Andemos devagar!

Germano Medeiros

Ficha Técnica:

Escalação do Flamengo: Felipe; Wellington Silva, Welinton, González, Ramon; Cáceres, Luís Antônio, Renato; Negueba, Thomás, Vágner Love.
Esquema: 4-3-3
Técnico: Dorival Júnior

Escalação do Náutico: Gideão; Patric, Marlon, Ronaldo Alves, Douglas Santos; Elicarlos, Souza, Cleverson, Rhayner; Araújo, Kieza.
Esquema: 4-4-2
Técnico: Alexandre Gallo

Estádio: Raulino de Oliveira – Volta Redonda, RJ
Público: 7.073 pagantes / 9.308 presentes
Renda: R$ 130.445
Arbitragem: Jean Pierre Gonçalves Lima; Auxiliares: Cristhian Passos Sorence e Marcelo Bertanha Barison
Placar: Flamengo 2 x 0 Náutico
Gol(s): Vágner Love (14’, 43’ do 1º tempo)

Serei sincero: ao ver o jogo de ontem, antes da bola rolar, pensei que, pelo que o Flamengo mostrou na quarta-feira passada, teríamos uma vitória garantida. Ledo engano!

Desta vez, Dorival precisou ajustar a equipe em dois setores, mas nada que alterasse a linha de frente. Welinton substituiu Thiago Medeiros na zaga, devido a uma lesão, e Wellington Silva entrou no lugar de Leonardo Moura, suspenso. Wellington Silva fez mais uma partida fraca, mas acabou “salvo” por um erro ainda maior de Welinton em um lance isolado.

O jogo começou de forma tímida. O Flamengo, organizado, tentava impor seu ritmo contra o Náutico. Mesmo um pouco lento, o time se mantinha estruturado. Importante destacar que o Flamengo de Dorival, organizado há pouco mais de uma semana, é muito diferente daquele que víamos sob Joel Santana. Esse novo time é compacto, organizado e com cada jogador cumprindo uma função específica. Love, por exemplo, não precisa mais voltar tanto para buscar o jogo, e Negueba parece outro jogador! A presença de três volantes, que antes era uma dor de cabeça para a torcida, agora não é mais criticada. O Flamengo de Dorival é outro! E até temos jogadas ensaiadas, como nos escanteios, que agora são uma ameaça real para o adversário.

O Náutico até começou bem o jogo, mas foi o Flamengo, com mais organização e padrão de jogo, quem ditou o ritmo desde o início. Aos 14 minutos, após um lateral, Love ganhou no corpo, passou fácil por Marlon, acertou um chute certeiro, e a bola entrou, apesar da tentativa de defesa de Gideão. Há muito tempo o Flamengo não abria o placar no primeiro tempo.

E o Flamengo, agora com jogadas ensaiadas, quase ampliou aos 32 minutos. Em uma falta na entrada da área, Renato e Luís Antônio prepararam uma jogada em que Renato se deslocou para a área, e Luís Antônio fez um cruzamento na medida. Renato cabeceou, mas Gideão fez uma defesa milagrosa.

O segundo gol veio de uma falha do Náutico. Ronaldo Alves tentou sair jogando, mas Love tomou a bola, acertou a trave e, no rebote, teve calma para driblar e marcar no canto de Gideão, enlouquecendo a torcida de Volta Redonda.

No intervalo, Dorival não fez alterações, mas logo precisou mexer. Wellington Silva saiu, substituído por Ibson, e Luís Antônio, um volante versátil, foi para a lateral-direita.

O Náutico, bem desorganizado, demonstrava raça, mas a noite era do Flamengo. Aos 21, Liédson, aguardado pela torcida, entrou no lugar de Thomás, fazendo sua reestreia com o Manto Sagrado, 10 anos depois. A torcida o recebeu de braços abertos.

O Náutico começou a arriscar mais, já sem nada a perder, e Kim era um dos poucos que ameaçava a defesa do Flamengo. Aos 28, Dorival tirou Negueba, que mais uma vez foi bem, e colocou Bottinelli em seu lugar.

O reestreante da noite, Liédson, não marcou, mas mostrou potencial. Em um bate-rebate, acertou um voleio espetacular, mas Gideão novamente salvou o Náutico. O time pernambucano até tentou reagir, mas a vitória ficou com o Flamengo.

Agora, uma reflexão. Você, amigo rubro-negro que lê este pós-jogo, vem cá e me responda com sinceridade: você está ciente de que o Flamengo com Dorival está mais organizado, com padrão de jogo, e que Love recuperou a confiança? Mas também lembre-se: Figueirense e Náutico não são parâmetro para o que ainda está por vir.

O amor pelo Flamengo é imenso, mas faça uma análise fria: o time ainda não enfrentou um teste de fogo. Dorival não “arrumou” o time, ele está “arrumando” o time. Isso leva tempo e muito trabalho. E agora, mais uma vez, aproxime-se da tela para que eu diga: o caminho é longo, por isso, andemos devagar!

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