O assunto sobre a reunião na Superintendência da Ilha do Governador sobre o estádio da Ilha realizada ontem vem sendo um dos mais comentados desde sábado nas redes sociais. A notícia de que haveria essa reunião para se discutir “soluções, garantia de direitos e compensações para o bairro” divulgada no sábado, pegou a todos de surpresa. Inclusive os dirigentes do clube que não tinham conhecimento do evento com tais reivindicações nada claras. Com a repercussão negativa e a chuva de críticas nas Redes Sociais a vereadora Tânia Bastos, no domingo foi articulado um encontro no clube. O que ocorreu na segunda-feira e sendo repercutido no site do clube e na grande mídia esportiva.
A vereadora se aproveitou da repercussão do encontro, da visibilidade e divulgou em suas redes todas as notícias sobre. Ainda no domingo, um amigo em comum meu com a sua assessora de imprensa, Daniella Araujo, entrou em contato comigo para que eu falasse com ela. Na hora eu mandei uma mensagem imaginando que iria pedir um direito de resposta e nos esclarecer os questionamentos levantados na minha matéria “Vereadora que questiona estádio da Ilha com o Fla teve crescimento expressivo de patrimônio” como nomeação de líderes de sua igreja para seu gabinete, a pouca relevância de suas propostas, as moções de homenagens na Câmara a doadores de sua campanha, a líderes evangélicos que se quer atuam no Rio de Janeiro, o crescimento expressivo do seu patrimônio, a prestação de contas da sua última campanha que tem uma diferença de R$ 85.426 e o que realmente queria com a reunião. Daniella não me respondeu. Tudo bem. No mesmo dia que publiquei o texto, Tânia respondeu no Facebook ao nosso post com a mesma nota que ela publicou em sua página, mas acabou apagando depois.
Ontem ocorreu a reunião na superintendência da Ilha. Os fatos foram divulgados pelo Mundo Rubro Negro no Twitter e começou com o superintendente, Daniel Balbi indo as vias de fato com um repórter. Fred Luz foi representar o Flamengo. Havia representantes da Portuguesa, líderes de organizadas e autoridades dos Bombeiros, Guarda Municipal e PM. A reunião não seria para tomada de decisão e somente para debate. Moradores e síndicos colocaram os problemas da região como vagas de estacionamentos, violência, trânsito e demais problemas urbanos. Todos pontos importantes para se discutir sim. Porém, vale ressaltar que:
- O representante da Guarda Municipal disse que nunca foi chamado para nenhuma reunião quando o Botafogo estava no estádio. Ainda ponderou que nossa torcida é a que dá menos trabalho no Maracanã.
- Daniel Balbi quer que o Flamengo arque com qualquer prejuízo futuro no entorno. Mas que prejuízos o Flamengo deve arcar? Em que situação?
- Por que a reunião estava esvaziada de moradores? Haviam mais representantes da torcida do Flamengo que moradores.
- A vereadora Tânia Bastos quer que o Flamengo faça um acordo com o Metrô para que haja integração com o Metrô na superfície. É sabido de qualquer morador da Ilha desse problema e dessa necessidade independente de jogos no estádio ou não. Tal tarefa cabe ao poder público e não ao Flamengo. A Tânia poderia articular isso para atender a Ilha.
- Deve ficar explicito o que é obrigação do clube e obrigação do poder público.
O papel do Flamengo de se importar com as demandas da Ilha é importante sim, mas o poder público terá muito mais responsabilidades do que o clube, pois as necessidade vão além dos jogos do Flamengo. São demandas antigas e não cabe ao Flamengo resolvê-las. Outro fator importante é que quanto mais o Flamengo estiver envolvido, melhor para orientar a torcida nos dias de jogos e fazer com que se evite transtornos.
O estádio da Portuguesa foi inauguram em 1965. Nunca foi um estádio com notícias de violência e nem mesmo de grande público. Em 2005, o Flamengo, Botafogo e a Petrobrás fizeram uma parceria e foram colocados estruturas tubulares e elevou a capacidade do estádio para 30 mil pessoas, o chamado Arena Petrobrás. Não houve problemas de um fluxo grande de pessoas. O jogo com maior público foi Botafogo x Brasiliense com 18.725 presentes. Houve problemas de violência, mas foram atos isolados que nunca fez com que representantes do local revindicassem melhorias ou impedissem de ter jogos.
O que deixou todo mundo surpreso é que não foi solicitado nada ao Botafogo ano passado. O anúncio da parceria entre Flamengo e Portuguesa foi comemorado pela mídia local e comerciantes. Outro fator estranho é que tais reivindicações fossem levantadas após o Flamengo já estar terminando as reformas necessárias e perto de jogar no estádio. Vamos supor que o Flamengo seja impedido de jogar. O que faz com o investimento feito?
Os problemas da Ilha são antigos e não foram causados por jogos, mas pelo descaso do poder público e de representantes do local como a vereadora Tânia Bastos que está no terceiro mandato e nem mesmo o básico conseguiu resolver para a população local. Muito fácil ir na reunião e culpar gestões anteriores e esquecer que desde 2009 ela ocupa a vereança. Mas ela sabe de onde partiu essa aversão aos jogos do Flamengo na Ilha e vem se aproveitando da situação, mas não fazendo seu papel de pessoa pública aos explicar os questionamento feitos sobre sua atuação na política. “Essa gente” (termo usado para se referir a nós, torcedores do Flamengo na reunião) quer respostas, Tânia Bastos. Essa gente vota e vamos estar aqui para lembrar de tudo isso num próximo pleito no Rio de Janeiro. Não é privando o seu Facebook para não receber comentários negativos e questionamentos que você vai resolver o problema.
Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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