Das coisas que eu vi ontem, talvez o mais louco e engraçado tenha sido o formato da fila para entrar na Arena Pernambuco. A fila fazia um ziguezague cômico e a chuva que nos banhava não era páreo para nossa alegria e ansiedade. O público total para Náutico e Flamengo, foi em torno de 17 mil pessoas, mas se for comparar as dimensões das duas torcidas em espaço territorial, a do Flamengo parecia vencer. Ficamos no setor Norte Superior e a sensação por vezes era de Maracanã.
Mas a longa viagem do interior da Paraíba até Recife, não trouxe apenas coisas boas. Trago na bagagem algo que me preocupou o primeiro tempo inteiro e eu presenciava ali, no meio da torcida, pessoas com o mesmo sentimento. Cristóvão “precisava”, o Flamengo precisava vencer para seguir na Copa do Brasil. Porém o Flamengo não tinha criação. A começar pelo anúncio da escalação nos telões que já deixava evidente o que estaria por vir.
Hector Canteros. A voz anunciou nos telões e imediatamente ecoou-se por toda a Arena uma sonora vaia. Não era pra ser assim, mas o meu sentimento naquele momento foi de um certo conforto. Conforto por saber que quem estava ali, os outros tantos mil torcedores, não estavam satisfeitos com as atuações do argentino e queriam, dessa forma, passar o recado a ele e ao Cristóvão.
Cristóvão que não se mexia em momento algum. Não dá pra entender um técnico que vê seu time apenas tocar a bola para o lado, sem a mínima criação, o único homem do meio-campo com alguma lucidez, omisso, a torcida ameaçando perder a paciência(de modo geral), e fica apenas observando, calado e de braços cruzados.
Mas ele se salvou. E não foi porque o time encaixou, longe disso. Mas porque os seus quatro atacantes(não, você não leu errado) conseguiram resolver no segundo tempo. Primeiro com Jorge, aos 5 minutos do segundo tempo, após receber passe de Everton, e finalizar quase na pequena área. E o segundo veio dos pés de Paolo Guerrero aos 31 minutos do segundo tempo. Marcelo Cirino arrancou pela direita e serviu o peruano que chegava pelo meio e só teve o trabalho de empurrar para o gol.
Após os gols, a torcida pode esquecer um pouco esse péssimo detalhe do primeiro tempo e se divertir até quase 1 da manhã, dentro e fora da Arena Pernambuco. Quero deixar aqui meus parabéns à Raça Rubro-Negra. Torcida Organizada de João Pessoa, aqui na Paraíba, que comandou a festa no estádio e nos fez feliz apesar dos problemas intra-campo.
E ao time fica o alerta. Ontem era o Náutico, que segurou o sistema ofensivo do Flamengo até onde pôde. Mas no caminho dessa Copa do Brasil, poderemos enfrentar adversários com sistemas defensivos bem organizados e um meio consistente, coisa que não temos. E aí fica a dor de cabeça ao Cristóvão Borges, pois ele é pago pra isso. Diferente do torcedor, que pagou e sempre vai pagar, muitas vezes dinheiro que não tem, para sair de casa enfrentando condições climáticas adversas e um trânsito perigoso na madrugada para ver de perto o time que ama e junto de sua torcida, como foi o meu caso e de muitos outros mil que lá estavam.
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