Como não jogar futebol

Se contra o Cruzeiro a postura do Flamengo foi de time morto e sem vida, acordando apenas na metade do segundo tempo, contra o Grêmio, hoje, foi de time enterrado — não entendam como “rebaixado”.
Com as ausências de Leonardo Moura e Elias, Mano decidiu montar o time num 4-3-3, com Digão na lateral e Val no lugar de Elias. Para um Flamengo totalmente inoperante, havia um Grêmio bem montado taticamente, com cinco jogadores no meio-campo, que anularam totalmente qualquer ação do Rubro-Negro.
No primeiro tempo, um gol logo no início decidiu o jogo. Chicão comete falta em Kléber, como último recurso, e Pará, na cobrança, abre o placar — sem falar que a barreira abriu noventa centímetros entre Marcelo Moreno e André Santos, espaço suficiente para a bola passar e entrar, deixando Felipe sem qualquer reação.
É verdade que não só o Flamengo, como também o Grêmio, errou muitos passes durante o primeiro tempo. Mas o Grêmio, ao contrário do Flamengo, era rápido no contra-ataque e conseguia criar quando tinha a bola.
Muita posse de bola, muitos erros de passe, marcação frouxa e ataque sem velocidade: esse foi o Flamengo do segundo tempo, que não mudou nada em relação ao primeiro — exceto pelas entradas de Adryan, Paulinho e Hernane.
Digão levou muita bronca de Mano por estar perdido em campo. Não subia para apoiar e tentar criar jogadas de profundidade, não marcava Alex Telles, que passava como queria no espaço deixado por ele, e quando subia para o ataque, era lento no retorno.
O time de hoje não tinha — nem tem — entrosamento, estava desfalcado, mas, do mesmo jeito dos titulares (com time completo), só mostrou raça para tentar empatar o jogo quando ele já estava decidido.
Para quarta-feira, diante do Cruzeiro, pela Copa do Brasil, deveremos ter o retorno de Elias e um time diferente psicologicamente. Porque, no mata-mata, em sua história, o Flamengo já mostrou do que é capaz. E, se o time jogar pra frente e mostrar aquele futebol que vinha apresentando, tem muitas chances de classificação — pois hoje ensinou perfeitamente como não jogar futebol.
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Germano Medeiros
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