O Flamengo e o seu cabaço na Libertadores

O Flamengo e o seu cabaço na Libertadores

É sob o efeito da insônia e da tristeza que inicio essa publicação, após algum tempo sem colaborar com o blog e com a esperança – horas atrás – de vir aqui, agora, tratar da classificação do Flamengo, que não veio.Tenho 25 anos e desde 2002 acompanho o Flamengo em Libertadores. Essa minha primeira edição, inclusive, foi a primeira em que “vi” o Flamengo cair na fase de grupos. Àquela época, inundado em dívidas, salários atrasados e, como falamos aqui no Nordeste, o clube vivendo uma esculhambação total.

Em 2007, 2008 e 2010, presenciei o Flamengo pelo menos chegando à segunda fase da competição. Caindo pra Defensor-URU, América do México (aquele baque com requintes de uma crueldade absurda) e Universidad de Chile. Das três ocasiões citadas, em duas dessas, no México e no Chile, tínhamos times que não avançaram por puro capricho. Um 4-2 que virou 0-3, e um 2-3 que virou 1-2. A primeira com um Flamengo caindo perante um Cabañas em noite de sorte; a segunda com um Flamengo sendo eliminado perante o seu próprio medo desse torneio e por um lance em que Vinícius Pacheco preferiu simular um pênalti a rolar para Adriano nos levar às semifinais.

Tudo isso ficou no “se” e na memória. Memória de 40 milhões de calejados, em que 30% viram a máquina de Zico ganhar tudo em 1981, e que já estão morrendo de saudades de ver tudo aquilo de novo. E o que dizer aos outros 70%, no qual eu me incluo? Que o último título expressivo em âmbito nacional, já tem quase uma década que fora conquistado; que no último título internacional conquistado, a internet ainda era uma raridade no Brasil.

É tudo muito complicado de ser digerido. Para nós torcedores que vemos de fora, a sensação é que essa diretoria, apesar de todos os indiscutíveis méritos na questão das dívidas e organização do clube, não quer ver o futebol ganhar nada. Ou viver de estaduais – que já são tantos. Logo o futebol que é o carro-chefe do clube, logo o Flamengo que é o maior clube do país…

Quando Rodinei colocou aquela bola pra dentro, a minha primeira reação, claro, foi de extrema alegria. Era o gol da classificação! Depois, a risada. Rodinei tá voando, ta com sorte e banhado em confiança. Talvez meses atrás, ele não arriscasse aquele chute e tocasse para o lado, recuasse ou levantasse na área. Eu vi esse gol como sorte de quem merecia a vaga e ia avançar. Mas aí o Flamengo voltou a mostrar mais um pouco do mal eterno que sofre. Se faz 1-0, é como se fosse lei o recuo. E aconteceu. E o San Lorenzo veio pra cima. E estava em casa e a torcida iria junto. E empatou de cabeça. E Muralha tirou uma bola em cima da linha, com Réver mandando para La concha de tu madre. E da esquerda, de um chute rasteiro, veio o segundo gol, pra matar o Flamengo nos acréscimos e depender de um empate da Universidad Catolica no Chile. Que não veio e a realidade voltou a nos massacrar.

Termino esse texto em dose dupla… uma lástima a ausência de Diego. Que não era garantia de classificação, mas ia ajudar demais nessa reta final. Já jogou Libertadores e só não ganhou porque deu de cara com um Boca Juniors que o estraçalhou na época. E enquanto o Flamengo for um tremendo cabaço em Libertadores, jamais vai vencê-la.

Germano Medeiros (@43Germano)

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Tulio Rodrigues

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