O Clássico dos milhões- Histórias de Flamengo x Vasco

O Clássico dos milhões- Histórias de Flamengo x Vasco

Em 1º lugar, gostaria de dizer que sou Flamengo demais, mas abaixo seguem apenas fatos, sem clubismo.

Em 2 º lugar, Vasco.

Deixando as pilhérias de lado, vamos falar hoje desse clássico pelo qual passamos uma semana inteira esperando, repletos de êxtase!

Não é a toa que Flamengo e Vasco fazem o clássico dos milhões. Suas torcidas juntas correspondem cerca de 22% das pessoas que torcem por algum clube neste país. A rivalidade tão marcante evidenciada pelos violentos confrontos (injustificáveis) de suas torcidas, a saudável e costumeira zoação tão característica. Acompanhe algumas histórias dignas desse imenso clássico.

Números do clássico

296 jogos
115 vitórias do Flamengo
93 vitórias do Vasco
88 empates
395 gols do Flamengo
365 gols do Vasco

A torcida do Flamengo é a maior do Brasil e do mundo com cerca de 35 milhões de torcedores

A torcida do Vasco é a 4ª maior do país com cerca de 10 milhões de torcedores

Jogos memoráveis

Final do Carioca de 1978 – Emocionante

 

Títulos conquistados no último minuto são sempre inesquecíveis. Para os torcedores do Flamengo, são ainda mais, especialmente se as decisões são contra o Vasco da Gama. E foi o caso em 1978, há quase 36 anos, em uma partida que é lembrada até hoje pelos rubro-negros, pois foi ali que nasceu a “Geração de Ouro” do Clube, que conquistou os maiores títulos de sua história: a Taça Libertadores da América e o Campeonato Mundial Interclubes, além de quatro Campeonatos Brasileiros.

Em um torneio que teve três artilheiros, com 19 gols cada, sendo dois do Flamengo – Cláudio Adão e Zico, e um do Vasco – Roberto Dinamite, a final foi decidida com apenas um golzinho. Um gol chorado, que veio a acontecer apenas aos 43 minutos do segundo tempo da decisão. Um gol que não sai da cabeça da Nação Rubro-Negra até os dias de hoje. E também insiste em não sair da cabeça dos vascaínos. Um gol que foi feito de cabeça. Da cabeça de um dos maiores jogadores da história do Mengo: o zagueiro Rondinelli, conhecido como Deus da Raça.

Reza a lenda, que no vestiário do Maracanã, naquele dia, foi feito um pacto entre os jogadores do Fla. Um pacto de vitórias, que daria início a uma sequência sensacional de títulos, como o Campeonato Carioca, duas vezes em 1979, e também em 1981, por exemplo, ano em que, aliás, o time conquistou a Taça Libertadores da América e o Campeonato Mundial Interclubes.

Os lencinhos do Romário

O marrento Romário tetra mundial e herói da Seleção retornou ao futebol carioca em 95 e para frustração vascaína, para defender as cores do Mais Querido. Na semana do Clássico dos Milhões, o baixinho sugeriu que os vascaínos levassem lencinhos para o Maracanã, em prol de enxugar as lágrimas. No vídeo abaixo, Romário cumpre a promessa. Impagável!  O jogo terminou com vitória Rubro-Negra.

 

A cocada vascaína

O cariocão de 1988, conhecido também como Copa Rio 88 foi vencido pelo Vasco. O personagem que se tornou folclórico neste campeonato foi o lateral-direito vascaíno Cocada. Durante a final do campeonato, onde o empate dava o título ao time de São Januário, Cocada (irmão do atacante Müller) entrou em campo aos 42 minutos do segundo tempo, quando estava 0x0. No minuto seguinte marcou o gol do título e ao comemorar o gol tirou a camisa, sendo expulso logo depois.Foi o último título do Vasco conquistado em cima do Flamengo numa final de Campeonato Carioca em confronto direto (2 jogos).

