O Flamengo apresentou nesta quarta-feira (19) a camisa especial Diamantes Negros, criada para marcar o Dia da Consciência Negra e reforçar a herança africana que ajudou a moldar o clube, o esporte nacional e a cultura brasileira. O lançamento ocorre durante as celebrações pelos 130 anos de fundação do Rubro-Negro e traz como eixo simbólico o sankofa, representação tradicional de origem africana que remete à importância de revisitar o passado para construir caminhos mais sólidos no futuro. A peça estará à venda a partir de 20 de novembro nas lojas oficiais e no site do clube. Quem for ao Maracanã para o Fla-Flu, na véspera, terá acesso a uma pré-venda exclusiva nos quiosques do estádio.
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O modelo chega ao mercado em três versões, com preços de R$ 279,90 (masculina), R$ 259,90 (feminina) e R$ 239,90 (infantil). A camisa traz referências diretas à trajetória rubro-negra, unindo identidade visual contemporânea e elementos que dialogam com a memória esportiva do clube. A escolha do sankofa, utilizada como base da estampa, funciona como síntese do espírito do projeto: olhar para trás para reconhecer a força ancestral que sustenta um dos maiores fenômenos culturais do país.
A campanha que acompanha o lançamento segue o conceito “O brilho das nossas conquistas é a nossa herança”. O clube busca relembrar que figuras negras foram decisivas não apenas para o Flamengo vencer dentro de campo, mas também para transformar a sua relação com o país. O legado de Leônidas da Silva, o Diamante Negro, aparece como força motriz narrativa. Sua invenção do gol de bicicleta, eternizada na história do futebol, é tratada como uma ruptura que alterou o modo como o esporte passou a ser percebido. Ao lado dele surgem nomes como Jarbas, Domingos, Nonô, Zizinho, Érica Lopes, Adílio, Adriano Imperador, Vini Jr, Isaquias Queiroz, Rebeca Andrade e tantos outros atletas que fizeram do Flamengo sua plataforma de impacto cultural e esportivo.
A trilha que conduz o filme da campanha, intitulada “Nossa Herança”, foi composta especialmente para o projeto. O clube escolheu Arlindinho como embaixador e intérprete, uma decisão carregada de significado, já que o músico guarda viva a memória artística do pai, Arlindo Cruz, um dos maiores sambistas da história e símbolo do orgulho rubro-negro. A canção funciona como fio que costura passado e presente: reconhece o pioneirismo, exalta a resistência e celebra o encanto que acompanha cada geração de atletas negros que vestiu vermelho e preto.
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O clipe dá forma ao discurso central da campanha, recuperando imagens e movimentos que reforçam a ideia de continuidade histórica. Na narração poética que acompanha o vídeo, o Flamengo lembra que o futebol já existia antes do clube, mas que certos gestos, como o gol de bicicleta de Leônidas, redefiniram fronteiras. E que o brilho dos diamantes rubro-negros nasce da raridade de seus talentos e da profundidade de suas histórias.
A produção do filme reuniu equipe majoritariamente ligada à identidade visual mais recente do clube. A direção de comunicação ficou com Flávia da Justa, enquanto a gerência é assinada por Flávia Bittencourt. A criação envolveu Moisés Athar, Gustavo Desenho, Sol Galvão, Rafael Nunes e Dário Assis, que também participa da composição da música. Sol Galvão assina a direção do filme.
O lançamento da camisa Diamantes Negros retoma uma tradição rubro-negra de unir produto, memória e discurso institucional. Em anos anteriores, o clube produziu materiais ligados ao Novembro Negro e ao seu compromisso com a valorização da identidade africana no esporte. A edição deste ano, inserida no marco dos 130 anos, aprofunda essa proposta ao dialogar com símbolos, histórias e figuras que atravessaram a existência do Flamengo desde o início do século XX.
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A coleção representa, portanto, mais do que o lançamento de uma camisa, é uma declaração sobre como o clube escolhe reconhecer aqueles que o fizeram grande. Como canta Arlindinho na trilha criada para a campanha, “o brilho das nossas conquistas é nossa herança”. A camisa chega como extensão desse verso, lembrando que o Flamengo nasceu do encontro de culturas, cresceu com a força do povo e permanece sendo, antes de tudo, um fenômeno de identidade.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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