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PVC se contradiz ao defender falas hipócritas de Abel Ferreira sobre calendário e ataca Boto de novo

PVC se contradiz ao defender falas hipócritas de Abel Ferreira sobre calendário e ataca Boto de novo

Após a derrota do Palmeiras para o Grêmio, Abel Ferreira voltou a criticar o calendário do futebol brasileiro. A declaração ocorreu na entrevista coletiva de sábado (22), quando o treinador afirmou que disputar uma final continental a apenas três dias de um jogo nacional seria “uma anomalia”. A fala ganhou repercussão porque o mesmo Abel havia elogiado a decisão da CBF de reorganizar datas em agosto, quando a entidade anunciou ajustes que prejudicariam diretamente Flamengo e Palmeiras. A mudança de postura reacendeu o debate sobre coerência, uso das queixas como ferramenta política e o papel da imprensa, especialmente de analistas como PVC, na filtragem e justificação desse tipo de discurso.


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A contradição exposta agora tem uma linha do tempo clara. Em agosto, quando a CBF alterou rodadas para acomodar partidas atrasadas, Abel subiu o tom para elogiar a entidade. Disse que decisões difíceis melhoravam o futebol brasileiro e que os ajustes eram “um passo para o futuro”. Nada ali o incomodava, embora o cenário previsse exatamente o que agora ele aponta como absurdo: semanas finais com jogos acumulados, atletas convocados desfalcando o time e pouco tempo de preparação.

O cenário mudou quando a equipe entrou em queda técnica. O Palmeiras somou apenas dois pontos nos últimos quinze disputados no Brasileirão. Na entrevista pós-jogo, Abel construiu uma narrativa em que tudo “mudou” após a partida contra o São Paulo, citando pênaltis supostamente ignorados, árbitros “com medo” e uma sequência de interferências externas que teriam condicionado o rendimento. Um fio argumentativo que desloca responsabilidades e reorganiza os fatos conforme a conveniência do momento.

A resposta dentro do próprio Palmeiras veio mais sóbria. Leila Pereira, na manhã seguinte, admitiu que o time vive má fase, rejeitou a transferência de culpa para arbitragem e disse que os resultados recentes são fruto da incapacidade coletiva. “Não vencemos por responsabilidade nossa”, afirmou. Uma frase simples, mas que contrasta com a tentativa de reconstrução dos acontecimentos feita pelo treinador.

A partir daí, o debate avançou para a imprensa, e é nesse ponto que a atuação de PVC entrou no centro da discussão. Durante análise no UOL, o comentarista tratou as falas de Abel como parte de um suposto “populismo digital” que já estaria em curso entre torcedores, especialmente após listas de internet acusarem o Palmeiras de acumular quinze pontos graças à arbitragem. O problema é que o jornalista acolheu a versão que convém ao treinador e a utilizou como moldura para amenizar, contextualizar e até suavizar a contradição do técnico. A crítica, que em outros momentos ele dispara com contundência, virou um discurso moderado, decorado por concessões e explicações periféricas.

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O contraste fica evidente quando se observa o tratamento dado a dirigentes do Flamengo, como José Boto. Em ocasiões recentes, qualquer queixa vinda da Gávea foi interpretada com dureza, acompanhada de cobranças por “propostas concretas”, “melhorias reais” e “responsabilidade no debate”. Com Abel, o peso da régua mudou. A fala do técnico, que em essência reproduz as mesmas práticas criticadas em outros clubes, recebeu uma blindagem discursiva que passou longe do rigor aplicado aos dirigentes rubro-negros.

A reação da audiência escancarou esse descompasso. Os comentários na própria live do UOL foram diretos: acusações de parcialidade, cobranças por equilíbrio, ironias sobre a proximidade com o Palmeiras. Não é novidade que PVC seja um jornalista respeitado pela memória esportiva que carrega, mas o episódio mostra um afastamento entre o analista e o sentimento de parte do público, algo que se intensifica quando a crítica seletiva se torna perceptível demais.

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No fundo, o problema não está apenas na reclamação de Abel ou na defesa de PVC. Está na repetição de discursos que se adaptam ao vento do resultado, na terceirização da responsabilidade, na tentativa de transformar discussões técnicas em cruzadas narrativas. Quando a lógica vira barganha emocional, perde-se o que deveria ser o núcleo de qualquer análise: a busca por clareza. E clareza, neste caso, exige reconhecer que Abel elogiou o mesmo calendário que critica agora, que justificou derrotas com argumentos que não sustentou antes, e que parte da imprensa escolheu flexibilizar a coerência para acompanhá-lo.

No futebol brasileiro, onde cada rodada gera sua própria versão da verdade, a crítica coerente vale mais do que qualquer frase de efeito. É ela que separa a análise da torcida organizada de microfone. E é justamente aí que a contradição de Abel e a suavização de PVC se encontram.

A hipocrisia exposta: para PVC, a Bruno Henrique, cabe a pena moral; para Vitor Roque, o pano

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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