Vasco 1 x 3 Flamengo – O Tri inesquecível

Um jogo digno de Flamengo e Vasco. Um jogo digno de final de Campeonato Carioca. Esta foi a decisão do Estadual do Rio de Janeiro do ano de 2001. Diante de mais de 60 mil pessoas no Maracanã, o Fla fez o impossível. Não tomou conhecimento do rival e de sua vantagem, e aplicou um 3×1 inesquecível, com dois gols de Edílson, artilheiro do campeonato, e um de falta do maestro Petkovic, imortalizado na história do Clube.

Durante o primeiro tempo, o jogo foi bem agitado. Nervoso e precisando do resultado, o Flamengo pressionava, enquanto o time de São Januário se mandava nos contra-ataques. Logo no início do jogo, Viola poderia ter aberto o placar para o Vasco da Gama, mas Júlio César salvou o Fla. Mas, aos 23, quem, de fato, abriu o placar, foi o Flamengo. O lateral-esquerdo Cássio foi derrubado na área. Pênalti. O artilheiro do time do Campeonato, Edílson bateu e marcou. 1×0 para o Rubro-Negro, que precisava de mais um gol para conquistar o título.

No entanto, quem marcou em seguida foi o Vasco. Primeiro com Euller, em gol que foi anulado pelo bandeirinha, devido ao impedimento. Depois, após tanto pressionar, e perder novas chances com Viola e Euller, Juninho Paulista empatou o jogo, após receber passe do atacante Viola, dentro da área. O próprioJuninho poderia ter decidido o jogo. Mas, Júlio César salvou o Fla. De novo. Fim do primeiro tempo, vantagem do Vasco, com o Flamengo precisando de dois gols para ser campeão. Honrando a camisa que vestiam, os jogadores nunca deixaram de acreditar.

Na volta do intervalo, o Flamengo mostrou ao que veio. Empurrado pela torcida, mesmo com o título longe, o Rubro-Negro se superou, e chegou ao segundo gol. Aos 8 minutos, começava a brilhar a estrela de Petkovic. Em bela jogada pela ponta-esquerda, o camisa 10 do Fla deu belo cruzamento para o artilheiroEdílson, o baixinho da vez, já que Romário, do Vasco não jogou, completar de cabeça: 2×1 para a equipe vermelha e preta.

A partir daí, só emoção. Juninho Paulista cobrou falta com perigo e acertou o travessão de Júlio César. Euller chegou a driblar o goleiro em outro lance perigoso a favor dos cruzamaltinos. Mas, ficou sem ângulo, e perdeu a chance. O Vasco era só pressão, mas parava nas mãos do iluminado goleiro rubro-negro. Até que, aos 43 minutos do segundo tempo, com a torcida vascaína já comemorando o título, veio o momento que não sai da cabeça de quem assistiu àquela decisão.

Falta para o Flamengo, na entrada da área, em cima de Edílson. Adivinha quem vai bater? É o camisa 10 da Gávea. Música famosa de Jorge Ben, em homenagem a Zico. Não foi bem este camisa 10 da Gávea quem bateu. Foi outro. O sérvio Petkovic. Mas a classe e categoria da cobrança foram as mesmas do Galinho de Quintino, maior ídolo da história do Clube. As imagens não saem da cabeça dos rubro-negros. O lateral-direito Alessandro rezando no banco de reservas. Zagallo segurando uma imagem de São Judas Tadeu. O então técnico vascaíno Joel Santana desesperado no banco.

Era um momento decisivo. Caso o Flamengo fizesse o gol, seria tricampeão. Em uma linda coreografia, a torcida rubro-negra passou energia positiva para o time. O árbitro Léo Feldam apitou, Petkovic partiu para a bola, e como se tivesse colocado com a mão, a bola foi parar no fundo das redes, no ângulo esquerdo do goleiro vascaíno Helton. Sem chances, indefensável, indescritível, emocionante. Uma explosão de alegria em vermelho e preto se deu noMaracanã e em todo Brasil.

A partir daí, foi só comemorar. Abrindo o novo século no futebol carioca com um título todo especial. Um tricampeonato na virada do século XX para o século XXI. Um tricampeonato com três conquistas em cima do arqui-rival Vasco. Um tricampeonato com tudo que o torcedor do Flamengo merecia, e da maneira que ele mais gosta: com raça e emoção.

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Fontes de pesquisa:

Flamengo – Site Oficial
FutPédia –  Globo Esporte

 

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