VEJA! CONSULTOR DO FLAMENGO TRAZ DETALHES IMPRESSIONANTES DAS ILEGALIDADES PRATICADAS PELA LIBRA

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Imagem: Reprodução/Flamengo TV

Na noite de terça-feira (7), em uma apresentação técnica e detalhada, o Flamengo expôs sua posição oficial sobre a controvérsia do rateio das verbas de audiência do contrato firmado pela Libra com a TV Globo. O encontro ocorreu no Conselho Delibeativo e foi conduzido pelo Conselho Diretor, com base em relatórios elaborados pela Mattos Projects, empresa contratada pela própria Libra para gerenciar o acordo, e em análises da Ernst & Young sobre as receitas dos clubes em 2024. O objetivo, segundo o clube, foi “esclarecer, com fatos e documentos, o que está em disputa”, evitando versões distorcidas que circularam nas últimas semanas.


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A questão central envolve a distribuição dos 30% relativos à audiência que, segundo o estatuto da liga, devem ser rateados por plataforma. O Flamengo alega que a fórmula atual é “incompleta” porque o contrato com a emissora não discrimina quanto deveria ser pago por TV aberta, fechada e pay-per-view. Sem essa informação, defende o clube, é impossível aplicar corretamente os critérios definidos no chamado “anexo 1” do estatuto da Libra, que trata do rateio das receitas.

Não há como ponderar o que foi pago por cada plataforma se o contrato apresenta um preço global. O cálculo fica tecnicamente inviável”, explicou Marcelo Campos Pinto, Consultor do Flamengo, durante a exposição. “Não estamos questionando o estatuto, nem negando que aprovamos sua última versão, em setembro de 2024. O ponto é que a regra, da forma como está, não tem base concreta para ser executada.

Segundo o estatuto da Libra, qualquer modificação no anexo 1, onde estão descritos os critérios de rateio, só pode ser feita por unanimidade entre os clubes. Esse detalhe é fundamental na disputa. Para o Flamengo, qualquer tentativa de complementar a fórmula sem consenso total fere o regulamento. A interpretação é compartilhada, inclusive, por dirigentes de outros clubes, como a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, que em declaração recente reconheceu a exigência de unanimidade para mudanças dessa natureza.

A apresentação do Flamengo reconstruiu a cronologia do impasse. Desde fevereiro de 2025, o clube afirma vir alertando a Libra sobre a incompletude da fórmula. Na primeira reunião com a Mattos Projects, a empresa apresentou cinco cenários alternativos para tentar preencher as lacunas do modelo original. Cada cenário trazia premissas diferentes sobre o peso de cada tipo de transmissão: aberta, paga e pay-per-view na composição da receita total. Em um dos exemplos, 60% do valor total era atribuído à TV aberta; em outro, o peso maior recaía sobre o pay-per-view.

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Essas simulações reconhecem que a fórmula é incompleta. Se fosse suficiente, não haveria necessidade de cenários alternativos”, argumentou Marcelo. “E se precisa ser completada, é porque precisa ser modificada. E o estatuto é claro: modificar exige unanimidade.”

O Flamengo também questiona a ausência de dados precisos sobre a audiência real em cada plataforma. O clube sustenta que o critério de vendas do pay-per-view é o indicador mais objetivo de engajamento e audiência entre os torcedores. De acordo com números apresentados, o Rubro-Negro representa 37,8% das assinaturas do pay-per-view, contra 13% do Corinthians, o segundo colocado. Para a diretoria, esse dado deveria ter peso central na divisão dos 30% do contrato.

Ao longo das reuniões, a Mattos Projects reduziu os seis cenários iniciais a três, com diferentes impactos sobre a receita dos clubes. Nos modelos propostos, a fatia do Flamengo variava entre 19% e 27%. O clube sustenta que, com base em pesquisas nacionais de torcida, sua representatividade deveria ser próxima de 47% entre os clubes da Libra, percentual proporcional ao tamanho de sua base de torcedores. “Quem gera audiência é a torcida. Quem compra camisa, assina o pay-per-view e enche os estádios é o torcedor. E o Flamengo tem a maior torcida do Brasil, fato reconhecido por todos os institutos”, disse.

A disputa atingiu o ápice em maio, quando a Libra convocou uma assembleia para votar os parâmetros de mensuração da audiência, reconhecendo a necessidade de complementar o anexo 1. A reunião começou em 16 de maio, foi suspensa e retomada em 26 de agosto. Durante os debates, a maioria dos clubes manifestou preferência pelo “cenário 1”, o que representaria cerca de 19% para o Flamengo, bem abaixo dos 29% de participação nacional atribuídos ao clube em pesquisas de audiência. O Flamengo propôs uma alternativa intermediária, o “cenário 6”, em busca de um acordo transitório. A proposta, porém, não avançou.

Desde fevereiro, nenhum clube sinalizou disposição real para discutir uma fórmula consensual”, afirmou o representante rubro-negro. “O Flamengo não está pedindo privilégio. Está pedindo critério. E critério, neste caso, é o que está faltando.

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Para sustentar seu argumento, o clube apresentou uma comparação entre os valores recebidos pelos times em 2024 e as projeções para 2025, com base em dados da Ernst & Young. O estudo mostra que, no modelo proposto pela Libra, o Flamengo perderia cerca de R$ 103 milhões por ano em relação ao valor recebido na última temporada, enquanto outros clubes, como Bahia e Atlético-MG, registrariam ganhos expressivos. Já na proposta do Flamengo, a perda cairia para aproximadamente R$ 50 milhões. “Não estamos buscando recuperar os R$ 100 milhões que deixamos de ganhar. Estamos tentando reduzir o impacto de uma regra falha”, disse o presidente do clube, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, em tom conciliador.

Outro ponto levantado foi o “fundo de compensação”, previsto nas negociações mas nunca implementado. Segundo o Flamengo, o fundo serviria para mitigar as diferenças de receita entre os clubes durante o período de transição até 2029, mas acabou ficando apenas na promessa.

A diretoria rubro-negra afirma que, independentemente da decisão judicial, já que há um processo em andamento, seguirá defendendo seus direitos dentro dos limites do estatuto e da lei. “O Flamengo respeitará o que for decidido pela Justiça, mas continuará lutando pelo que é justo. A transparência e a coerência sempre pautaram nossa atuação”, disse Marcelo Campos Pinto.

No centro da disputa, o que está em jogo não é apenas uma diferença de cálculo, mas o modelo de governança que a Libra pretende consolidar. O caso expõe as dificuldades de conciliar os interesses de clubes de tamanhos e forças econômicas diferentes em um ambiente que busca se firmar como a liga profissional do futebol brasileiro. Para o Flamengo, a lição é simples: “sem critério claro, não há justiça possível, nem futuro sustentável para o futebol nacional.

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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Tulio Rodrigues

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