ALBERTO BORGERTH – O PAI DO FUTEBOL DO FLAMENGO – FLAMENGO 130 ANOS

ALBERTO BORGERTH – O PAI DO FUTEBOL DO FLAMENGO – FLAMENGO 130 ANOS

Para celebrar os 130 anos do Flamengo, estamos fazendo uma série de vídeos com os principais acontecimentos da fundação e da história do clube. Hoje, vamos falar do pai do futebol do Flamengo, Alberto Borgerth.


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A importância de Alberto Borgerth para a história do clube está no mesmo nível dos nossos fundadores. Ele é o pai do futebol do Flamengo. Vamos contar um pouco da sua história e dos seus feitos no Mais Querido e para o desporto nacional.

Alberto Borgerth nasceu em 3 de dezembro de 1892, no Rio de Janeiro, filho de José de Siqueira Álvares Borgerth e de dona Fanni Maria. Foi criado no bairro do Catete. Com grande aptidão para o esporte desde criança, os primeiros registros datam de 30 de agosto de 1905, quando tinha 13 anos, jogando como atacante do Rio Foot-Ball Club, que ajudou a fundar em 12 de julho de 1902. Em novembro do mesmo ano, venceu o 10º páreo da regata promovida pelo Botafogo, sendo patrão da yole Itabira, do Flamengo.

Em janeiro de 1908, foi aprovado em Álgebra, Desenho, Geometria, História Geral, Inglês, Francês, Latim, Português e Trigonometria no Colégio Alfredo Gomes. Segundo Roberto Assaf, no livro “Seja no mar, seja na terra“, seu primeiro registro como jogador do Fluminense foi em 14 de junho de 1909, atuando como aspirante, marcando dois gols na vitória por 6 a 3 sobre o América. Em 1910, passou a cursar a Faculdade de Medicina.

O ano de 1911 é extremamente importante em sua vida. Ganhou dois páreos remando pelo Flamengo, em regatas realizadas na Enseada de Botafogo. A primeira foi em 14 de agosto e a segunda, em 23 de outubro. Ele comandava a Jurity. Foi nesse ínterim que começou a ter problemas no futebol do Fluminense e também conquistou o Campeonato Carioca.

Às vésperas da partida contra o Rio Cricket, o Ground Committee (não havia técnicos na época) se reuniu e resolveu tirar Borgerth da equipe que iria a campo no dia 10 de setembro. Ernesto Paranhos, zagueiro do segundo time, foi o escolhido para o seu lugar. Houve crise no elenco, que ficou do lado do companheiro e se negou até a entrar em campo, mas Alberto contornou a situação. O tricolor venceu por 5 a 0. Gols de Gustavo de Carvalho, Oswaldo Gomes, Galo, James Calvert e Ernesto Paranhos.

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Reunido com os companheiros na Pensão Almeida, na Rua do Catete, Borgerth teve a ideia de criar uma seção de futebol no Flamengo, após concordarem que deixariam o Fluminense depois do título do Carioca. O Botafogo e o Paysandu foram citados como possíveis destinos, mas logo descartados.

No jogo seguinte, que garantiu o título carioca ao vencer o América por 2 a 0, ficou de fora novamente. Enquanto o Fluminense comemorava a conquista num baile luxuoso, Borgerth e os demais jogadores redigiam a carta de dispensa no Lamas. Com ele, iriam para o Flamengo: Baena, Píndaro, Néri, Amarante, Galo, Orlando Mattos, Gustavo de Carvalho e Lawrence Andrews.

Sócio do Flamengo, Borgerth foi essencial ao convencer o presidente Virgílio Leite, o vice-geral Edmundo Furtado e Pimenta de Mello de gestarem a ideia de criar uma seção de futebol no clube. Você pode ver todos os detalhes clicando aqui e assistindo ao vídeo sobre a criação do futebol no Flamengo.

Na Assembleia Extraordinária de 24 de dezembro de 1911, foi indicado pelo novo presidente do clube, Edmundo de Azurém Furtado, para chefiar o Departamento de Desportos Terrestres. Além disso, articulou, junto à Liga Metropolitana de Sports Athleticos, a inclusão do Flamengo na primeira divisão do Campeonato Carioca de 1912, uma das condições impostas pela diretoria para criar a pasta de futebol.

Em 1914, atuou como árbitro no segundo Brasil x Argentina da história, quando a Seleção Brasileira venceu por 1 a 0 e conquistou a Copa Roca.

Foi bicampeão carioca pelo Flamengo em 1914 e 1915. Sua trajetória no clube foi em diversos cargos de diretoria. Em 1926, tornou-se presidente. Foi eleito como vice de Faustino Esposel em 15 de dezembro, mas, com a vacância do titular, que viajou para a Europa, retornando somente em abril de 1927, tocou o clube na época, resolvendo uma suspensão de um ano dada pela Liga Metropolitana por ter emprestado o campo ao Paulistano, que estava excluído pela Associação Paulista, e conquistou o Campeonato Carioca daquele ano.

Como jogador do clube, foram 45 jogos e 21 gols.

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Na medicina, formou-se em 1915, o que o fez abandonar a carreira de atleta. Trabalhou como inspetor sanitário, atuou nos hospitais Assistência Pública, Miguel Couto e Pronto-Socorro, e ajudou na fundação do Hospital Pediátrico Municipal Jesus, em Vila Isabel, em julho de 1935.

No esporte, atuou ainda como membro do Tribunal Superior de Justiça Desportiva (STJD), foi presidente da Federação Metropolitana de Futebol, teve diversos cargos na Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e no Conselho Nacional de Desportos (CND).

Em 25 de novembro de 1958, aos 66 anos, faleceu em sua casa, na Rua Alexandre Ferreira, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Foi velado no Salão Nobre da sede do Flamengo. Seu caixão foi coberto pela bandeira do clube.

Obrigado por tudo, Alberto Borgerth!

Texto/Roteiro/Edição: Tulio Rodrigues

Fontes de pesquisa:
Livros:
Me Arrebata. Vol I – Maurício Neves de Jesus – Link para comprar
Seja no mar, seja na terra – Roberto Assaf – Link para comprar

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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Tulio Rodrigues

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