VERGONHOSO! Palmeiras blinda arbitragem e faz ameaças em nota oficial | CBF esconde áudio do VAR

A crise da arbitragem no futebol brasileiro ganhou um novo capítulo após a nota oficial publicada pelo Palmeiras nesta segunda (06), um dia depois da vitória por 3 a 2 sobre o São Paulo, em clássico disputado no MorumBIS. O documento, redigido em tom combativo, contestou os críticos à arbitragem de Ramon Abatti Abel e insinuou a existência de um “caos” articulado por clubes rivais, com o objetivo de pressionar instituições esportivas. O episódio elevou o tom e reacendeu o debate sobre a transparência e a profissionalização dos árbitros.
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A nota, assinada pelo Palmeiras, foi divulgada nas redes sociais oficiais do clube pouco depois de o São Paulo reclamar publicamente dos erros de arbitragem na partida. Apesar da repercussão do lance e das críticas generalizadas à atuação de Ramon Abatti Abel, a CBF decidiu não liberar o áudio do VAR, alegando uso interno para “fins de treinamento”. A recusa gerou ainda mais desconfiança entre dirigentes, jornalistas e torcedores.
O texto palmeirense não apenas defendeu a equipe, mas também atacou a postura de outros clubes. “Alguns tentam instaurar o caos e coagir entidades e indivíduos em busca de vantagens futuras”, afirmou o comunicado, que, em tom velado, mirava diretamente o Flamengo, citado por comentaristas como o verdadeiro alvo da manifestação. A nota foi considerada por muitos como uma tentativa de intimidação, ao mencionar a expectativa de que o STJD “seja enérgico com aqueles que lançam suspeitas indevidas sobre pessoas e instituições”.
A reação dentro e fora dos bastidores foi imediata. Críticos, entre eles o jornalista Arnaldo Ribeiro, classificaram o texto como “método dos poderosos”, apontando que o Palmeiras adota uma estratégia recorrente de pressão sobre a arbitragem e de vitimização institucional. “O Palmeiras tem método. Começa pela Leila Pereira, passa por Abel Ferreira e chega aos jogadores, sobretudo Gustavo Gómez. Eles pressionam mais o árbitro do que os adversários que se sentem prejudicados”, disse Arnaldo em programa do UOL.
Nos bastidores, dirigentes de outros clubes enxergaram na nota uma tentativa de pautar o discurso sobre a arbitragem e blindar o clube em meio a erros que vêm se acumulando ao longo do Campeonato Brasileiro. Para muitos, a postura contrasta com o discurso público de Leila Pereira sobre “respeito institucional” e “colaboração entre clubes”. A presidente tem sido figura central em disputas políticas na CBF e na Libra, movimento que articula a formação de uma liga de clubes.
A LIVE COMPLETA:
Enquanto o Palmeiras se colocava como vítima de uma suposta perseguição, a CBF se fechava. O caso do áudio do VAR não divulgado foi considerado “vergonhoso” por comentaristas e analistas de arbitragem. “Se não querem mostrar, é porque há algo a esconder”, afirmou um dos comentaristas. A decisão alimentou a desconfiança sobre a condução da Comissão de Arbitragem, presidida por Rodrigo Martins Cintra, que já vinha sendo criticada por decisões incoerentes e ausência de padronização técnica.
Na prática, o episódio escancara o que muitos chamam de colapso moral da arbitragem nacional. Clubes alternam papéis de vítimas e beneficiados, mas nenhum deles propõe medidas concretas para a profissionalização da categoria. As notas oficiais se acumulam, mas a agenda de soluções permanece vazia. A crise é cíclica e sempre reaparece quando o protagonismo dos erros de campo se sobrepõe ao futebol jogado.
Os dirigentes só se movem por dinheiro, vide o caso da Libra. Ninguém quer discutir estrutura, gramado, fair play, nada. A Leila aproveitou o momento para aparecer. Não há uma sugestão sequer de melhoria. É método, é estratégia. Esse episódio expõe não apenas a contradição da dirigente, mas o estado geral de um sistema que vive de narrativas e silêncios convenientes.
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O caso ainda deve render desdobramentos jurídicos e políticos. O São Paulo busca punição aos árbitros envolvidos, enquanto o Flamengo, mesmo sem relação direta com o jogo, tornou-se parte do enredo por ser citado como pivô de suposta pressão sobre entidades. Na esfera pública, o episódio amplia a percepção de que o Campeonato Brasileiro 2025 está sob suspeita, independentemente de quem erguer a taça.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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