Com ajuda de Bap, Flamengo aprova contrato com a Globo

O Conselho Deliberativo do Flamengo teve uma noite histórica ontem, quando os conselheiros se reuniram para avaliar o contrato da Rede Globo referente à transmissão dos jogos do clube no Campeonato Brasileiro, no período de 2019 a 2024.
Entre os 357 conselheiros presentes, destacavam-se nomes como Luiz Eduardo Baptista (BAP), Wallim Vasconcellos, Gustavo Oliveira, Rodolfo Landim e Rodrigo Tostes, todos ex-vice-presidentes e figuras de destaque na gestão anterior (2013-2015), além de membros da Chapa Verde, adversária da atual administração na última eleição para o Conselho Diretor.
Proposta da Globo:
A proposta da Globo abrange três plataformas de transmissão: TV aberta, TV fechada e pay-per-view. O Flamengo receberá R$ 120 milhões em luvas, sendo R$ 70 milhões pagos cinco dias após a assinatura do contrato, R$ 30 milhões em 2019 e R$ 20 milhões em 2021. O valor total do contrato é estimado em aproximadamente R$ 1,1 bilhão.
Vale destacar que, em uma das cláusulas, a Globo está impedida de pagar a outros clubes valores superiores às luvas oferecidas ao Flamengo. Por outro lado, o clube precisou aceitar a seguinte divisão de cotas válida para todos os clubes: 40% distribuídos igualmente, 30% conforme a classificação no campeonato e 30% com base na audiência e no pay-per-view. Este último item pode ser especialmente vantajoso para o Flamengo, que já detém 18% da receita de pay-per-view. Atualmente, essa métrica é calculada apenas nas capitais, mas a Globo pretende implementar um sistema que contemple todo o território nacional, o que pode aumentar ainda mais a participação do Flamengo na receita.
Produtos adicionais
O contrato também permite ao Flamengo explorar outras fontes de receita, como a comercialização das placas de publicidade nos jogos em que for mandante, a venda dos direitos de transmissão internacional e o uso da plataforma de streaming. Para o streaming, o clube precisará realizar estudos de mercado para determinar o valor do produto antes de iniciar as negociações. Essas possibilidades representam três novas fontes de receita, que dependerão da anuência da Globo.
Parecer das comissões do CoDe
As comissões de finanças, jurídica e marketing, bem como o Conselho Fiscal, recomendaram a aprovação do contrato, destacando suas vantagens. A única ressalva foi feita pela comissão de marketing, que sugeriu um prazo contratual mais curto, entre três e quatro anos. Já a comissão jurídica afirmou que a antecipação das luvas não viola as regras do Profut.
Palavra dos Conselheiros
Entre os conselheiros que se manifestaram, Cacau Cotta sugeriu que os recursos líquidos provenientes das luvas fossem utilizados na conclusão do Centro de Treinamento. Marcello Faulhaber destacou a necessidade de o Flamengo focar mais no desempenho esportivo, pois boas colocações no Campeonato Brasileiro impactarão diretamente as receitas futuras. Francisco Gularte, por sua vez, levantou um ponto de reflexão: “Não ouvi ninguém dizer aqui que o contrato é ótimo!”

A fala mais aguardada da noite foi a de Luiz Eduardo Baptista (BAP), ex-vice-presidente de marketing. Apesar de boatos de que ele e outros membros da Chapa Verde estariam contrários à aprovação, BAP foi um dos responsáveis pela elaboração do contrato a convite da atual gestão. Ele não apenas pediu a aprovação, mas também destacou onde o Flamengo poderia arrecadar mais e sugeriu formas de destinar os recursos.
Ao final de seu discurso, BAP foi aplaudido de forma efusiva pelos presentes e recebeu um abraço de Flávio Godinho, vice-presidente de futebol. O gesto foi interpretado como um sinal de união entre antigos membros da diretoria, superando divergências do processo eleitoral passado.
A votação
A votação foi quase unânime, com 353 votos favoráveis e apenas 4 contrários. Antes de iniciar a votação, o presidente do Conselho Deliberativo, Rodrigo Dunshee, esclareceu que o que estava sendo votado era o “mínimo adquirido” no contrato, garantindo à diretoria a possibilidade de renegociar para melhorar as condições, sem reduzir os valores ou alterar cláusulas aprovadas.
Ao final da reunião, Rodolfo Landim foi convidado a descerrar o pavilhão, encerrando uma noite que representou uma vitória para o Flamengo e seus conselheiros.
Uma noite que só o Flamengo saiu ganhando!! Parabéns ao Clube e seus Conselheiros!
No dia 14, o Conselho Deliberativo voltará a se reunir para avaliar e votar a transação entre o Flamengo e o Consórcio Flamengo Plaza. A pauta será a aprovação ou não do pagamento de R$ 65 milhões para encerrar o impasse originado pela contratação de Edmundo, em 1995. Segundo informações, os R$ 70 milhões das luvas da Rede Globo serão utilizados para este fim.
Discurso feito por Bap na reunião:
Para saber mais sobre o Consórcio Plaza, veja entrevista com Kléber Leite que falou tudo sobre o assunto: Entrevista com Kléber Leite
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