Hipocrisia, jogo feio de Abel e o tetra: Flamengo desmonta narrativas e domina final da Libertadores
A semana que antecedeu a final já dava sinais de que o ambiente seria inflamado. Torcedores do Palmeiras recuperavam antigos vídeos e comentários de rubro-negros para tentar construir uma narrativa de soberba. O curioso é que grande parte dessas mesmas contas passava o dia alimentando provocações, apagando postagens e reclamando de um comportamento que, na prática, eles próprios assumiam. No Twitter, um perfil palmeirense bastante movimentado chegou a escrever que sua “confiança havia aumentado mil por cento” após observar um treino físico do Flamengo. Chamou a equipe carioca de lenta, “time morto”, incapaz de resistir à intensidade paulista. As mensagens desapareceram poucas horas depois do apito final.
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Em campo, a história seguiu um roteiro bem diferente daquele previsto nas bravatas pré-jogo. O Palmeiras entrou com a mesma estratégia do encontro recente no Maracanã. A proposta não encaixou. Faltou repertório, movimentação, construção desde trás. Sobrou ligação direta. Lances repetidos ao longo dos noventa minutos mostravam sempre o mesmo padrão. Um chutão que saía do goleiro, avançava em parábola e buscava uma segunda bola improvável. Tentaram isso inúmeras vezes. Nenhum sinal de variação tática. Como já disseram alguns analistas, Abel Ferreira tem méritos como motivador, mas não conduziu uma equipe capaz de competir criativamente contra um adversário mais técnico.
O Flamengo soube se adaptar. Criou mais chances, controlou emocionalmente a partida e encontrou o gol com Danilo em jogada que resumiu o contraste entre as duas equipes. Enquanto o Palmeiras dependia de bolas aleatórias, o time carioca chegava em triangulações e ataques coordenados. A partida só ficou marcada por polêmicas porque o árbitro ignorou dois lances graves, um de Veiga e o outro de Pulgar. Ambos poderiam ter resultado em expulsão. Um não anula o outro. O próprio Danilo Lavieri disse que a jogada do meia palmeirense era passível de vermelho, mas tentou relativizar com argumentos sobre “intensidade”. Isso abriu o debate que atravessou mesas-redondas desde a noite de sábado. Se um é passível de expulsão, então é expulsão. Não há escala de gravidade para justificar exceção. A bola não reconhece relativismos.
Ainda assim, a discussão perde força quando olhamos para o conjunto da obra. O Palmeiras teve apenas uma chance real na partida, o chute de Roque que Danilo afastou na pequena área. Fora isso, nada. Nenhuma jogada construída. Nenhum recurso tático alternativo. A equipe paulista passou o jogo inteiro buscando um lance fortuito. E quando se recorre ao acaso para tentar vencer a final mais importante do continente, a chance de fracassar é enorme.
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Enquanto isso, a reação da torcida rubro-negra mostrou a dimensão do momento. Em 2021 houve lamento. Em 2022 veio alívio. Em 2025, o sentimento foi de maturidade. O Flamengo conquistou o quarto título continental, assumiu o topo e encerrou de vez a conversa sobre hegemonia. É o único tetracampeão do Brasil. É o maior representante nacional na Libertadores. É quem dita os capítulos mais pesados da competição nas últimas décadas.
A derrota palmeirense gerou uma tentativa de reconstrução da narrativa. Perfis apagaram tweets, influenciadores viraram comentaristas de intensidade de travas e até confusões sobre cartões surgiram. Alguns garantiam que Danilo tinha amarelo quando anulou o gol de empate. Não tinha. Outros reclamavam de supostas perseguições da Conmebol. O jogo não justificava isso. O futebol praticado pelo Palmeiras também não.
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No fim, a noite de Lima reforça um contraste recente. O Flamengo entra para competir, independentemente do cenário. O Palmeiras chega confiante, mas depende de enredos que não encontram sustentação no campo. Quando o apito final encerrou a partida, a taça voltou para Gávea e a narrativa se dissolveu no ar.
O tetracampeonato firma o Flamengo como protagonista do continente. Reacende a história de 1981, governa com as memórias de 2019, revisita a noite de 2022 e abre espaço para uma nova geração de títulos. Nenhuma acusação de soberba derruba isso. Nenhum compilado de lances isolados reorganiza a realidade. A bola decidiu. E ela decidiu pelo Flamengo.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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