Foi na base do grito, da raça, da vontade, da entrega. Talvez, se não fosse por esses ingredientes, o Flamengo tivesse ficado de fora das semifinais da Taça Guanabara. Mas, no jogo de hoje, o peso da camisa fez a diferença.
O Flamengo começou bem o jogo, sim. Aguerrido, partindo para cima e buscando a vitória. Mas essa vontade não foi sinônimo de qualidade. Ronaldinho buscava o jogo, bateu algumas faltas — sem sucesso, mas que passaram perto do gol do Resende. Ele também tentou algumas jogadas com Deivid, mas em todas elas, a zaga e o goleiro venceram os jogadores rubro-negros.
Léo Moura, o melhor jogador do time desde o início do ano, mais uma vez mostrou por que tem merecido esse rótulo. Em boa jogada pela direita, entrou na área, driblando um, dois, e só não fez o gol porque a zaga colocou um ponto final no lance, mandando para a linha de fundo.
Fim de primeiro tempo.
Na volta para o segundo tempo, Joel colocou Bottinelli no lugar de Luiz Antônio, que, mais uma vez, não fazia uma boa partida. Joel sabia que precisava da vitória, e o Flamengo também. Mas, logo no começo, os dois tomaram uma ducha de água fria. Após cruzamento, Marcelo Régis, sozinho, cabeceou para o lado esquerdo de Felipe. A zaga parou, Felipe apenas olhou, e a bola entrou no fundo do gol. 1 a 0, Resende.
Após o gol, o Flamengo sentiu que precisava reagir se quisesse garantir vaga nas semifinais. Na primeira tentativa de Ronaldinho, ele arriscou, mas sem sucesso. Na segunda, foi fatal. Após cruzamento de Bottinelli, Ronaldinho cabeceou firme, mandando a bola para o fundo das redes. Um gol inusitado de um craque que conquistou o mundo com os pés. Mas convenhamos: craque é craque e faz gol até de bunda se for preciso. 1 a 1 em Volta Redonda.
Logo em seguida, ainda no embalo do empate, o Flamengo incendiou o jogo e a torcida em Volta Redonda. Léo Moura achou Vágner Love dentro da área, que, com um leve desvio, tirou o goleiro do Resende da jogada e empurrou para as redes. 2 a 1, Flamengo! Era a virada e o início da tranquilidade.
É verdade que o Flamengo precisava segurar o resultado até o fim. Restavam apenas 15 minutos e o Resende pressionava. Tanto é que Marcelo Régis — o mesmo que marcou o primeiro gol — quase matou Joel, o time e a Nação do coração. Recebeu uma boa bola cara a cara com o gol, sem Felipe, apenas com a trave e a rede à sua frente. Mas não alcançou.
Do outro lado, quem alcançou a glória foi Negueba. Em mais um ótimo lançamento de Léo Moura, ele recebeu em posição duvidosa, arrancou e, cara a cara com o goleiro do Resende, apenas colocou a bola por entre as pernas dele. Garantiu a classificação e sepultou o sonho do Resende de disputar as semifinais da Taça Guanabara.
E foi assim: Resende 1 x 3 Flamengo.
Bem, Nação, o resultado foi justo pela luta do Flamengo no segundo tempo, após o gol sofrido por uma falha grotesca da zaga. Vencemos mais uma, sim, mas é certo que esse time ainda precisa de muitos ajustes para chegar ao ponto ideal que o futebol exige. O time falhou muito no primeiro tempo e, apesar de também falhar no segundo, a mística do Manto Sagrado Rubro-Negro pesou.
Agora é esperar a definição dos confrontos e jogar a semifinal contra o Vasco. Isso mesmo, é contra o nosso querido Vice da Gama, que mais uma vez está louco para entregar a paçoca e ser vice de novo. Até porque eles não cansam dessa tradição. Sempre dão um jeito de nos encontrar e sofrer ainda mais.
Bom carnaval a todos, divirtam-se e não se esqueçam: podemos gritar “vice de novo” a qualquer momento. Porque todos nós já conhecemos o protocolo.
SRN
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