Em alguns desses países, a concorrência por espaço se dá não entre clubes locais, mas entre gigantes europeus.
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O Brasil ainda não conseguiu entrar nesse jogo. A fragmentação das negociações de TV, a ausência de uma liga organizada e a dificuldade de estruturar pré-temporadas internacionais impedem os clubes brasileiros de abrir portas em novos mercados. Tentar expandir a marca com amistosos fora do país esbarra em um calendário apertado, que mal acomoda as competições nacionais.
Ainda assim, mesmo sem exposição constante, o Flamengo chegou onde nenhum outro clube da América Latina conseguiu além do Boca Juniors, que aparece em sexto lugar, com 1,93 milhão de unidades vendidas. Isso reforça duas verdades: o tamanho da torcida rubro-negra dentro do Brasil e o potencial comercial que o clube tem para explorar fora dele.
Não é exagero dizer que, se o Flamengo tivesse um volume significativo de transmissões internacionais, participação regular em torneios de pré-temporada no exterior e um ecossistema comercial guiado por uma liga estruturada, poderia disputar posições ainda mais altas na lista. O oitavo lugar, nesse cenário, mostra mais a força interna do clube do que seu alcance além das fronteiras.
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O dado também revela algo sobre o momento do futebol brasileiro. A torcida que vai ao estádio, que transforma aeroportos em mar vermelho e que movimenta engajamento nas redes sociais é a mesma que fortalece as finanças do clube comprando seus produtos oficiais. Esse comportamento vira uma espécie de termômetro cultural: a camisa deixa de ser apenas uniforme e se transforma em símbolo de pertencimento.
O relatório não contabiliza produtos não oficiais, que continuam dominando mercados paralelos. Mesmo assim, o volume oficial vendido já coloca o Flamengo em um espaço que antes parecia exclusivo dos grandes centros europeus. Isso não é apenas reflexo de títulos recentes, mas da forma como o clube se tornou protagonista de sua própria narrativa, mesmo em um ambiente esportivo ainda distante da profissionalização plena que outras ligas alcançaram.
O flamenguista costuma dizer que o clube é parte da sua vida. A lista global mostra que essa relação se expressa também no consumo e coloca o rubro-negro entre os grandes do planeta, mesmo antes de o futebol brasileiro virar, de fato, um produto global.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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